Memórias de José Solon de Souza
JOSÉ SOLON DE SOUZA
©2009 by José Solon de Souza
Resumo do autor
Inadmissível é vermos pessoas humanas transportadas em comboios e amotinadas em famigeradas pensões de apoio! Não seria mais cômodo transportar tecnologia? O computador já cabe dentro do bolso! A era é outra!
O titulo deste livro, Você: meu orgulho, refere-se a todos os que sobreviveram nesse terreno inóspito no decorrer dos últimos trinta anos, com ou sem a nossa colaboração médica. Especialmente lá no início!
Refiro-me, também, a todos os nossos contemporâneos que, de uma forma ou de outra, contribuíram, de maneira sobejamente imprescindível, para aplainar este percurso, dantes cheio de percalços!
Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!
Esse sempre foi o meu lema,
NÃO TEM NADA MAIS BONITO NA FACE DA TERRA!
Ser especialista em determinado segmento da medicina é coisa pra curto prazo.
Ser médico é coisa pra longo prazo!
Ser médico, escritor, compositor, poeta, instrumentista e cantor, são coisas de Deus!
Deixei tudo e todos para atender a um sentimento, a um desejo, a um chamado muito forte pelo conhecer, pelas letras, pela ciência, pela cultura e por você que, NO CONTEXTO DESTE LIVRO, SE CONFIGURA COMO ¨MEU ORGULHO¨. Fui e aqui estou eu. Já se passaram 30 anos de sacerdócio da Medicina e tenho a convicção de que, ao longo dos anos, tenho me esforçado, me dedicado e cumprido minha missão. Acredito que ainda tenho muito a contribuir em nossa sociedade.
Escrever um livro é algo que transcende, é sublime, é mágico!
É como subir ao palco, celebrar uma missa, orar, baixar um santo, participar de uma grande orquestra. É VER NASCER E SABOREAR O SEU PRÓPRIO FRUTO!
Quem não se arrisca, engrossa os pelos, não renova a penugem!
A certa altura da vida e na sua dinâmica, somos surpreendidos por uma brusca vontade de reinventar-se para convencer e até para o autoconvencimento.
Quem entende só de uma coisa, desconfie, pode nem disso entender!
O novo sempre chegará; mas, respeitando e admirando a experiência.
A vida é emoção, ideias, realizações, fatos e comédia!
EM VÁRIOS MOMENTOS, MERGULHO EM REFLEXÕES, INDAGAÇÕES E OPINIÕES SOBRE OS MAIS VARIADOS TEMAS DA ATUALIDADE, O QUE JULGO A PARTE MAIS IMPORTANTE DESTE LIVRO.
É A VOCÊ, QUE SE IDENTIFICA NO CONTEXTO DESTE COMO MEU ORGULHO, QUE DEDICO ESTE LIVRO E TODA MINHA EXPERIÊNCIA DE MÉDICO, TODA MINHA ALEGRIA EM COMPOR E CANTAR A POESIA E TODA A POLÍTICA QUE VIVENCIO, EM TENTAR FAZER UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E DIGNA. ¨¨
Este livro poderia intitular-se:
ASSIM ASSUCEDEU-SE!
TENHAM BOM PROVEITO!
À minha esposa Márcia; a meus filhos Solana Márcia, Solon Filho e Alana Márcia; à minha mãe Alaíde Reis, a meus irmãos Ana Maria, Luzia, Gracinha e João, a todos os parentes e amigos, com inestimável carinho.
A meu pai José Jacob (in memoriam).
A meu irmão Antônio (in memoriam).
Em especial, a meu afilhado Wanderson Wanglei, que com sua persistência muito contribuiu para minha tomada de decisão.
Recebam este livro com a minha admiração!
AGRADEÇO A DEUS POR TUDO QUE TENHO E POR TUDO QUE SOU!O titulo deste livro, Você: meu orgulho, refere-se a todos os que sobreviveram nesse terreno inóspito no decorrer dos últimos trinta anos, com ou sem a nossa colaboração médica. Especialmente lá no início!
Refiro-me, também, a todos os nossos contemporâneos que, de uma forma ou de outra, contribuíram, de maneira sobejamente imprescindível, para aplainar este percurso, dantes cheio de percalços!
Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!
Esse sempre foi o meu lema,
NÃO TEM NADA MAIS BONITO NA FACE DA TERRA!
Ser especialista em determinado segmento da medicina é coisa pra curto prazo.
Ser médico é coisa pra longo prazo!
Ser médico, escritor, compositor, poeta, instrumentista e cantor, são coisas de Deus!
Deixei tudo e todos para atender a um sentimento, a um desejo, a um chamado muito forte pelo conhecer, pelas letras, pela ciência, pela cultura e por você que, NO CONTEXTO DESTE LIVRO, SE CONFIGURA COMO ¨MEU ORGULHO¨. Fui e aqui estou eu. Já se passaram 30 anos de sacerdócio da Medicina e tenho a convicção de que, ao longo dos anos, tenho me esforçado, me dedicado e cumprido minha missão. Acredito que ainda tenho muito a contribuir em nossa sociedade.
Escrever um livro é algo que transcende, é sublime, é mágico!
É como subir ao palco, celebrar uma missa, orar, baixar um santo, participar de uma grande orquestra. É VER NASCER E SABOREAR O SEU PRÓPRIO FRUTO!
Quem não se arrisca, engrossa os pelos, não renova a penugem!
A certa altura da vida e na sua dinâmica, somos surpreendidos por uma brusca vontade de reinventar-se para convencer e até para o autoconvencimento.
Quem entende só de uma coisa, desconfie, pode nem disso entender!
O novo sempre chegará; mas, respeitando e admirando a experiência.
A vida é emoção, ideias, realizações, fatos e comédia!
EM VÁRIOS MOMENTOS, MERGULHO EM REFLEXÕES, INDAGAÇÕES E OPINIÕES SOBRE OS MAIS VARIADOS TEMAS DA ATUALIDADE, O QUE JULGO A PARTE MAIS IMPORTANTE DESTE LIVRO.
É A VOCÊ, QUE SE IDENTIFICA NO CONTEXTO DESTE COMO MEU ORGULHO, QUE DEDICO ESTE LIVRO E TODA MINHA EXPERIÊNCIA DE MÉDICO, TODA MINHA ALEGRIA EM COMPOR E CANTAR A POESIA E TODA A POLÍTICA QUE VIVENCIO, EM TENTAR FAZER UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E DIGNA. ¨¨
Este livro poderia intitular-se:
ASSIM ASSUCEDEU-SE!
TENHAM BOM PROVEITO!
À minha esposa Márcia; a meus filhos Solana Márcia, Solon Filho e Alana Márcia; à minha mãe Alaíde Reis, a meus irmãos Ana Maria, Luzia, Gracinha e João, a todos os parentes e amigos, com inestimável carinho.
A meu pai José Jacob (in memoriam).
A meu irmão Antônio (in memoriam).
Em especial, a meu afilhado Wanderson Wanglei, que com sua persistência muito contribuiu para minha tomada de decisão.
Recebam este livro com a minha admiração!
Toda renda obtida com a venda desta obra será destinada à criação da Associação Cultural Sólon Reis, em Jaicós, Estado do Piauí.
Índice
0--RESUMO DO AUTOR
1—PREFÁCIO DA 1ª EDIÇÃO
APRESENTAÇÃO DA 2ª EDIÇÃO
2--INTRODUÇÃO
3—INFÂNCIA
4--JUVENTUDE
5--EDUCAÇÃO
6--ATENDENDO A CHAMADO MAIS FORTE
7--O PROFESSOR
8--MEDICINA
9--RETORNO
10--VOLTANDO UM POUCO AO TEMPO
11--RETORNO A PICOS
12--ATUAÇÃO EM PICOS
13--TUDO QUE GANHEI, INVESTI EM MEDICINA.
14--O SONHO
14--MEU ORGULHO
14--EXPERIÊNCIAS DE VIDA
15--O POLÍTICO
16--MINHAS COMPOSIÇÕES MUSICAIS
17--CENTENÁRIO DE ALAÍDE PS
18--O TRIPLO FILTRO
19- Depoimentos da 1ª edição
20- Depoimentos da 2ª edição
PREFÁCIO
Conheci este insigne médico e extraordinário ser humano no início da década de oitenta, no século passado, e de pronto entabulamos profícua amizade que vem se perpetuando ao longo destes anos.
Tive a honra de haver prestado meu contributo, como magistrado, por alguns anos, na terra natal do autor, a belíssima Jaicós, cujos filhos muito vêm contribuindo para a edificação da história política, social e econômica do Estado do Piauí.
O jovem médico Sólon Reis já gozava de prestígio imensurável na região, pela sua dedicação e profunda competência no manipular da ciência de Hipócrates, salvando preciosas vidas, sobretudo de pessoas menos favorecidas.
A obra, ora vinda a lume, uma autobiografia escrita em linguagem escorreita, simples e acessível, demonstra a dimensão do ser que a produziu e o reflexo da magnitude da austera e profícua construção de sua bela e digna história de vida.
Tenho sido testemunha deste tramitar que é, no presente, que fora em passado próximo, e deverá ser para as vindouras gerações, exemplo e fonte de inspiração.
O homem faz a história, edifica-a, transforma-a e muda o seu curso para o bem ou para o mal, a depender da índole do protagonista.
Dr. Sólon Reis é paradigma por excelência dos que alteraram e vêm alterando este curso para o bem, pela sua sensibilidade no interagir social, pela visão futurista de um Estado mais solidário, fraterno e humano, em que a livre concorrência se caracterize pela igualdade de condições e oportunidades para o desenvolvimento de todos que busquem o trabalho honesto. Uma sociedade justa, sem privilégios a determinadas e específicas camadas em detrimento da maioria que, excluída, cria "o lamaçal propício ao desenvolvimento do gérmen criminoso", na expressão de Eurico Ferri.
O autor deixa o legado de sua vida, expõe-se, despe-se, discorre sobre sucessos e insucessos, alegrias e decepções, mas, sobretudo, fica patente o espírito de luta, de heroísmo, de destemor, sempre que necessário, no aperfeiçoamento da ciência e tecnologia em favor de quantos enfermos o procurem, seja a enfermidade do corpo ou d'alma. Sólon Reis não é apenas o profissional médico, mas o psicólogo, o sociólogo, o cientista político. Por vezes, colocara o seu nome à disposição, como agente passivo do processo eleitoral, na expectativa de ampliar o leque de sua servidão, no sentido de empreender, como cirurgião que o é, significativas cirurgias no tecido social, corrigindo lesões e suturando rupturas que tanto, e há muito, vêm agravando a coexistência entre os homens.
O leitor terá à disposição uma obra de arte de elevado nível literário, e não poderia ser diferente, advinda da inteligência do autor, médico, político, poeta, músico e agora novel escritor, que já vislumbra pleno sucesso, em face da intimidade demonstrada com o idioma de Camões.
José James Gomes Pereira,
Juiz de Direito.
Teresina, Piauí, 27 de fevereiro de 2008.
Tive a honra de haver prestado meu contributo, como magistrado, por alguns anos, na terra natal do autor, a belíssima Jaicós, cujos filhos muito vêm contribuindo para a edificação da história política, social e econômica do Estado do Piauí.
O jovem médico Sólon Reis já gozava de prestígio imensurável na região, pela sua dedicação e profunda competência no manipular da ciência de Hipócrates, salvando preciosas vidas, sobretudo de pessoas menos favorecidas.
A obra, ora vinda a lume, uma autobiografia escrita em linguagem escorreita, simples e acessível, demonstra a dimensão do ser que a produziu e o reflexo da magnitude da austera e profícua construção de sua bela e digna história de vida.
Tenho sido testemunha deste tramitar que é, no presente, que fora em passado próximo, e deverá ser para as vindouras gerações, exemplo e fonte de inspiração.
O homem faz a história, edifica-a, transforma-a e muda o seu curso para o bem ou para o mal, a depender da índole do protagonista.
Dr. Sólon Reis é paradigma por excelência dos que alteraram e vêm alterando este curso para o bem, pela sua sensibilidade no interagir social, pela visão futurista de um Estado mais solidário, fraterno e humano, em que a livre concorrência se caracterize pela igualdade de condições e oportunidades para o desenvolvimento de todos que busquem o trabalho honesto. Uma sociedade justa, sem privilégios a determinadas e específicas camadas em detrimento da maioria que, excluída, cria "o lamaçal propício ao desenvolvimento do gérmen criminoso", na expressão de Eurico Ferri.
O autor deixa o legado de sua vida, expõe-se, despe-se, discorre sobre sucessos e insucessos, alegrias e decepções, mas, sobretudo, fica patente o espírito de luta, de heroísmo, de destemor, sempre que necessário, no aperfeiçoamento da ciência e tecnologia em favor de quantos enfermos o procurem, seja a enfermidade do corpo ou d'alma. Sólon Reis não é apenas o profissional médico, mas o psicólogo, o sociólogo, o cientista político. Por vezes, colocara o seu nome à disposição, como agente passivo do processo eleitoral, na expectativa de ampliar o leque de sua servidão, no sentido de empreender, como cirurgião que o é, significativas cirurgias no tecido social, corrigindo lesões e suturando rupturas que tanto, e há muito, vêm agravando a coexistência entre os homens.
O leitor terá à disposição uma obra de arte de elevado nível literário, e não poderia ser diferente, advinda da inteligência do autor, médico, político, poeta, músico e agora novel escritor, que já vislumbra pleno sucesso, em face da intimidade demonstrada com o idioma de Camões.
José James Gomes Pereira,
Juiz de Direito.
Teresina, Piauí, 27 de fevereiro de 2008.
APRESENTAÇÃO
Com muita alegria escrevo, a convite do autor, esta apresentação à segunda edição do livro “Você: Meu orgulho”, de autoria desse médico, poeta, músico e escritor, que é o Dr. José Solon de Souza, um nome consagrado não apenas na sua terra natal, Jaicós, mas em toda a microrregião que tem o município modelo – Picos, como capital.
Ao ler o livro, me vi em várias passagens do mesmo, pois assim como Solon, sou também filho do interior, da cidade de Pio IX, que faz parte da mesma microrregião. Temos em comum a origem interiorana, começado os nossos estudos em nossas terras natais e tendo após a conclusão do antigo curso ginasial, seguido para a Capital, Teresina, onde demos continuidade aos nossos estudos.
Solon é um lutador e acima de tudo um idealista que entendeu que devemos dividir, especialmente com os que mais necessitam, os nossos conhecimentos e a força do nosso trabalho.
Desde garoto, vimos na narrativa do autor, exemplos de dedicação ao seu povo e à sua gente, através de ações concretas, e não só de palavras.
No prefácio escrito pelo ínclito desembargador José James Gomes Pereira, que serviu por vários anos como Juiz da comarca de Jaicós, vemos o depoimento insuspeito de alguém que conviveu com o autor e foi testemunha ocular das suas ações, especialmente “...no manipular da ciência de Hipócrates, salvando preciosas vidas, sobretudo de pessoas menos favorecidas”.
Essas palavras do desembargador James me levam a chamar à atenção daqueles que tiveram e os que terão a oportunidade de ler esta obra, quando o autor escreveu o resumo do livro:
“Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!”
Estas três frases dizem tudo do sentimento do médico Solon, no sublime exercício dessa profissão tão importante e necessária para a humanidade.
Solon discorre com detalhes pelas várias etapas de sua vida, a Infância, a Juventude, a Educação, o Professor, a Medicina, o retorno à cidade natal, a sua atuação na cidade de Picos, os investimentos, o sonho, o seu orgulho, experiência de vida, o político, suas composições e por último, o centenário de Alaíde, sua mãe querida.
Cada capítulo foi escrito com emoção, percebe-se isso na maneira simples de narrar os fatos, mas que não deixa dúvida ao leitor, de que se trata de fatos verdadeiros.
Vi nas páginas de “Você: Meu orgulho”, como disse no início, muito de mim mesmo, as dificuldades enfrentadas na Capital, estudantes moradores da Casa do Estudante, participantes das lides estudantis na UPES – União Piauiense dos Estudantes Secundários, da qual participei ainda seminarista, onde tive o privilégio de ser colega do primo-irmão do autor, citado no livro, o Dr. Ozanan Barros.
O livro além de ser de fácil leitura, está cheio de ensinamentos morais, como o sentimento do reconhecimento aos que lhe ajudaram na vida (Desembargador Aderson Antão de Carvalho, Leda Luz, Dra. Zita Rita Tinoco, Evandro Falcão, Dr. José Antenor, Dr. Salvan Vanderley, Dra. Marta Pinheiro, a então primeira dama do País e grande antropóloga Dona Ruth Cardoso que, atendendo a uma carta que lhe enviara, providenciou através do Ministro da Saúde da época, José Serra, que determinou ao secretário de saúde do Estado a assinatura do convênio com o SUS, para que a Casa de Saúde Joaquim Solon Reis, criada por ele, pudesse continuar atendendo à população carente da região. Estes exemplos têm continuidade nas suas ações de abnegação à família, especialmente a sua esposa, Márcia e aos filhos Solana Márcia, Solon Filho e Alana Márcia.
A vida do Dr. Solon, ao longo desses seus 30 anos de sacerdócio na medicina, é exemplo que deve ser admirado e seguido por todos que amam a sua terra e desejam o bem da sua gente. Depois de muitos anos, Jaicós passou a contar com um cirurgião, o primeiro filho da terra a fazer cirurgia na cidade, além de ter implantado o mutirão da próstata num hospital do interior, chegando a realizar 305 cirurgias de próstata, sendo 96 abertas e 209 endoscópicas, tidas como raio laser, todas elas realizadas individualmente, fato raro, talvez único no Estado, isso tudo num espaço de apenas três anos. Jaicós tornava-se assim a capital da próstata, motivando a vinda, diretamente da Bélgica para a cidade, o Dr. Salvador Villar Correia Lima, Presidente da SBU – Sociedade Brasileira de Urologia. Hoje o Dr. Solon já conta com mais de 3.500 cirurgias realizadas, feito extraordinário para qualquer cirurgião.
O Dr. Solon hoje é muito mais que apenas um médico, é um benfeitor que usa a inteligência e a força de vontade que Deus lhe deu, para buscar sempre o melhor, daí porque está sempre criando, diria, é um grande empreendedor, para usar o termo da moda, como o fez ainda nos tempos de estudante ao criar, por exemplo, o conjunto musical Os Inocentes, que ao lado de Os leões, de Picos, onde outro colega de estudo em Teresina, da época, pontificava, o hoje professor universitário Graziani Fonseca. Quem viveu aquela época sabe o quanto foi importante para a região, aqueles dois conjuntos musicais, integrados por verdadeiros artistas.
A criação da Associação Cultural Solon Reis é outro exemplo de alguém sempre preocupado em desenvolver projetos para a melhoria de vida das populações, e esta atua como complemento aos mutirões realizados nos finais de semana, na região, para ensinar àquelas populações sobre câncer de próstata, DSTs e AIDs. Como se vê, o autor é verdadeiramente um empreendedor além de um sonhador por um mundo melhor.
Gostaria de terminar esta minha apresentação que o faço, como disse, com muita alegria e orgulho, lembrando do capítulo escrito em homenagem à sua querida Mãe, Alaíde, onde o filho poeta abre o coração para falar do mais sublime sentimento que é o amor maternal, e por último, lembrar o ensinamento do grande filósofo Sócrates, citado no livro, que o autor chama de exame do Triplo Filtro, que se todos observássemos, haveria bem menos polêmica na Terra e certamente, menos injustiças.
Recomendo a todos que leiam este livro e não esqueçam esta lição de vida.
Francisco Antonio de Alencar
Vice-Diretor da Faculdade NOVAFAPI.
Ao ler o livro, me vi em várias passagens do mesmo, pois assim como Solon, sou também filho do interior, da cidade de Pio IX, que faz parte da mesma microrregião. Temos em comum a origem interiorana, começado os nossos estudos em nossas terras natais e tendo após a conclusão do antigo curso ginasial, seguido para a Capital, Teresina, onde demos continuidade aos nossos estudos.
Solon é um lutador e acima de tudo um idealista que entendeu que devemos dividir, especialmente com os que mais necessitam, os nossos conhecimentos e a força do nosso trabalho.
Desde garoto, vimos na narrativa do autor, exemplos de dedicação ao seu povo e à sua gente, através de ações concretas, e não só de palavras.
No prefácio escrito pelo ínclito desembargador José James Gomes Pereira, que serviu por vários anos como Juiz da comarca de Jaicós, vemos o depoimento insuspeito de alguém que conviveu com o autor e foi testemunha ocular das suas ações, especialmente “...no manipular da ciência de Hipócrates, salvando preciosas vidas, sobretudo de pessoas menos favorecidas”.
Essas palavras do desembargador James me levam a chamar à atenção daqueles que tiveram e os que terão a oportunidade de ler esta obra, quando o autor escreveu o resumo do livro:
“Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!”
Estas três frases dizem tudo do sentimento do médico Solon, no sublime exercício dessa profissão tão importante e necessária para a humanidade.
Solon discorre com detalhes pelas várias etapas de sua vida, a Infância, a Juventude, a Educação, o Professor, a Medicina, o retorno à cidade natal, a sua atuação na cidade de Picos, os investimentos, o sonho, o seu orgulho, experiência de vida, o político, suas composições e por último, o centenário de Alaíde, sua mãe querida.
Cada capítulo foi escrito com emoção, percebe-se isso na maneira simples de narrar os fatos, mas que não deixa dúvida ao leitor, de que se trata de fatos verdadeiros.
Vi nas páginas de “Você: Meu orgulho”, como disse no início, muito de mim mesmo, as dificuldades enfrentadas na Capital, estudantes moradores da Casa do Estudante, participantes das lides estudantis na UPES – União Piauiense dos Estudantes Secundários, da qual participei ainda seminarista, onde tive o privilégio de ser colega do primo-irmão do autor, citado no livro, o Dr. Ozanan Barros.
O livro além de ser de fácil leitura, está cheio de ensinamentos morais, como o sentimento do reconhecimento aos que lhe ajudaram na vida (Desembargador Aderson Antão de Carvalho, Leda Luz, Dra. Zita Rita Tinoco, Evandro Falcão, Dr. José Antenor, Dr. Salvan Vanderley, Dra. Marta Pinheiro, a então primeira dama do País e grande antropóloga Dona Ruth Cardoso que, atendendo a uma carta que lhe enviara, providenciou através do Ministro da Saúde da época, José Serra, que determinou ao secretário de saúde do Estado a assinatura do convênio com o SUS, para que a Casa de Saúde Joaquim Solon Reis, criada por ele, pudesse continuar atendendo à população carente da região. Estes exemplos têm continuidade nas suas ações de abnegação à família, especialmente a sua esposa, Márcia e aos filhos Solana Márcia, Solon Filho e Alana Márcia.
A vida do Dr. Solon, ao longo desses seus 30 anos de sacerdócio na medicina, é exemplo que deve ser admirado e seguido por todos que amam a sua terra e desejam o bem da sua gente. Depois de muitos anos, Jaicós passou a contar com um cirurgião, o primeiro filho da terra a fazer cirurgia na cidade, além de ter implantado o mutirão da próstata num hospital do interior, chegando a realizar 305 cirurgias de próstata, sendo 96 abertas e 209 endoscópicas, tidas como raio laser, todas elas realizadas individualmente, fato raro, talvez único no Estado, isso tudo num espaço de apenas três anos. Jaicós tornava-se assim a capital da próstata, motivando a vinda, diretamente da Bélgica para a cidade, o Dr. Salvador Villar Correia Lima, Presidente da SBU – Sociedade Brasileira de Urologia. Hoje o Dr. Solon já conta com mais de 3.500 cirurgias realizadas, feito extraordinário para qualquer cirurgião.
O Dr. Solon hoje é muito mais que apenas um médico, é um benfeitor que usa a inteligência e a força de vontade que Deus lhe deu, para buscar sempre o melhor, daí porque está sempre criando, diria, é um grande empreendedor, para usar o termo da moda, como o fez ainda nos tempos de estudante ao criar, por exemplo, o conjunto musical Os Inocentes, que ao lado de Os leões, de Picos, onde outro colega de estudo em Teresina, da época, pontificava, o hoje professor universitário Graziani Fonseca. Quem viveu aquela época sabe o quanto foi importante para a região, aqueles dois conjuntos musicais, integrados por verdadeiros artistas.
A criação da Associação Cultural Solon Reis é outro exemplo de alguém sempre preocupado em desenvolver projetos para a melhoria de vida das populações, e esta atua como complemento aos mutirões realizados nos finais de semana, na região, para ensinar àquelas populações sobre câncer de próstata, DSTs e AIDs. Como se vê, o autor é verdadeiramente um empreendedor além de um sonhador por um mundo melhor.
Gostaria de terminar esta minha apresentação que o faço, como disse, com muita alegria e orgulho, lembrando do capítulo escrito em homenagem à sua querida Mãe, Alaíde, onde o filho poeta abre o coração para falar do mais sublime sentimento que é o amor maternal, e por último, lembrar o ensinamento do grande filósofo Sócrates, citado no livro, que o autor chama de exame do Triplo Filtro, que se todos observássemos, haveria bem menos polêmica na Terra e certamente, menos injustiças.
Recomendo a todos que leiam este livro e não esqueçam esta lição de vida.
Francisco Antonio de Alencar
Vice-Diretor da Faculdade NOVAFAPI.
INTRODUÇÃO
"Por que escrever um livro?" Você, leitor, pode estar se perguntando neste exato momento. Na verdade, é realmente curioso que um médico urologista com 30 anos de carreira publique um livro de memórias.
Ao longo de minha vida, nunca me passou pela cabeça um dia escrever um livro e publicá-lo. Fora da minha atividade profissional, sinto-me um pouco tímido. Como acontece com todos que escrevem pela primeira vez, há sempre certa hesitação em mostrar os escritos.
Mas o tempo é o senhor das razões e só ele pode justificar os atos dos homens. Lutei, relutei, escrevi e aqui está.
O livro, que ora coloco para apreciação de familiares, amigos e leitores, é um registro de minha vida, desde a fase de criança, passando pela adolescência e vida universitária, até minha atuação como profissional da área de saúde, com especial destaque para este aniversário de 30 anos de médico. Ao descrever os fatos que marcaram cada fase da minha vida, poderia tê-lo feito de várias formas, como a literatura me faculta. As palavras que ouso ordenar estão em meu poder, e só a mim cabe como devo fazê-lo. Resolvi seguir a forma mais prática, a ordem cronológica, e resgatar os fatos que afloram na minha memória.
Sempre fui aficionado pela leitura. Sem mais nem menos, depois de ter passado por um sério problema de saúde, acordei para a vida e percebi que tudo o que eu havia feito até então poderia se perder no tempo. Segui a máxima de que o homem, para se completar, precisaria constituir uma família, plantar uma árvore e publicar um livro. Os dois primeiros itens já tinham sido concretizados; faltava-me, então, publicar um livro. E foi assim que comecei a rabiscar as passagens do meu tempo de criança que vinham à minha memória. Quanto mais eu escrevia, mais fatos surgiam. As lembranças foram voltando aos poucos, e dentre elas, selecionei as que julguei relevantes para o enriquecimento desta obra, imortalizando-as. Em vários momentos, mergulho em reflexões, indagações e opiniões sobre os mais variados temas da atualidade, o que julgo a parte mais importante deste livro.
Os relatos, conforme exposição nas páginas seguintes, mostram o menino e o adolescente que fui e o homem, pai de família, e profissional que sou. Posso dizer que eis aqui uma autobiografia. Se o médico é participante de tantas histórias, desta feita protagonizo a minha própria!
A partir dela, tenho certeza, muitos que tiveram uma infância parecida, viveram na mesma época ou vivenciaram as mesmas coisas vão se sentir parte deste livro.
O livro está dividido em capítulos, que seguem a ordem cronológica dos fatos.
Ao longo de minha vida, nunca me passou pela cabeça um dia escrever um livro e publicá-lo. Fora da minha atividade profissional, sinto-me um pouco tímido. Como acontece com todos que escrevem pela primeira vez, há sempre certa hesitação em mostrar os escritos.
Mas o tempo é o senhor das razões e só ele pode justificar os atos dos homens. Lutei, relutei, escrevi e aqui está.
O livro, que ora coloco para apreciação de familiares, amigos e leitores, é um registro de minha vida, desde a fase de criança, passando pela adolescência e vida universitária, até minha atuação como profissional da área de saúde, com especial destaque para este aniversário de 30 anos de médico. Ao descrever os fatos que marcaram cada fase da minha vida, poderia tê-lo feito de várias formas, como a literatura me faculta. As palavras que ouso ordenar estão em meu poder, e só a mim cabe como devo fazê-lo. Resolvi seguir a forma mais prática, a ordem cronológica, e resgatar os fatos que afloram na minha memória.
Sempre fui aficionado pela leitura. Sem mais nem menos, depois de ter passado por um sério problema de saúde, acordei para a vida e percebi que tudo o que eu havia feito até então poderia se perder no tempo. Segui a máxima de que o homem, para se completar, precisaria constituir uma família, plantar uma árvore e publicar um livro. Os dois primeiros itens já tinham sido concretizados; faltava-me, então, publicar um livro. E foi assim que comecei a rabiscar as passagens do meu tempo de criança que vinham à minha memória. Quanto mais eu escrevia, mais fatos surgiam. As lembranças foram voltando aos poucos, e dentre elas, selecionei as que julguei relevantes para o enriquecimento desta obra, imortalizando-as. Em vários momentos, mergulho em reflexões, indagações e opiniões sobre os mais variados temas da atualidade, o que julgo a parte mais importante deste livro.
Os relatos, conforme exposição nas páginas seguintes, mostram o menino e o adolescente que fui e o homem, pai de família, e profissional que sou. Posso dizer que eis aqui uma autobiografia. Se o médico é participante de tantas histórias, desta feita protagonizo a minha própria!
A partir dela, tenho certeza, muitos que tiveram uma infância parecida, viveram na mesma época ou vivenciaram as mesmas coisas vão se sentir parte deste livro.
O livro está dividido em capítulos, que seguem a ordem cronológica dos fatos.
INFÂNCIA
Ao contrário da maioria das crianças da minha época, tive uma infância privilegiada (pertencente às famílias Reis e Luz, duas das mais tradicionais do Estado do Piauí, descendentes de coronéis da República Velha). Minha cidade de nascimento, Jaicós, uma das mais antigas do Estado do Piauí, era pacata e pitoresca, mas já se destacava pelo ângulo cultural e político. O clima familiar era ótimo, de muito respeito aos pais, e com relacionamentos de amizade muito fortes. Em todos os aspectos, tudo era muito bom. Vida bem vivida e privilegiada, por ser de uma família tradicional, nobre e rica.
O normal, na época, eram os filhos ajudarem os pais. Se comerciantes, ajudavam na lida comercial; se fazendeiros, nas atividades agrícolas ou pecuárias. Em qualquer atividade, os filhos sempre estavam trabalhando para ajudar no sustento da casa, o que não foi o meu caso. Porém, para não ficar na ociosidade, buscava alternativas para minha vida ter mais sentido. Construí gaiolas, e mais à frente, fiz carros de lata; vendi quebra-queixo e pirulito; engraxei sapatos. Não por necessidade, mas já por achar prazeroso, ou quem sabe, para ganhar alguns trocados com minhas habilidades.
Todos os garotos tinham seus lugares prediletos e comigo não era diferente. O Oitizeiro, a fonte d'água Paraíso, a fonte d'água Gameleira e a popularmente conhecida Rua da Chapada, que era um verdadeiro matagal. O Oitizeiro servia de limite, linha divisória do espírito tribal entre as crianças que moravam na cidade. Era considerado um verdadeiro campo de luta entre duas partes: os que moravam na Rua do Quadro e os que moravam na Rua da Chapada. Quem atravessasse a fronteira sozinho, apanhava até dizer basta. E se atravessasse em bando, como era o costume, travava-se uma verdadeira guerra armada com o que tivesse por perto, areia, pedra, cipó, etc.
Dois nomes se destacavam na valentia, e por isso mesmo foram proclamados como caciques: Janjão e Valmir.
Destaque especial para o banho de cachoeira. No período invernoso, todo o volume de água que descia da serra, hoje cidade alta, se dividia e formava quatro lindas quedas d água, formando lindo véu de noiva, onde tomávamos banho, nus, ao sabor das delícias da natureza. Eram as cachoeiras do paraíso, do cruzeiro e da gameleira; a quarta era, assim por dizer “ privativa “ da minha família pois ficava dentro do quintal das canas de propriedade de minha mãe hoje, desaparecidas, em função da BR 316 e das construções habitacionais. O bairro Nova Olinda, na época, era também roça de minha mãe, para onde eu escapava para caçar rolinhas, calangos e lagartixas, subindo e descendo morros, mas onde também eu deixava e buscava bezerros da vacaria, o que era parte das minhas tarefas domésticas. Ainda hoje, quando vejo alguém fazendo uma coisa indevida, como as apendicectomias profiláticas do passado ou os cistos funcionais de ovário, digo: "Hum, estão matando calangos e lagartixas!"
Até a adolescência, minha vida foi cheia de regalias. Tive até o privilégio de ser dono da primeira bicicleta de Jaicós. Lembro-me bem, era da marca Gulliver e foi uma atração grande quando chegou à cidade. A novidade tomou conta da garotada e todos queriam ver, pegar e pedalar a minha bicicleta. Toda criança acha que os direitos são iguais. Que maravilha perante os céus! Chegou a ponto de ou eu alugava a bicicleta ou me tomariam à força. Então, resolvi tirar proveito da situação: como todo mundo queria dar uma voltinha, eu cobrava por tempo. Alugava e marcava o tempo; todos andavam, faziam filas. Foi uma grande aventura para aquela época, porque foi a primeira bicicleta adquirida por uma criança em Jaicós. Ao final, não sei o que mais me envaidecia, se a bicicleta ou se os potes de moedas que juntei!
A paróquia N.S. das Mercês, bem como a sua igreja, é uma das mais antigas do Estado do Piauí, e acabava de chegar o seu mais novo vigário, o Pe. Mariano da Silva Neto. Novo, inteligente, dinâmico e responsável por uma das melhores fases da educação em Jaicós. Dono de uma oratória que fazia os sinos repicarem Qualquer tributo prestado a ele é pequeno. O catecismo, as quermesses e os coroinhas animavam a cidade. “Duas clandestinidades” apimentavam este cenário: os coroinhas “papa hóstias” e o apurado das esmolas durante a missa que às vezes não fechava o balancete de Socorro Lélis ( Santa Socorro Lélis ).
=========foto igreja
Na escola, eu aprontava como ninguém. Era tão bonito que minha mãe, quando perguntavam "qual é o seu filho?", respondia: "Você vai ver, quando passar o mais bonito da fila...". E, creia, ninguém errava! ( amor de mãe, embriaga, contagia e às vezes exagera na dose ). Era muito travesso, inquieto e baderneiro; quase fui expulso do pré-seminário de Padre Albino, por causa das minhas peripécias. Mas eu tinha uma boa qualidade como aluno: eu não deixava minhas danações atrapalharem meu aprendizado. Mesmo que fôssemos travessos, o rigor e a eficiência dos professores, que exigiam muito dos alunos, faziam com que cada um fosse melhor do que o outro. Os professores eram muito bons, estudavam, dedicavam-se à educação e exigiam bastante. Mesmo sendo poucos, não os impediam de ser bons. Eram verdadeiros sacerdotes da educação. Palmas pra eles!
O município de Jaicós, VÉSPERA DA DITADURA DE 1964, era destaque na política e na educação. Tínhamos dois deputados estaduais, Alberto Luz e Umberto Reis.Ora isso era de um privilegio muito grande! Porém, convivíamos com um dos maiores problemas do Estado, a questão das estradas. Eram três dias de viagem para Teresina, um verdadeiro rally natural. O carro mais luxuoso da época era a chamada Rural Willys e o mais antigo era a fubica de Vitalino, com partida a manivela.
JUVENTUDE
A juventude sempre é uma fase interessante, de descobertas, de conquistas, de buscas incessantes pelo novo. O medo não existe, tudo é desafio. Numa análise geral, em relação às gerações, há uma enorme diferença da juventude de hoje para a da minha época. Confesso que, naquela época, tudo parecia mais difícil, mas era mais fácil, justamente porque tínhamos o ímpeto de vencer o desafio, vencer uma guerra todos os dias. Tínhamos de ser vitoriosos a qualquer preço, custasse o que custasse. Quanto maior o desafio, maior era o entusiasmo de vencê-lo – aplicava-se a lei de Newton. A juventude de hoje vive outra realidade, quem me dera! Mas não deixa de ter os seus desafios, como a globalização, por exemplo.
Na época de estudante, minha relação com namoradas era difícil. Mesmo sendo considerado um dos rapazes de destaque de minha geração, fui muito rejeitado pelas garotas de minha cidade. Elas comentavam que eu era muito afoito. Eu tinha certa fama de enrolão, mulherengo, à frente do meu tempo, e insaciável. Era por isso que as garotas se recusavam a me namorar. O que, em parte, acho que não passava de um mal entendido. Mas, nas férias, quando chegavam várias garotas de fora e que não conheciam minha fama, elas me cercavam e então eu podia recuperar o tempo perdido. Mas tudo não passava daquele afã, entusiasmo pueril, onde o beijo doce ficava marcado para o resto da vida. Nada de avançar o sinal! Isso nem pensar! Não tinha essa de ficar!
O cenário em que todos os adolescentes perdiam suas virgindades (ganhavam sua 1ª experiência sexual), final da década de cinqüenta/sescenta, dava-se ao pé do morro Três Irmãos, local de tradicional festa de romaria de nossa cidade, celebrada a cada três de maio, onde aqueles que o escalavam, iam rezar, fazer penitências e pagar promessas e onde os que ficavam na sua base iam praticar comércio, vandalismo e prostituição. Nessa base, debaixo de uma moita forrada e rodeada de papelão, a céu aberto e sob o clarão da lua, acontecia! Camisinha, nem pensar! As contracenantes, mulheres novas, bonitas e profissionais do sexo, vinham da vizinha cidade de Picos, cobravam o equivalente a 20 reais, hoje. A fila lá fora era enorme e às vezes dava para ouvir o resmungado da dita cuja, baforando um cigarro Astória, dizendo: anda logo, menino, se não tu me matas! Não sei se de dor ou de cansaço, pois que, de prazer...
Ainda bem que não havia AIDS, pois de cada 10, quatro contraíam gonorreia.
Ali mesmo ela fazia o asseio com água, sabão e cachaça numa bacia universal e alertava: cuida-te, criança!
Lá fora a turma esperava para perguntar como foi.
Que coisa! Pai, Filho e Espírito Santo!
Mas, dali, saíamos convencidos de que, na 1ª experiência, não falhamos! E isso era o mais importante para qualquer adolescente! Pois o cenário, que hoje parece estranho, não tinha como ser diferente. Aquilo ali já era o nosso luxo! Chico Preto,único homossexual assumido e de grande respeito na praça e duas ou três ¨raparigas¨ veteranas do sexo encarregavam-se de manter o cotidiano.
Afora isso, só restava a zoofilia e a masturbação.
Ai, Deus!
Era a única maneira de você testar e exercer sua virilidade.
Na época de estudante, minha relação com namoradas era difícil. Mesmo sendo considerado um dos rapazes de destaque de minha geração, fui muito rejeitado pelas garotas de minha cidade. Elas comentavam que eu era muito afoito. Eu tinha certa fama de enrolão, mulherengo, à frente do meu tempo, e insaciável. Era por isso que as garotas se recusavam a me namorar. O que, em parte, acho que não passava de um mal entendido. Mas, nas férias, quando chegavam várias garotas de fora e que não conheciam minha fama, elas me cercavam e então eu podia recuperar o tempo perdido. Mas tudo não passava daquele afã, entusiasmo pueril, onde o beijo doce ficava marcado para o resto da vida. Nada de avançar o sinal! Isso nem pensar! Não tinha essa de ficar!
O cenário em que todos os adolescentes perdiam suas virgindades (ganhavam sua 1ª experiência sexual), final da década de cinqüenta/sescenta, dava-se ao pé do morro Três Irmãos, local de tradicional festa de romaria de nossa cidade, celebrada a cada três de maio, onde aqueles que o escalavam, iam rezar, fazer penitências e pagar promessas e onde os que ficavam na sua base iam praticar comércio, vandalismo e prostituição. Nessa base, debaixo de uma moita forrada e rodeada de papelão, a céu aberto e sob o clarão da lua, acontecia! Camisinha, nem pensar! As contracenantes, mulheres novas, bonitas e profissionais do sexo, vinham da vizinha cidade de Picos, cobravam o equivalente a 20 reais, hoje. A fila lá fora era enorme e às vezes dava para ouvir o resmungado da dita cuja, baforando um cigarro Astória, dizendo: anda logo, menino, se não tu me matas! Não sei se de dor ou de cansaço, pois que, de prazer...
Ainda bem que não havia AIDS, pois de cada 10, quatro contraíam gonorreia.
Ali mesmo ela fazia o asseio com água, sabão e cachaça numa bacia universal e alertava: cuida-te, criança!
Lá fora a turma esperava para perguntar como foi.
Que coisa! Pai, Filho e Espírito Santo!
Mas, dali, saíamos convencidos de que, na 1ª experiência, não falhamos! E isso era o mais importante para qualquer adolescente! Pois o cenário, que hoje parece estranho, não tinha como ser diferente. Aquilo ali já era o nosso luxo! Chico Preto,único homossexual assumido e de grande respeito na praça e duas ou três ¨raparigas¨ veteranas do sexo encarregavam-se de manter o cotidiano.
Afora isso, só restava a zoofilia e a masturbação.
Ai, Deus!
Era a única maneira de você testar e exercer sua virilidade.
===============FOTO FESTA DO MORRO
As tertúlias se davam nas casas de famílias, pois ainda não existiam clubes. Pude, ainda, testemunhar os resquícios da época do racismo, pois negros não podiam frequentar as festas dançantes da sociedade, a não ser o negro da alma branca, isto é, aquele que tinha conseguido estudar.
O costume era dormir com as portas ou janelas abertas no período de muito calor. Não existiam ladrões e a violência beirava a zero! O furto não era furto, era uma coisa fortuita: após as serenatas, que eram moda, varávamos a madrugada e saltávamos o famoso muro de Guiomar para roubarmos metros e metros de linguiça. Tínhamos o auxílio de um dos serviçais: o mudo de Guiomar. No dia seguinte, assistíamos ao drama da figura lesada com risos de dar até dor de barriga. (o mudo de Guiomar, Vicente, de saudosa memória - era serviçal e nosso amigo inconteste; ele sempre queria estar a serviço de todos).
Uma das coisas de que morro de saudade era o crédito aberto a todos em todas as bodegas, bares e quiosques da cidade, que apesar de poucos e com a moeda estável, tudo era vendido a prazo, ou seja, anotado no caderno, caderneta ou numa folha de papel à vulso; desde a bodega do Capitão Hamilton até o Bar central de Everton. Ainda hoje, quando chego a qualquer restaurante do País, sempre pergunto, com muita saudade, se ali vende fiado ou no caderno ou numa caderneta, sendo a resposta sempre negativa. Inconformado, pergunto em quem ele mais acredita, se em Deus ou se em mim? Estupefatos, rapidamente respondem: em Deus! E aí, completo: então, Deus lhe pague!
Sempre fui uma pessoa ativa, criando, inovando e participando constantemente da vida de Jaicós. Na adolescência, idealizei e criei o primeiro conjunto musical de cordas da região, Os Inocentes — eram guitarras. Com o apoio e incentivo do prefeito, Renato Luz, o grupo fez muito sucesso na época. Antes, porém, já havíamos formado um conjunto com latas, tambores e violão, que recebeu o nome de Os Tremendões. Chamamos a atenção de todos, até chegar ao “Os Inocentes”. Nossa influência eram os Beatles e a Jovem Guarda, que estavam no auge e influenciavam não só a nós, da pequena Jaicós, mas todo o planeta, tal era a febre da época. Concomitantemente, surgiam em Picos, ¨OS LEÕES¨ e em Teresina, “OS BRASINHAS”, grupos musicais da mais alta qualidade. Eram nossos concorrentes, mas creiam, uma concorrência tão sadia quanto a nossa convicção de que cada um era melhor que o outro! Olha, havia fãs, de carteirinha e tudo, que faziam sacrifícios para assistir aos nossos ensaios! Um deles era Nanana. Hoje, respeitável detentor do maior arquivo da história cultural de Picos, do Piauí e do Brasil, e ele com certeza, brevemente, abrirá esse acervo a todos quantos queiram pesquisar a nossa história.
Apesar de a cidade não ter campo de futebol oficial, a prática desportiva era feita nos poeirões, campos abertos onde quem chegasse primeiro formava as equipes que iam jogar. Os jogos com equipes de outros lugarejos ou cidades eram bastante disputados e prestigiados, pois a cidade inteira era convidada a assistir e a torcer fortemente. Quando o time convidado ganhava o jogo, era um problema sério: saía até pancada, a torcida não perdoava.
Além de gostar de música, dos movimentos e dos grupos que badalavam a cidade, eu tinha um outro objetivo: dar prosseguimento aos estudos. Por conta disso, minha temporada nos Inocentes foi curta; eu logo concluí o ginásio. Fiquei seis meses sem estudar, mas sentindo falta. A vontade que eu tinha de continuar minha vida estudantil era muito grande. Em cidade pequena, não se tem muito para fazer e eu vivia na ociosidade. Era a mesmice de sempre: jogar bola, tocar violão, brincar e namorar, além de sentir uma saudade enorme dos colegas que prosseguiram com os estudos noutro centro.
Certo dia, cansado dessa mesmice, resolvi buscar novos horizontes. Em Jaicós não tinha mais nada que despertasse meu interesse, por isso deixei a boemia para trás e fui estudar em Teresina.
Mas, quando fui estudar em Teresina, já era o tempo das vacas magras, pois minha mãe já estava descapitalizada. Ela não sabia movimentar o dinheiro herdado e havia a praxe de ajudar: emprestar, sem limite de prazo, a primos e sobrinhos, a quem estivesse precisando de uma ajuda. Ademais, não havia inflação e a moeda forte era a cera de carnaúba, a qual possuía em grande estoque, não havendo pressa para nada. Obviamente, a recuperação era muito difícil, era uma espécie de doação.
Assim, tornei-me um estudante pobre. Tive que morar em casas de estudantes, que eram mal assistenciadas pelo governo. Dormíamos no chão, armávamos redes nos caibros, alimentávamo-nos em outra casa de estudante a três quilômetros de distância. Alimentação muito fraca, nada balanceada. Foi uma época realmente de muito sacrifício, não tenho palavras para registrar as coisas por que passei naquele tempo.
Um fato muito interessante aconteceu comigo. Quando saí de Jaicós, todos me tomavam como o filho de família nobre e rica, que foi estudar na capital. Ao passar férias em outra cidade do Piauí, conheci uma menina muito bonita, rica, inteligente e de família tradicional. Conquistei-a, namoramos, e ela, sabendo de minha procedência, apaixonou-se e teve até vontade de casar.
Continuamos nosso namoro em Teresina, onde ela também fora estudar. Morava com um tio que era secretário do governo Lucídio Portela e tinha uma vida social muito agitada na capital.
O nosso namoro progredia. Mas ela continuava sem saber que eu não era mais aquele estudante de família rica, e nem que eu morava em casa de estudante e era chapeiro da UPES (União Piauiense Dos Estudantes Secundários). Até que um dia uma amiga dela lhe contou a grande realidade. Ela, sem acreditar, disse que conhecia todos os meus familiares, que eram pessoas nobres, ricas e tradicionais de Jaicós.
A colega, que morava no meio do percurso que fazíamos para almoçar, propôs um desafio a minha namorada: que ela ficasse esperando eu passar, me desse um beijo, me abraçasse e batesse com a mão em meus bolsos. Se ouvisse um tilintar metálico, a colega estaria com a razão; do contrário, perderia a aposta. O barulho era dos talheres que os estudantes carregavam consigo para fazer suas refeições. E assim foi feito. Ela me surpreendeu na esquina da casa da colega, me abraçou e me beijou, batendo rapidamente em meus bolsos, ouvindo assim o trincado dos talheres. E perguntou-me o que era aquilo. Pálido, respondi que estava indo almoçar, que morava na casa dos estudantes, e contei toda a história. Daí, como diz a gíria, toda aquela paixão que ela sentia por mim sumiu. Não num piscar de olhos, mas num trincar de talheres.
Ainda falando de minha época de estudante, já na capital, recordo-me que, para satisfazer nossos desejos sexuais, era comum irmos a cabarés e casas de meretrizes. E isso era negócio de muita renda! Ninguém mantinha relacionamento sexual com suas namoradas, isso não existia, não tinha esse negócio de "ficar". Era normal que os rapazes de 18 anos frequentassem todas as casas noturnas existentes. Se não fossem encontrados por lá, eram tachados de "homossexuais". A zoofilia também era prática usual. Namorada era só para pegar na mão, beijar, desfilar na praça e sonhar, sonhar muito.
O costume era dormir com as portas ou janelas abertas no período de muito calor. Não existiam ladrões e a violência beirava a zero! O furto não era furto, era uma coisa fortuita: após as serenatas, que eram moda, varávamos a madrugada e saltávamos o famoso muro de Guiomar para roubarmos metros e metros de linguiça. Tínhamos o auxílio de um dos serviçais: o mudo de Guiomar. No dia seguinte, assistíamos ao drama da figura lesada com risos de dar até dor de barriga. (o mudo de Guiomar, Vicente, de saudosa memória - era serviçal e nosso amigo inconteste; ele sempre queria estar a serviço de todos).
Uma das coisas de que morro de saudade era o crédito aberto a todos em todas as bodegas, bares e quiosques da cidade, que apesar de poucos e com a moeda estável, tudo era vendido a prazo, ou seja, anotado no caderno, caderneta ou numa folha de papel à vulso; desde a bodega do Capitão Hamilton até o Bar central de Everton. Ainda hoje, quando chego a qualquer restaurante do País, sempre pergunto, com muita saudade, se ali vende fiado ou no caderno ou numa caderneta, sendo a resposta sempre negativa. Inconformado, pergunto em quem ele mais acredita, se em Deus ou se em mim? Estupefatos, rapidamente respondem: em Deus! E aí, completo: então, Deus lhe pague!
Sempre fui uma pessoa ativa, criando, inovando e participando constantemente da vida de Jaicós. Na adolescência, idealizei e criei o primeiro conjunto musical de cordas da região, Os Inocentes — eram guitarras. Com o apoio e incentivo do prefeito, Renato Luz, o grupo fez muito sucesso na época. Antes, porém, já havíamos formado um conjunto com latas, tambores e violão, que recebeu o nome de Os Tremendões. Chamamos a atenção de todos, até chegar ao “Os Inocentes”. Nossa influência eram os Beatles e a Jovem Guarda, que estavam no auge e influenciavam não só a nós, da pequena Jaicós, mas todo o planeta, tal era a febre da época. Concomitantemente, surgiam em Picos, ¨OS LEÕES¨ e em Teresina, “OS BRASINHAS”, grupos musicais da mais alta qualidade. Eram nossos concorrentes, mas creiam, uma concorrência tão sadia quanto a nossa convicção de que cada um era melhor que o outro! Olha, havia fãs, de carteirinha e tudo, que faziam sacrifícios para assistir aos nossos ensaios! Um deles era Nanana. Hoje, respeitável detentor do maior arquivo da história cultural de Picos, do Piauí e do Brasil, e ele com certeza, brevemente, abrirá esse acervo a todos quantos queiram pesquisar a nossa história.
Apesar de a cidade não ter campo de futebol oficial, a prática desportiva era feita nos poeirões, campos abertos onde quem chegasse primeiro formava as equipes que iam jogar. Os jogos com equipes de outros lugarejos ou cidades eram bastante disputados e prestigiados, pois a cidade inteira era convidada a assistir e a torcer fortemente. Quando o time convidado ganhava o jogo, era um problema sério: saía até pancada, a torcida não perdoava.
Além de gostar de música, dos movimentos e dos grupos que badalavam a cidade, eu tinha um outro objetivo: dar prosseguimento aos estudos. Por conta disso, minha temporada nos Inocentes foi curta; eu logo concluí o ginásio. Fiquei seis meses sem estudar, mas sentindo falta. A vontade que eu tinha de continuar minha vida estudantil era muito grande. Em cidade pequena, não se tem muito para fazer e eu vivia na ociosidade. Era a mesmice de sempre: jogar bola, tocar violão, brincar e namorar, além de sentir uma saudade enorme dos colegas que prosseguiram com os estudos noutro centro.
Certo dia, cansado dessa mesmice, resolvi buscar novos horizontes. Em Jaicós não tinha mais nada que despertasse meu interesse, por isso deixei a boemia para trás e fui estudar em Teresina.
Mas, quando fui estudar em Teresina, já era o tempo das vacas magras, pois minha mãe já estava descapitalizada. Ela não sabia movimentar o dinheiro herdado e havia a praxe de ajudar: emprestar, sem limite de prazo, a primos e sobrinhos, a quem estivesse precisando de uma ajuda. Ademais, não havia inflação e a moeda forte era a cera de carnaúba, a qual possuía em grande estoque, não havendo pressa para nada. Obviamente, a recuperação era muito difícil, era uma espécie de doação.
Assim, tornei-me um estudante pobre. Tive que morar em casas de estudantes, que eram mal assistenciadas pelo governo. Dormíamos no chão, armávamos redes nos caibros, alimentávamo-nos em outra casa de estudante a três quilômetros de distância. Alimentação muito fraca, nada balanceada. Foi uma época realmente de muito sacrifício, não tenho palavras para registrar as coisas por que passei naquele tempo.
Um fato muito interessante aconteceu comigo. Quando saí de Jaicós, todos me tomavam como o filho de família nobre e rica, que foi estudar na capital. Ao passar férias em outra cidade do Piauí, conheci uma menina muito bonita, rica, inteligente e de família tradicional. Conquistei-a, namoramos, e ela, sabendo de minha procedência, apaixonou-se e teve até vontade de casar.
Continuamos nosso namoro em Teresina, onde ela também fora estudar. Morava com um tio que era secretário do governo Lucídio Portela e tinha uma vida social muito agitada na capital.
O nosso namoro progredia. Mas ela continuava sem saber que eu não era mais aquele estudante de família rica, e nem que eu morava em casa de estudante e era chapeiro da UPES (União Piauiense Dos Estudantes Secundários). Até que um dia uma amiga dela lhe contou a grande realidade. Ela, sem acreditar, disse que conhecia todos os meus familiares, que eram pessoas nobres, ricas e tradicionais de Jaicós.
A colega, que morava no meio do percurso que fazíamos para almoçar, propôs um desafio a minha namorada: que ela ficasse esperando eu passar, me desse um beijo, me abraçasse e batesse com a mão em meus bolsos. Se ouvisse um tilintar metálico, a colega estaria com a razão; do contrário, perderia a aposta. O barulho era dos talheres que os estudantes carregavam consigo para fazer suas refeições. E assim foi feito. Ela me surpreendeu na esquina da casa da colega, me abraçou e me beijou, batendo rapidamente em meus bolsos, ouvindo assim o trincado dos talheres. E perguntou-me o que era aquilo. Pálido, respondi que estava indo almoçar, que morava na casa dos estudantes, e contei toda a história. Daí, como diz a gíria, toda aquela paixão que ela sentia por mim sumiu. Não num piscar de olhos, mas num trincar de talheres.
Ainda falando de minha época de estudante, já na capital, recordo-me que, para satisfazer nossos desejos sexuais, era comum irmos a cabarés e casas de meretrizes. E isso era negócio de muita renda! Ninguém mantinha relacionamento sexual com suas namoradas, isso não existia, não tinha esse negócio de "ficar". Era normal que os rapazes de 18 anos frequentassem todas as casas noturnas existentes. Se não fossem encontrados por lá, eram tachados de "homossexuais". A zoofilia também era prática usual. Namorada era só para pegar na mão, beijar, desfilar na praça e sonhar, sonhar muito.
EDUCAÇÃO
No que diz respeito à educação, os programas e planos que fazíamos mudavam quase que anualmente, dependendo do lugar e da estrutura financeira da família. Em algumas comunidades, os que tinham condições contratavam mestres-escolas, professores leigos que saíam de casa em casa ensinando as crianças a ler, a escrever e a fazer as operações básicas de matemática – somar, multiplicar, dividir e subtrair. Depois dessa fase, era preciso considerar o poder aquisitivo da família. Se fosse bom, os homens poderiam continuar a estudar e prestar o exame de admissão ao ginásio, que era um verdadeiro vestibular. Seguiam o curso normal e iam estudar nos grandes centros: Teresina, Salvador, Recife, Fortaleza. As mulheres iam aprender as prendas do lar, e por mais evoluída que fosse a família, elas eram sempre encaminhadas para escola de formação de professores, eram as normalistas.
Fui matriculado, entre sete e nove anos de idade, fase permitida para iniciar os estudos, no colégio Anísio de Abreu, rede pública de ensino, onde atualmente funciona um núcleo da Uespi – Universidade Estadual do Piauí, em Jaicós. Fica bem próximo à Praça da Juventude, que é também conhecida como Praça José Washington, em uma homenagem a um dos componentes do conjunto Os Inocentes. É nesse local que lançaremos esta obra, o CD e DVD, e a banda Resgate Cultural Sólon Reis.
Fui matriculado, entre sete e nove anos de idade, fase permitida para iniciar os estudos, no colégio Anísio de Abreu, rede pública de ensino, onde atualmente funciona um núcleo da Uespi – Universidade Estadual do Piauí, em Jaicós. Fica bem próximo à Praça da Juventude, que é também conhecida como Praça José Washington, em uma homenagem a um dos componentes do conjunto Os Inocentes. É nesse local que lançaremos esta obra, o CD e DVD, e a banda Resgate Cultural Sólon Reis.
Estudei no colégio Anísio de Abreu, depois fiz um ano no pré-seminário de Picos e fui para a CNEC – Companhia Nacional de Escolas da Comunidade, recém-criada em Jaicós, a primeira do Piauí. Não era uma entidade pública, mas filantrópica. Foi onde iniciei e concluí o ginásio, tendo sido orador oficial da turma de colação de grau. Daí, fui estudar no colégio Zacarias de Góes, em Teresina, onde conclui o Científico, hoje Ensino Médio. Fiz cursinho preparatório para o vestibular, que era particular, porque não existiam cursinhos públicos. Foi o único colégio particular em que estudei em toda a minha vida.
ATENDENDO A UM CHAMADO MAIS FORTE
Fazendo uma análise da minha situação na época, e considerando as condições que a região oferecia, eu tinha tudo para ter parado de estudar. Primeiro, porque a região era carente de escolas e proporcionava apenas o ginásio. Depois, pela precocidade da viuvez de minha mãe. Eu era o único filho homem, órfão de pai aos dois anos de idade e, por conta disso, era estimulado a ficar em Jaicós, ao lado dela. Ao invés de estudar fora, a única possibilidade era tornar-me comerciante, um dos grandes, por causa da estrutura financeira de que ela dispunha. Minha mãe tinha medo de se sentir só, abandonada pelo filho. Assim como hoje, naquela época, os pais tinham receio de deixar os filhos estudarem fora, em outros centros. Para tentar me proteger do mundo, minha mãe apresentava propostas e mais propostas para que eu ficasse em Jaicós. As propostas eram tentadoras para a época, mas talvez eu não tivesse as tendências naturais de seguir com a profissão de agricultor ou com a de comerciante. Havia muito mais probabilidade de eu não conseguir a formação profissional que tive do que para tê-la. Pois, quem renunciaria a uma proposta de ser um grande comerciante, em tenra idade? Mesmo assim, mesmo com muitas opiniões contrárias, deixei as regalias, o conforto do lar e da proteção materna, deixei tudo e todos para atender a um sentimento, a um desejo, a um chamado muito forte pelo conhecer, pelas letras, pela ciência, pela cultura.
ATENDENDO A UM CHAMADO MAIS FORTE
Fazendo uma análise da minha situação na época, e considerando as condições que a região oferecia, eu tinha tudo para ter parado de estudar. Primeiro, porque a região era carente de escolas e proporcionava apenas o ginásio. Depois, pela precocidade da viuvez de minha mãe. Eu era o único filho homem, órfão de pai aos dois anos de idade e, por conta disso, era estimulado a ficar em Jaicós, ao lado dela. Ao invés de estudar fora, a única possibilidade era tornar-me comerciante, um dos grandes, por causa da estrutura financeira de que ela dispunha. Minha mãe tinha medo de se sentir só, abandonada pelo filho. Assim como hoje, naquela época, os pais tinham receio de deixar os filhos estudarem fora, em outros centros. Para tentar me proteger do mundo, minha mãe apresentava propostas e mais propostas para que eu ficasse em Jaicós. As propostas eram tentadoras para a época, mas talvez eu não tivesse as tendências naturais de seguir com a profissão de agricultor ou com a de comerciante. Havia muito mais probabilidade de eu não conseguir a formação profissional que tive do que para tê-la. Pois, quem renunciaria a uma proposta de ser um grande comerciante, em tenra idade? Mesmo assim, mesmo com muitas opiniões contrárias, deixei as regalias, o conforto do lar e da proteção materna, deixei tudo e todos para atender a um sentimento, a um desejo, a um chamado muito forte pelo conhecer, pelas letras, pela ciência, pela cultura.
PROFESSOR
Eu pensava que o dinheiro da minha mãe não acabaria nunca. Pois acreditava que aqueles empréstimos, mesmo sem limite de prazo, viessem a ser um dia recuperados. Tive meus momentos de boemia, de danações de vida de rico, mas nunca abandonei minha meta maior: conquistar uma profissão e abraçá-la com toda minha determinação.
Em dado momento o dinheiro fraquejou, o empréstimo não voltou, não por negação, mas por dificuldade dos credores em manter seus compromissos, devido à crise econômica nacional que, por ironia do destino, se prolonga até hoje. E por falta de condições de pagar o cursinho, retornei à minha querida e amada terra. Aqui, exerci o magistério com muito prazer e honra, sendo professor voluntário de Ciências do colégio CNEC, no Ginásio Padre Marcos, atual Pequeno Polegar.
Em dado momento o dinheiro fraquejou, o empréstimo não voltou, não por negação, mas por dificuldade dos credores em manter seus compromissos, devido à crise econômica nacional que, por ironia do destino, se prolonga até hoje. E por falta de condições de pagar o cursinho, retornei à minha querida e amada terra. Aqui, exerci o magistério com muito prazer e honra, sendo professor voluntário de Ciências do colégio CNEC, no Ginásio Padre Marcos, atual Pequeno Polegar.
Lembro-me muito bem da época. Jaicós não tinha luz elétrica; o apagão era oficial. A energia era mantida com um motor a diesel, cujo nome era Usina de Força. A luz era apagada às 21 horas. Às vezes passávamos meses sem luz, porque nem sempre a Prefeitura podia comprar combustível; era um problema crônico, tal qual hoje, a coisa pública sempre reclama de escassez de verba! Assim sendo, tive que tomar emprestado do finado George o único "Aladim" de Jaicós, para varar horas à noite estudando para o vestibular. Com esse esforço, o resultado foi satisfatório. Fui aprovado no vestibular para Medicina na Universidade Federal de Pernambuco! Eita, era coisa demais! Lembro que o meu desejo era fazer faculdade em Teresina, mas na época havia comentários sobre a ocorrência de fraudes no vestibular. Diante disso, fiquei receoso e na última hora optei por Recife, para minha felicidade.
MEDICINA
Quando cursava o 2º grau, eu me perguntava que profissão gostaria de seguir. Buscava dentro de mim uma vocação. Acabei por descobrir a medicina, que já estava nas veias, pois não era o primeiro da família, nem seria o último. Em minha pesquisa, descobri que meus antepassados tinham muito disso. Por exemplo, o meu avô, Sólon Reis, foi o primeiro farmacêutico prático de Jaicós. Apesar de não tê-lo conhecido, sua história é bem sabida pelos mais velhos da terra do galo. Também meu tio Cícero foi médico em Jaicós, e depois chegou a ser prefeito e deputado.
Outro que enveredou pelos caminhos da saúde foi o meu tio Justino Luz. Foi um dos grandes farmacêuticos de Picos e região. Era considerado como médico e chegou a ser prefeito de Picos cinco vezes, no período da ditadura de Vargas. (Ao experimentar uma eleição democrática vitoriosa, comentou: compadre Helvídio, pode quem quiser achar que este tal regime democrático seja bom, mas eu mesmo preferia o Estado Velho!) Todo esse histórico deve ter me influenciado. Não descarto que a Medicina estava no meu sangue; eu tinha esse ideal dentro de mim, como uma vocação nata, e lutei muito por ele.
O início da minha vida universitária foi marcado, então, por um vexame financeiro ainda maior. A todas as dificuldades já relatadas, somava-se a agrura de morar em outro Estado, onde tudo era mais caro, distante e diferente. As barreiras se misturavam com o hilário de ter passado no vestibular! Nada até hoje se igualou àquela época...!
Tive que alugar o quarto mais barato de uma pensão. O cômodo ficava no subterrâneo, no porão. Logo veio o período do inverno. Por dormir naquele quarto sem circulação de ar, cheio de mofo, e somado a uma alimentação precária, contraí uma pneumonia muito difícil de ser tratada.
Minha mãe, ao tomar conhecimento da situação, pediu, por carta ou por Morse – não existia telefone – ao meu primo ilustre do Recife, o desembargador Aderson Antão de Carvalho – que mais tarde foi governador de Pernambuco por seis meses – que interviesse na situação delicada do filho. Muito ligado às raízes da família, meu primo conseguiu um internamento no Hospital do Exército, também chamado Hospital Geral do Recife, no centro da cidade. Lá, fui tratado por uma equipe de alto nível, na ALA DOS OFICIAIS, sempre com as recomendações do primo ilustre. Depois de curado, consegui uma vaga no alojamento de estudantes que o hospital mantinha regularmente, destinado ao apoio de estudantes pobres (uma espécie de residência acadêmica). A única coisa que não foi regular foi a minha admissão nesse alojamento, pois havia uma seleção rigorosa e prévia, sempre no início do ano, obedecendo aos mais variados critérios, sendo o mais poderoso destes o do Q.I. (quem indica). Depois disso, tive tudo o que pedi a Deus: alimentação balanceada, moradia qualificada e condições para estudar. Tudo de graça! Foi uma verdadeira reviravolta, sacudida de esperança que aconteceu em minha vida.
No hospital, fundei a associação dos estudantes estagiários do HGR e elegi-me presidente. Desenvolvi vários trabalhos de pesquisas e de beneficência, internos e externos, e fui eleito o primeiro estudante membro nato do Conselho de Ensino e Pesquisa daquela instituição. Já gozava da confiança e estima do diretor, Cel. Luiz Antonio Coimbra de Castro. Ele sempre determinava, em alto e bom tom, que me abrissem oportunidades de aprendizagem, inclusive a que mais me interessava, que era a chefia do bloco cirúrgico. Era o empurrão que me faltava, agora era deitar e rolar! Já tinha colegas ricas que me pegavam pra passear em seus carros. No final de semana, podia gozar do carinho e da amizade dos familiares ricos de Olinda, eram desembargadores e suas famílias, com destaque carinhoso para Sóter e Nazinha. A coisa tinha mudado de rumo! Era só alegria. Tudo por conta de uma carta de minha mãe ao primo ilustre! Na faculdade, criamos a turma do "batuque da moringa", para promover nosso próprio lazer a baixo custo. A Rua das Ninfas era outro point dos acadêmicos picoenses. Ficou imortalizada em nossas memórias! O dinheiro, que antes era escasso, agora já dava para muita coisa e as namoradas já pintavam no terreiro. Não me lembro de tempo melhor! Amo Recife!
Outro que enveredou pelos caminhos da saúde foi o meu tio Justino Luz. Foi um dos grandes farmacêuticos de Picos e região. Era considerado como médico e chegou a ser prefeito de Picos cinco vezes, no período da ditadura de Vargas. (Ao experimentar uma eleição democrática vitoriosa, comentou: compadre Helvídio, pode quem quiser achar que este tal regime democrático seja bom, mas eu mesmo preferia o Estado Velho!) Todo esse histórico deve ter me influenciado. Não descarto que a Medicina estava no meu sangue; eu tinha esse ideal dentro de mim, como uma vocação nata, e lutei muito por ele.
O início da minha vida universitária foi marcado, então, por um vexame financeiro ainda maior. A todas as dificuldades já relatadas, somava-se a agrura de morar em outro Estado, onde tudo era mais caro, distante e diferente. As barreiras se misturavam com o hilário de ter passado no vestibular! Nada até hoje se igualou àquela época...!
Tive que alugar o quarto mais barato de uma pensão. O cômodo ficava no subterrâneo, no porão. Logo veio o período do inverno. Por dormir naquele quarto sem circulação de ar, cheio de mofo, e somado a uma alimentação precária, contraí uma pneumonia muito difícil de ser tratada.
Minha mãe, ao tomar conhecimento da situação, pediu, por carta ou por Morse – não existia telefone – ao meu primo ilustre do Recife, o desembargador Aderson Antão de Carvalho – que mais tarde foi governador de Pernambuco por seis meses – que interviesse na situação delicada do filho. Muito ligado às raízes da família, meu primo conseguiu um internamento no Hospital do Exército, também chamado Hospital Geral do Recife, no centro da cidade. Lá, fui tratado por uma equipe de alto nível, na ALA DOS OFICIAIS, sempre com as recomendações do primo ilustre. Depois de curado, consegui uma vaga no alojamento de estudantes que o hospital mantinha regularmente, destinado ao apoio de estudantes pobres (uma espécie de residência acadêmica). A única coisa que não foi regular foi a minha admissão nesse alojamento, pois havia uma seleção rigorosa e prévia, sempre no início do ano, obedecendo aos mais variados critérios, sendo o mais poderoso destes o do Q.I. (quem indica). Depois disso, tive tudo o que pedi a Deus: alimentação balanceada, moradia qualificada e condições para estudar. Tudo de graça! Foi uma verdadeira reviravolta, sacudida de esperança que aconteceu em minha vida.
No hospital, fundei a associação dos estudantes estagiários do HGR e elegi-me presidente. Desenvolvi vários trabalhos de pesquisas e de beneficência, internos e externos, e fui eleito o primeiro estudante membro nato do Conselho de Ensino e Pesquisa daquela instituição. Já gozava da confiança e estima do diretor, Cel. Luiz Antonio Coimbra de Castro. Ele sempre determinava, em alto e bom tom, que me abrissem oportunidades de aprendizagem, inclusive a que mais me interessava, que era a chefia do bloco cirúrgico. Era o empurrão que me faltava, agora era deitar e rolar! Já tinha colegas ricas que me pegavam pra passear em seus carros. No final de semana, podia gozar do carinho e da amizade dos familiares ricos de Olinda, eram desembargadores e suas famílias, com destaque carinhoso para Sóter e Nazinha. A coisa tinha mudado de rumo! Era só alegria. Tudo por conta de uma carta de minha mãe ao primo ilustre! Na faculdade, criamos a turma do "batuque da moringa", para promover nosso próprio lazer a baixo custo. A Rua das Ninfas era outro point dos acadêmicos picoenses. Ficou imortalizada em nossas memórias! O dinheiro, que antes era escasso, agora já dava para muita coisa e as namoradas já pintavam no terreiro. Não me lembro de tempo melhor! Amo Recife!
Comecei a trabalhar já no 4º ano de medicina, com a aprovação nos concursos para maternidades e para o hospital de restauração, do qual recebia uma bolsa de estudos que ajudava nas despesas. Concomitantemente, nos finais de semana, tirava plantões remunerados em hospitais de BRs, muito comuns em Pernambuco, sempre com a supervisão do médico plantonista. Era uma espécie de extensão da faculdade. Foi a época em que conheci Dra. Zita Rita Tinoco, obstetra, proprietária de três hospitais e que adotou como cupicha (aluno extracurricular), a mim e ao meu colega Evandro Falcão.
Com essas atividades, tornei-me o que se chamava naquela época de rato de hospitais, acumulando cargos de chefia em vários deles.
Depois de enfrentar muitos altos e baixos, consegui concluir meu curso de Medicina no dia 13 de julho de 1978, na Universidade Federal do Recife.
E assim que concluí o curso de medicina, recebi convite imediato para ingressar no exército e continuar naquele hospital, onde eu tinha convívio científico e pessoal muito salutar.
Mas nada me demovia do ideal de voltar para Jaicós!
Essa minha paixão por Jaicós parecia até uma coisa doentia, pois me imaginava uma ferramenta imprescindível e urgente diante de uma cidade amada e cheia de necessidades, por vezes me imaginando ser até o salvador da Pátria diante de uma realidade de vida que fazia pena e dó de se ver! E essa situação muito me influenciou no período de faculdade, pois tudo o que via por lá, parecia que se identificava com as necessidades de Jaicós, e aí meu camarada, agigantava-me a fome de aprender! Até parecia que não bastaria ser médico, mas sim médico de Jaicós. E quem se atreve ser herói em sua terra tem que se armar triplamente!
PERGUNTASSEM-ME HOJE: E AÍ, VALEU?
Diria que, olhando do alto destes 30 anos, tive muitas conquistas e muitas desilusões, sendo que estas se sobrepõem, apenas, por serem mais doídas. E como já ensina a Bíblia, que é mais difícil ser profeta em sua casa, aconselho aos novos que voltem, mas é bom pensar 30 vezes antes de tomar esta decisão.
Aqui estou eu. Realizando este sonho que parecia impossível, tendo-se passados 30 anos de sacerdócio da Medicina, tenho a convicção de que, ao longo dos anos, tenho me esforçado, me dedicado e cumprido minha missão. Acredito que ainda tenho muito a contribuir em nossa sociedade.
Com essas atividades, tornei-me o que se chamava naquela época de rato de hospitais, acumulando cargos de chefia em vários deles.
Depois de enfrentar muitos altos e baixos, consegui concluir meu curso de Medicina no dia 13 de julho de 1978, na Universidade Federal do Recife.
E assim que concluí o curso de medicina, recebi convite imediato para ingressar no exército e continuar naquele hospital, onde eu tinha convívio científico e pessoal muito salutar.
Mas nada me demovia do ideal de voltar para Jaicós!
Essa minha paixão por Jaicós parecia até uma coisa doentia, pois me imaginava uma ferramenta imprescindível e urgente diante de uma cidade amada e cheia de necessidades, por vezes me imaginando ser até o salvador da Pátria diante de uma realidade de vida que fazia pena e dó de se ver! E essa situação muito me influenciou no período de faculdade, pois tudo o que via por lá, parecia que se identificava com as necessidades de Jaicós, e aí meu camarada, agigantava-me a fome de aprender! Até parecia que não bastaria ser médico, mas sim médico de Jaicós. E quem se atreve ser herói em sua terra tem que se armar triplamente!
PERGUNTASSEM-ME HOJE: E AÍ, VALEU?
Diria que, olhando do alto destes 30 anos, tive muitas conquistas e muitas desilusões, sendo que estas se sobrepõem, apenas, por serem mais doídas. E como já ensina a Bíblia, que é mais difícil ser profeta em sua casa, aconselho aos novos que voltem, mas é bom pensar 30 vezes antes de tomar esta decisão.
Aqui estou eu. Realizando este sonho que parecia impossível, tendo-se passados 30 anos de sacerdócio da Medicina, tenho a convicção de que, ao longo dos anos, tenho me esforçado, me dedicado e cumprido minha missão. Acredito que ainda tenho muito a contribuir em nossa sociedade.
RETORNO
Contudo, havia me esquecido de um detalhe: o de perguntar a Jaicós se ela estava também querendo ou precisando do meu retorno!
Ao voltar para Jaicós, recém-formado, não encontrei emprego imediato porque, na época, o clima político discriminava os filhos da terra que queriam voltar para o torrão natal. Até os de fora que chegavam não podiam permanecer por muito tempo, para não adquirirem força política. Aliás, até hoje, aqui e em todo lugar pequeno, acontece o mesmo! Todo cuidado é pouco quando se trata de ameaças externas à liderança interiorana.
Assim, meu primeiro contrato com a prefeitura findou-se rapidamente. Não havia oportunidade de emprego na minha cidade, então fui para Picos, onde também enfrentei as mesmas dificuldades. Mas, graças à intervenção de minha prima Leda Luz, de grande influência política, consegui trabalhar no hospital Justino Luz. Haviam dois grandes convênios na área de saúde: o INAMPS ( INSTITUTO DE ASSISTENCIA E PREVIDÊNCIA DE SAÚDE ) que pagava bem aos credenciados, mas este era exclusivo dos protegidos pelo sistema político dominante, e o FUNRURAL que assistia aos trabalhadores rurais e aos indigentes. Sendo preterido dos privilégios, abracei de corpo e alma os indigentes e o FUNRURAL, tanto pela minha fome do exercício da medicina como pela minha identificação com os mais humildes. Assim sendo estes haviam ganhado um aliado aguerrido, o que perdura até hoje. O bom desempenho que tive em Picos abriu minhas portas em Jaicós. Era tudo assim, não existia concurso público e tudo era resolvido por influência política. Porém, o que mais me entristece é que hoje, 30 anos depois, a nefasta discriminação continua; agora, com a manipulação política dos concursos públicos. Eu próprio e meu primo Dr. Ozanan recentemente, tivemos que optar em fazer o concurso para médico da família em Picos, onde a concorrência era mais difícil, preterindo a nossa própria terra, por temos consciência que a fraude prevaleceria. Aliás, a fraude está escancarada na cara de todos os municípios que fizeram esse concurso! E essa tendência ainda vai continuar por mais um século.
Meu primeiro emprego em Jaicós, em 1978, foi na Prefeitura Municipal e na Unidade Mista de Saúde, na Rua Dix Septo Rosado. Lá, fiz uma revolução em termos de medicina. Há muito tempo, por cerca de 20 anos, não era realizada uma cirurgia em minha cidade. A mortalidade materna e infantil era muito grande, por conta de muito descaso com a saúde.
Minha chegada a Jaicós teve um grande impacto, pois passei a realizar cirurgias, como nunca foram feitas no passado. O único cirurgião que pisou em Jaicós, o carioca Dr. Luverci, era do tempo glorioso e triste do fórceps. Eu trabalhava com uma medicina muito mais avançada e atualizada, de forma que foi grande o impacto. Dr. Ozanan Barros fazia a parte clínica e eu fazia a parte cirúrgica e obstétrica. Foi tão grande a revolução na saúde de Jaicós e de cidades vizinhas – Massapê, Patos, Campo Grande, Belém; todos os povoados vinham se apoiar em nossos serviços. Rapidamente ganhamos a eleição para a Prefeitura de Jaicós, derrotando uma ala tradicionalmente imbatível! Era mudança pra 20 anos, mas só ficou num mandato. Então, tinham razão, não era? Não deviam mesmo criar cobras para depois mordê-los! Não, eu pertencera a essa ala e tinha sido rejeitado! Daí a revanche! A mudança também aconteceu em Picos, com Dr. Abel de Barros, meu compadre e amigo. Era populista e permaneceu 20 anos no poder!
Criei, em sociedade com o Dr. Ozanan Barros, meu primo, a Climej – Clínica Médica de Jaicós –, espécie de UNIMED, a primeira da região. Tão grande foi o sucesso que criei outra para a microrregião de Picos, com mais de cinco mil associados e 33 médicos prestadores de serviços credenciados. Foi uma revolução, mas não resistiu às consecutivas secas na região.
Nem tudo era calmaria, porém. Ao mesmo tempo, tinha o desafio de cuidar dos pacientes. Até ameaça de morte enfrentei, quando fazia cirurgia em uma criança cujo pai ameaçou-me de morte, caso a criança não escapasse. Foi um deus-nos-acuda!
De outra feita, um fato aconteceu em Conceição do Canindé, povoado de Santo Antônio. Lá para mais de meia-noite, num forró de chão batido e a lampião de gás, eu dançava muito animado com uma garota bonita da região. Ora, eu era novo, bonito e doutor, não era pouca coisa não! Mal eu sabia que dançava com a filha de um afamado da região que, segundo me contaram, planejava: se ele pender pro lado da moita, ele casa aqui mesmo ou nós capa!
E assim fui escapando, saltando fogueiras até encontrar minha cara metade, Márcia. Entre tantos talentos, possui o de Elisabete II, mas que escolheu ser apenas Rainha de nossa família! Um detalhe: casei-me aos 36 anos, após 30 dias de namoro, e fugido. Não tinha nenhuma necessidade disso, pois somos parentes, até. Será síndrome de filho único? Não sei. Filho único e órfão de pai, é dose dupla, tem sempre uma dependência maior da mãe, ficando difícil materializar a separação umbilical. Contudo, para nossa felicidade, caminhamos hoje para as Bodas de Prata. Claro, não são somente brisas, temos todos os temperos inerentes à fórmula. Temos três lindos e maravilhosos filhos: Solana Márcia, Sólon Filho e Alana Márcia. Nosso grandioso e belo patrimônio!
Fico muito preocupado quando vejo aqueles casais engomadinhos, vivendo com a felicidade dos anjos! Para mim, casamento é a coabitação das diferenças! E aí, meu camarada, engomadinho não aguenta. A paz cansada da paz, suscita a guerra; a guerra, cansada da guerra, estimula a paz! E assim por diante. É administração de conflitos, nunca uma coisa engomadinha! Tem sido sempre desse jeito, desde os primórdios da vida. E se se acrescentar aí uma dosinha a mais de compulsão ou depressão ou paranoia, é bom procurar ajuda médica!
Também trabalhei no hospital Florisa Silva, em Jaicós. Em pouco tempo, construí meu próprio hospital, a Casa de Saúde Joaquim Solon Reis, em homenagem ao meu avô. Foi um investimento alto, além das minhas posses, uma obra pioneira e quase inacreditável aos olhos da época. Para a concretização desse sonho, contei com o apoio popular. Eles não mediram esforços: ajudaram tanto na construção e na realização de bingos e rifas para arrecadação de fundos, quanto na luta pelo credenciamento do SUS, organizando um inédito abaixo-assinado de cinco mil cidadãos jaicoenses. O documento foi encaminhado às autoridades municipais, estaduais e federais, e solicitava o imediato credenciamento do Hospital ao SUS, única fonte mantenedora da região, em 1994. À época eu dizia: plantei uma semente em meio a xiquexiques e mandacarus!
Naquela oportunidade, recebi apoio até do então deputado estadual e atual governador Wellington Dias, que se pronunciou, da tribuna, a favor do credenciamento do Hospital ao SUS.
Trecho do então deputado Wellington Dias da tribuna da câmara:
Transcrito na íntegra
“18/04/1996
O SR. WELLINGTON DIAS (PT)
Senhor presidente, eu acho que fica até mais fácil depois que o deputado Wilson Martins se colocou aqui.
Eu também tenho conhecimento desta regra, da facilidade que deve ser o credenciamento de unidades de saúde.
Ocorre que, sem maior explicação, vem sendo protelado este convênio.
Tenho aqui em minhas mãos um protocolo ainda do tempo do IAPAS de 29 de março de 1979, que foi solicitado o credenciamento desta clínica que hoje transformada em centro de saúde (29 de março de 1979). Tem outro protocolo aqui, pedindo o mesmo credenciamento em 30 de abril de 1982; e aí foi dada entrada em um outro, agora em setembro de 94. E essa coisa que ganhou tanto corpo lá na região, que eu tenho aqui em mãos um abaixo-assinado, lá da terra do nobre deputado Humberto Reis, um abaixo-assinado com cinco mil assinaturas, cinco mil assinaturas de populares lá da região, pedindo o credenciamento desta unidade de saúde que, segundo dizem, têm melhores condições do que a do estado. Se isso não bastasse, tem aqui um pedido, como diz aí no requerimento de prefeitos: está aqui o Sr. Elias João Ramos, aliás, Elias Jacó Ramos, prefeito de Jaicós; Aluízio Coelho dos Reis, prefeito de Patos do Piauí; Raimundo Nonato Maia, prefeito de Itainópolis, lá da terra do nobre deputado Tadeu Maia; Márcia Neide de Macedo, não sei se é Soares, aqui de Padre Marcos; Luiza Ana da Costa e Silva, que é coordenadora da pastoral da saúde de Jaicós; Luiza Mendes de Carvalho Neto, que é da defesa civil de Jaicós; José Veloso, que é do sindicato dos trabalhadores rurais de Jaicós... Enfim, eu quero aqui nesta casa, que eu confesso que, a idéia era de que não precisasse mesmo esse tipo de requerimento. Mas, como não chegou diante de tanta farta documentação, nós nos vimos aqui no direito de ver se a Assembléia também coloca uma posição, pela importância que tem. Eu acho que o nobre deputado Umberto Reis conhece lá a casa de saúde Joaquim Sólon Reis. Confesso que nem a conheço, nem aos seus dirigentes, mas, pela importância que tiveram esses requerimentos dessas pessoas, eu me vi com a idéia de que também a Assembléia também se posicionasse, no sentido de que o Governador do Estado e o Secretário de Saúde possam viabilizar o atendimento desse pleito, que não é só de algumas pessoas, é de um conjunto significativo de pessoas. É esse o apelo que a gente faz aqui, e esperamos a aprovação.”
E foi aprovado por unanimidade dos pares.
Mas, por incrível que pareça, foi justamente no primeiro governo Wellington Dias que, numa medida unilateral, reduziram nossa capacidade de internamentos hospitalares a quase zero, tendo como secretário de saúde, o hoje deputado federal Nazareno Fonteles, com o pretexto de fazer uma nova redistribuição das ordens de internamentos em detrimento dos hospitais privados!
Até concordo que o SUS priorize os hospitais públicos, mas que, em se tratando de um estado pobre, priorizasse-os onde não houve investimento do setor privado, em respeito e apoio ao empreendedor piauiense. Por outro lado, a sede de verba dos hospitais públicos é crônica e nunca vi resolvê-la liquidando a concorrência benéfica do setor privado.
Aproveito para fazer um pedido em forma de livro: para que voltem nosso teto de internamentos que tanto abrilhantou a história da saúde em nosso estado (como poderão ver nas páginas seguintes), e os programas de mutirões da próstata e da catarata, entre tantos outros que aliviaram o drama social, ainda existente e persistente! Caso não seja atendido, com certeza, será um ato de injustiça irreparável do governo Wellington Dias.
Foi só em 1996 que o Hospital passou a ter convênio com o SUS. O fato se deu através de uma carta à primeira-dama Dra. Ruth Cardoso, na qual, oferecia desolado, nossa estrutura ao seu programa social, ela então a remeteu ao então ministro José Serra, e depois encaminhada ao secretário de Saúde do Piauí, que não teve outra alternativa senão assinar o convênio. Foi o único hospital a conseguir o credenciamento do SUS devido ao forte apelo popular e sem apadrinhamento político. Por isso, até hoje sofre discriminações. A mais pesada delas foi no efêmero governo Hugo Napoleão: diante de uma denúncia cabeluda, em ano eleitoral e, sob a ameaça de perder o cargo de secretário de saúde, este ouviu da poderosa secretaria de saúde de minha cidade e detentora de grande força política: ou fecha o Hospital Solon Reis ou amanhã não estará sentado nesta cadeira! Neste exato momento estava eu, na UTI em São Paulo, convalescente de um infarto do miocárdio!
Ninguém se atrevia a me dar a notícia!
Ao saber da suspensão unilateral do meu Hospital, sem qualquer auditoria, entreguei um ofício ao então deputado estadual e secretário de saúde Paes Landin, solicitando dele uma auditoria comparativa entre os dez melhores hospitais do interior do estado do Piauí, incluindo aí o público, administrado pela solicitante. Com este feito, reabriu nosso hospital restituindo o pagamento suspenso!
Ao voltar para Jaicós, recém-formado, não encontrei emprego imediato porque, na época, o clima político discriminava os filhos da terra que queriam voltar para o torrão natal. Até os de fora que chegavam não podiam permanecer por muito tempo, para não adquirirem força política. Aliás, até hoje, aqui e em todo lugar pequeno, acontece o mesmo! Todo cuidado é pouco quando se trata de ameaças externas à liderança interiorana.
Assim, meu primeiro contrato com a prefeitura findou-se rapidamente. Não havia oportunidade de emprego na minha cidade, então fui para Picos, onde também enfrentei as mesmas dificuldades. Mas, graças à intervenção de minha prima Leda Luz, de grande influência política, consegui trabalhar no hospital Justino Luz. Haviam dois grandes convênios na área de saúde: o INAMPS ( INSTITUTO DE ASSISTENCIA E PREVIDÊNCIA DE SAÚDE ) que pagava bem aos credenciados, mas este era exclusivo dos protegidos pelo sistema político dominante, e o FUNRURAL que assistia aos trabalhadores rurais e aos indigentes. Sendo preterido dos privilégios, abracei de corpo e alma os indigentes e o FUNRURAL, tanto pela minha fome do exercício da medicina como pela minha identificação com os mais humildes. Assim sendo estes haviam ganhado um aliado aguerrido, o que perdura até hoje. O bom desempenho que tive em Picos abriu minhas portas em Jaicós. Era tudo assim, não existia concurso público e tudo era resolvido por influência política. Porém, o que mais me entristece é que hoje, 30 anos depois, a nefasta discriminação continua; agora, com a manipulação política dos concursos públicos. Eu próprio e meu primo Dr. Ozanan recentemente, tivemos que optar em fazer o concurso para médico da família em Picos, onde a concorrência era mais difícil, preterindo a nossa própria terra, por temos consciência que a fraude prevaleceria. Aliás, a fraude está escancarada na cara de todos os municípios que fizeram esse concurso! E essa tendência ainda vai continuar por mais um século.
Meu primeiro emprego em Jaicós, em 1978, foi na Prefeitura Municipal e na Unidade Mista de Saúde, na Rua Dix Septo Rosado. Lá, fiz uma revolução em termos de medicina. Há muito tempo, por cerca de 20 anos, não era realizada uma cirurgia em minha cidade. A mortalidade materna e infantil era muito grande, por conta de muito descaso com a saúde.
Minha chegada a Jaicós teve um grande impacto, pois passei a realizar cirurgias, como nunca foram feitas no passado. O único cirurgião que pisou em Jaicós, o carioca Dr. Luverci, era do tempo glorioso e triste do fórceps. Eu trabalhava com uma medicina muito mais avançada e atualizada, de forma que foi grande o impacto. Dr. Ozanan Barros fazia a parte clínica e eu fazia a parte cirúrgica e obstétrica. Foi tão grande a revolução na saúde de Jaicós e de cidades vizinhas – Massapê, Patos, Campo Grande, Belém; todos os povoados vinham se apoiar em nossos serviços. Rapidamente ganhamos a eleição para a Prefeitura de Jaicós, derrotando uma ala tradicionalmente imbatível! Era mudança pra 20 anos, mas só ficou num mandato. Então, tinham razão, não era? Não deviam mesmo criar cobras para depois mordê-los! Não, eu pertencera a essa ala e tinha sido rejeitado! Daí a revanche! A mudança também aconteceu em Picos, com Dr. Abel de Barros, meu compadre e amigo. Era populista e permaneceu 20 anos no poder!
Criei, em sociedade com o Dr. Ozanan Barros, meu primo, a Climej – Clínica Médica de Jaicós –, espécie de UNIMED, a primeira da região. Tão grande foi o sucesso que criei outra para a microrregião de Picos, com mais de cinco mil associados e 33 médicos prestadores de serviços credenciados. Foi uma revolução, mas não resistiu às consecutivas secas na região.
Nem tudo era calmaria, porém. Ao mesmo tempo, tinha o desafio de cuidar dos pacientes. Até ameaça de morte enfrentei, quando fazia cirurgia em uma criança cujo pai ameaçou-me de morte, caso a criança não escapasse. Foi um deus-nos-acuda!
De outra feita, um fato aconteceu em Conceição do Canindé, povoado de Santo Antônio. Lá para mais de meia-noite, num forró de chão batido e a lampião de gás, eu dançava muito animado com uma garota bonita da região. Ora, eu era novo, bonito e doutor, não era pouca coisa não! Mal eu sabia que dançava com a filha de um afamado da região que, segundo me contaram, planejava: se ele pender pro lado da moita, ele casa aqui mesmo ou nós capa!
E assim fui escapando, saltando fogueiras até encontrar minha cara metade, Márcia. Entre tantos talentos, possui o de Elisabete II, mas que escolheu ser apenas Rainha de nossa família! Um detalhe: casei-me aos 36 anos, após 30 dias de namoro, e fugido. Não tinha nenhuma necessidade disso, pois somos parentes, até. Será síndrome de filho único? Não sei. Filho único e órfão de pai, é dose dupla, tem sempre uma dependência maior da mãe, ficando difícil materializar a separação umbilical. Contudo, para nossa felicidade, caminhamos hoje para as Bodas de Prata. Claro, não são somente brisas, temos todos os temperos inerentes à fórmula. Temos três lindos e maravilhosos filhos: Solana Márcia, Sólon Filho e Alana Márcia. Nosso grandioso e belo patrimônio!
Fico muito preocupado quando vejo aqueles casais engomadinhos, vivendo com a felicidade dos anjos! Para mim, casamento é a coabitação das diferenças! E aí, meu camarada, engomadinho não aguenta. A paz cansada da paz, suscita a guerra; a guerra, cansada da guerra, estimula a paz! E assim por diante. É administração de conflitos, nunca uma coisa engomadinha! Tem sido sempre desse jeito, desde os primórdios da vida. E se se acrescentar aí uma dosinha a mais de compulsão ou depressão ou paranoia, é bom procurar ajuda médica!
Também trabalhei no hospital Florisa Silva, em Jaicós. Em pouco tempo, construí meu próprio hospital, a Casa de Saúde Joaquim Solon Reis, em homenagem ao meu avô. Foi um investimento alto, além das minhas posses, uma obra pioneira e quase inacreditável aos olhos da época. Para a concretização desse sonho, contei com o apoio popular. Eles não mediram esforços: ajudaram tanto na construção e na realização de bingos e rifas para arrecadação de fundos, quanto na luta pelo credenciamento do SUS, organizando um inédito abaixo-assinado de cinco mil cidadãos jaicoenses. O documento foi encaminhado às autoridades municipais, estaduais e federais, e solicitava o imediato credenciamento do Hospital ao SUS, única fonte mantenedora da região, em 1994. À época eu dizia: plantei uma semente em meio a xiquexiques e mandacarus!
Naquela oportunidade, recebi apoio até do então deputado estadual e atual governador Wellington Dias, que se pronunciou, da tribuna, a favor do credenciamento do Hospital ao SUS.
Trecho do então deputado Wellington Dias da tribuna da câmara:
Transcrito na íntegra
“18/04/1996
O SR. WELLINGTON DIAS (PT)
Senhor presidente, eu acho que fica até mais fácil depois que o deputado Wilson Martins se colocou aqui.
Eu também tenho conhecimento desta regra, da facilidade que deve ser o credenciamento de unidades de saúde.
Ocorre que, sem maior explicação, vem sendo protelado este convênio.
Tenho aqui em minhas mãos um protocolo ainda do tempo do IAPAS de 29 de março de 1979, que foi solicitado o credenciamento desta clínica que hoje transformada em centro de saúde (29 de março de 1979). Tem outro protocolo aqui, pedindo o mesmo credenciamento em 30 de abril de 1982; e aí foi dada entrada em um outro, agora em setembro de 94. E essa coisa que ganhou tanto corpo lá na região, que eu tenho aqui em mãos um abaixo-assinado, lá da terra do nobre deputado Humberto Reis, um abaixo-assinado com cinco mil assinaturas, cinco mil assinaturas de populares lá da região, pedindo o credenciamento desta unidade de saúde que, segundo dizem, têm melhores condições do que a do estado. Se isso não bastasse, tem aqui um pedido, como diz aí no requerimento de prefeitos: está aqui o Sr. Elias João Ramos, aliás, Elias Jacó Ramos, prefeito de Jaicós; Aluízio Coelho dos Reis, prefeito de Patos do Piauí; Raimundo Nonato Maia, prefeito de Itainópolis, lá da terra do nobre deputado Tadeu Maia; Márcia Neide de Macedo, não sei se é Soares, aqui de Padre Marcos; Luiza Ana da Costa e Silva, que é coordenadora da pastoral da saúde de Jaicós; Luiza Mendes de Carvalho Neto, que é da defesa civil de Jaicós; José Veloso, que é do sindicato dos trabalhadores rurais de Jaicós... Enfim, eu quero aqui nesta casa, que eu confesso que, a idéia era de que não precisasse mesmo esse tipo de requerimento. Mas, como não chegou diante de tanta farta documentação, nós nos vimos aqui no direito de ver se a Assembléia também coloca uma posição, pela importância que tem. Eu acho que o nobre deputado Umberto Reis conhece lá a casa de saúde Joaquim Sólon Reis. Confesso que nem a conheço, nem aos seus dirigentes, mas, pela importância que tiveram esses requerimentos dessas pessoas, eu me vi com a idéia de que também a Assembléia também se posicionasse, no sentido de que o Governador do Estado e o Secretário de Saúde possam viabilizar o atendimento desse pleito, que não é só de algumas pessoas, é de um conjunto significativo de pessoas. É esse o apelo que a gente faz aqui, e esperamos a aprovação.”
E foi aprovado por unanimidade dos pares.
Mas, por incrível que pareça, foi justamente no primeiro governo Wellington Dias que, numa medida unilateral, reduziram nossa capacidade de internamentos hospitalares a quase zero, tendo como secretário de saúde, o hoje deputado federal Nazareno Fonteles, com o pretexto de fazer uma nova redistribuição das ordens de internamentos em detrimento dos hospitais privados!
Até concordo que o SUS priorize os hospitais públicos, mas que, em se tratando de um estado pobre, priorizasse-os onde não houve investimento do setor privado, em respeito e apoio ao empreendedor piauiense. Por outro lado, a sede de verba dos hospitais públicos é crônica e nunca vi resolvê-la liquidando a concorrência benéfica do setor privado.
Aproveito para fazer um pedido em forma de livro: para que voltem nosso teto de internamentos que tanto abrilhantou a história da saúde em nosso estado (como poderão ver nas páginas seguintes), e os programas de mutirões da próstata e da catarata, entre tantos outros que aliviaram o drama social, ainda existente e persistente! Caso não seja atendido, com certeza, será um ato de injustiça irreparável do governo Wellington Dias.
Foi só em 1996 que o Hospital passou a ter convênio com o SUS. O fato se deu através de uma carta à primeira-dama Dra. Ruth Cardoso, na qual, oferecia desolado, nossa estrutura ao seu programa social, ela então a remeteu ao então ministro José Serra, e depois encaminhada ao secretário de Saúde do Piauí, que não teve outra alternativa senão assinar o convênio. Foi o único hospital a conseguir o credenciamento do SUS devido ao forte apelo popular e sem apadrinhamento político. Por isso, até hoje sofre discriminações. A mais pesada delas foi no efêmero governo Hugo Napoleão: diante de uma denúncia cabeluda, em ano eleitoral e, sob a ameaça de perder o cargo de secretário de saúde, este ouviu da poderosa secretaria de saúde de minha cidade e detentora de grande força política: ou fecha o Hospital Solon Reis ou amanhã não estará sentado nesta cadeira! Neste exato momento estava eu, na UTI em São Paulo, convalescente de um infarto do miocárdio!
Ninguém se atrevia a me dar a notícia!
Ao saber da suspensão unilateral do meu Hospital, sem qualquer auditoria, entreguei um ofício ao então deputado estadual e secretário de saúde Paes Landin, solicitando dele uma auditoria comparativa entre os dez melhores hospitais do interior do estado do Piauí, incluindo aí o público, administrado pela solicitante. Com este feito, reabriu nosso hospital restituindo o pagamento suspenso!
VOLTANDO UM POUCO NO TEMPO...
Em 1990, doze anos depois de formado, convenci o então diretor do Hospital Regional Justino Luz, Dr. José Antenor, a reconhecer a necessidade urgente de um urologista na região, dado o alto índice de mortalidade nas cirurgias urológicas. Ele mandou um ofício ao Departamento de Urologia do Hospital Getulio Vargas, em Recife, solicitando uma vaga na residência médica, para estágio de um ano, em nível de pós- graduação, e me preparei para o desafio. Assim, mais uma vez, arribei de mala e cuia para a Veneza brasileira, a capital pernambucana Recife, com a esposa e dois filhos.
Era uma época difícil, de inflação galopante no País. O melhor investimento para os salários era a poupança, na qual eu tinha aplicado uma boa reserva de dinheiro. Agora, esses recursos serviriam para dar sustento a esse desafio, o de dedicar-me exclusivamente ao curso de pós-graduação em urologia. Quem guarda tem! Lição vinda dos primórdios dos tempos. Contam os antigos que um faraó queria decifrar um sonho assustador que teve. Sonhou com sete vacas gordas saindo do curral e sete vacas magras voltando. Chamou então um presidiário decifrador de sonhos, razão pela qual estava preso. Caso decifrasse o seu temível sonho, teria a liberdade! Este então não titubeou. Significa que o faraó tinha que guardar em lugar seguro ⅓ da sua produção, pois haveriam de ter sete anos de inverno seguidos de sete anos de seca. Nasceu daí a ideia da poupança, tão em voga nos dias atuais.
Chegando a Recife, onde já havia estudado, encontrei um clima muito propício à aprendizagem. Contei com a boa vontade do chefe da cadeira, Dr. Marcelo Costa Lima, à época também presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, e do seu colaborador imediato, Dr. Evandro Falcão, meu colega de turma. Apenas um R3 (médico residente do terceiro ano), Dr. Emilson, e eu, R12, atenderíamos toda a demanda do serviço. Bom demais para quem queria aprender o máximo em urologia! A esmola era tão grande que dava até para o cego desconfiar!
Aí vem o revés da história! Assume a presidência do Brasil Collor de Melo, e com ele veio o confisco da poupança, minha única fonte de renda!
Tudo por água abaixo! Fecharam-se todos os horizontes para mim, e tudo foi por terra, tudo, tudo... Minha situação comoveu todo o estafe do Departamento, e eles conseguiram, de imediato, que eu dividisse com o Dr. Cezar, outro colega de turma e cirurgião do Hospital Santa Maria, todas as cirurgias daquele Hospital. Esse foi meu primeiro emprego de carteira assinada na cidade do Recife. Deus mais uma vez, ao fechar uma porta, abriu grande portal. Logo o Dr. Cezar foi chamado para o Hospital da Restauração, e eu assumi toda a responsabilidade e demanda das cirurgias. Eu estava a 100 metros do hospital Getúlio Vargas. Era só atravessar a Avenida Caxangá.
Era uma época difícil, de inflação galopante no País. O melhor investimento para os salários era a poupança, na qual eu tinha aplicado uma boa reserva de dinheiro. Agora, esses recursos serviriam para dar sustento a esse desafio, o de dedicar-me exclusivamente ao curso de pós-graduação em urologia. Quem guarda tem! Lição vinda dos primórdios dos tempos. Contam os antigos que um faraó queria decifrar um sonho assustador que teve. Sonhou com sete vacas gordas saindo do curral e sete vacas magras voltando. Chamou então um presidiário decifrador de sonhos, razão pela qual estava preso. Caso decifrasse o seu temível sonho, teria a liberdade! Este então não titubeou. Significa que o faraó tinha que guardar em lugar seguro ⅓ da sua produção, pois haveriam de ter sete anos de inverno seguidos de sete anos de seca. Nasceu daí a ideia da poupança, tão em voga nos dias atuais.
Chegando a Recife, onde já havia estudado, encontrei um clima muito propício à aprendizagem. Contei com a boa vontade do chefe da cadeira, Dr. Marcelo Costa Lima, à época também presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, e do seu colaborador imediato, Dr. Evandro Falcão, meu colega de turma. Apenas um R3 (médico residente do terceiro ano), Dr. Emilson, e eu, R12, atenderíamos toda a demanda do serviço. Bom demais para quem queria aprender o máximo em urologia! A esmola era tão grande que dava até para o cego desconfiar!
Aí vem o revés da história! Assume a presidência do Brasil Collor de Melo, e com ele veio o confisco da poupança, minha única fonte de renda!
Tudo por água abaixo! Fecharam-se todos os horizontes para mim, e tudo foi por terra, tudo, tudo... Minha situação comoveu todo o estafe do Departamento, e eles conseguiram, de imediato, que eu dividisse com o Dr. Cezar, outro colega de turma e cirurgião do Hospital Santa Maria, todas as cirurgias daquele Hospital. Esse foi meu primeiro emprego de carteira assinada na cidade do Recife. Deus mais uma vez, ao fechar uma porta, abriu grande portal. Logo o Dr. Cezar foi chamado para o Hospital da Restauração, e eu assumi toda a responsabilidade e demanda das cirurgias. Eu estava a 100 metros do hospital Getúlio Vargas. Era só atravessar a Avenida Caxangá.
Lá revi e pratiquei todas as cirurgias de médio e de grande porte, com grande demanda, devido à greve dos hospitais públicos. Assim, o que parecia, a princípio, o fim do meu estágio, transformou-se num duplo, grande e proveitoso estágio. Cirurgia urológica pela manhã e cirurgia geral à tarde. Não sobrava tempo nem para palitar os dentes. Revi e pratiquei de tudo em urologia, e revi e pratiquei de tudo em cirurgia geral. Mais não precisava para saciar minha sede de domínio! Nunca agradeci tanto a Deus!
E assim terminei meu estágio de um ano, voltando para a terrinha são, salvo e pronto para abrir uma nova frente de serviço na região de Picos: a Urologia.
E assim terminei meu estágio de um ano, voltando para a terrinha são, salvo e pronto para abrir uma nova frente de serviço na região de Picos: a Urologia.
RETORNO A PICOS
Passou-se um ano e eu estava de volta a Picos. Mais experiente, mais determinado e pronto para atuar.
O temor pelas cirurgias de próstata era tão grande que, ao marcar a primeira cirurgia no Hospital Justino Luz, um colega médico veio visitar a família ansiosa do meu paciente. Ele perguntou qual a cirurgia a que o amigo ia se submeter. E responderam-lhe, de próstata. Então, inquieto, num breve lance, a grande figura bracejou: então pode comprar logo o caixão! Como falei, era grande o temor por esse tipo de cirurgia.
Naquele momento, eu estava nervoso e as palavras do colega me deixaram ainda mais. Deu-me um frio na barriga! Foi uma luta para readmitir a cirurgia, e acabei convidando o colega a participar desse ato cirúrgico.
=====FOTO HRJLUZ
Assim começou uma nova e feliz etapa da história da Urologia picoense. Meses após, fui convidado a operar um tio daquele colega, no Hospital Geral de Picos. A história já tinha mudado!
Anos depois, no meu próprio hospital em Jaicós, desenvolvi alta tecnologia urológica; atraindo pacientes de 18 cidades e três estados vizinhos. Foi o único hospital do interior piauiense a implantar o mutirão de próstata em todo o estado. Cheguei a fazer 305 cirurgias de próstata, sendo 96 cirurgias abertas e 209 endoscópicas, tidas como raio laser. Não sei se no Piauí, no Brasil ou no mundo, alguém tenha conseguido essa estatística, de forma individual, em tão curto espaço de tempo, apenas três anos. Com isso, Jaicós tornou-se a capital da Próstata, desbravando e desmistificando a tecnologia urológica. Nosso reconhecimento culminou com a primeira visita do presidente da SBU, Sociedade Brasileira de Urologia, ao Piauí. Que, na mesma ocasião, visitando seu projeto Mão na Massa, veio diretamente de Bruxelas para Jaicós, o Dr. Salvador Villar Correia Lima. O secretário de Saúde do Estado do Piauí foi obrigado a fretar um avião exclusivamente para comparecer ao encerramento do mutirão da próstata, representando o governador Mão Santa, entre tantas outras autoridades presentes. A Câmara dos Vereadores entregou medalha de honra ao mérito às autoridades visitantes, entre elas ao presidente da Sociedade Pernambucana de Urologia, Dr. Evandro Falcão, e à Casa de Saúde J. Solon Reis.
O temor pelas cirurgias de próstata era tão grande que, ao marcar a primeira cirurgia no Hospital Justino Luz, um colega médico veio visitar a família ansiosa do meu paciente. Ele perguntou qual a cirurgia a que o amigo ia se submeter. E responderam-lhe, de próstata. Então, inquieto, num breve lance, a grande figura bracejou: então pode comprar logo o caixão! Como falei, era grande o temor por esse tipo de cirurgia.
Naquele momento, eu estava nervoso e as palavras do colega me deixaram ainda mais. Deu-me um frio na barriga! Foi uma luta para readmitir a cirurgia, e acabei convidando o colega a participar desse ato cirúrgico.
=====FOTO HRJLUZ
Assim começou uma nova e feliz etapa da história da Urologia picoense. Meses após, fui convidado a operar um tio daquele colega, no Hospital Geral de Picos. A história já tinha mudado!
Anos depois, no meu próprio hospital em Jaicós, desenvolvi alta tecnologia urológica; atraindo pacientes de 18 cidades e três estados vizinhos. Foi o único hospital do interior piauiense a implantar o mutirão de próstata em todo o estado. Cheguei a fazer 305 cirurgias de próstata, sendo 96 cirurgias abertas e 209 endoscópicas, tidas como raio laser. Não sei se no Piauí, no Brasil ou no mundo, alguém tenha conseguido essa estatística, de forma individual, em tão curto espaço de tempo, apenas três anos. Com isso, Jaicós tornou-se a capital da Próstata, desbravando e desmistificando a tecnologia urológica. Nosso reconhecimento culminou com a primeira visita do presidente da SBU, Sociedade Brasileira de Urologia, ao Piauí. Que, na mesma ocasião, visitando seu projeto Mão na Massa, veio diretamente de Bruxelas para Jaicós, o Dr. Salvador Villar Correia Lima. O secretário de Saúde do Estado do Piauí foi obrigado a fretar um avião exclusivamente para comparecer ao encerramento do mutirão da próstata, representando o governador Mão Santa, entre tantas outras autoridades presentes. A Câmara dos Vereadores entregou medalha de honra ao mérito às autoridades visitantes, entre elas ao presidente da Sociedade Pernambucana de Urologia, Dr. Evandro Falcão, e à Casa de Saúde J. Solon Reis.
Foi o momento máximo de minha carreira!
Em Picos, como já mencionei em capítulo anterior, iniciei minha vida profissional de médico, e depois da especialização, fiquei mais experiente, mais dinâmico e com mais segurança.
Nessa minha trajetória, trabalhei praticamente em todos os hospitais de Picos, além da minha clínica: Clínica Urológica de Picos (URO-Picos Solon Reis), em funcionamento até hoje. Registro como principais atos médicos em Picos, umas das primeiras, se não a primeira:
1ª- Tóraco-laparotomia exploradora,
1ª- Desvio com reconstrução de trânsito intestinal,
1ª- Lombotomia para retirada de cálculo renal;
1ª- Cirurgia aberta de próstata, que popularizei, porque antes era um terror;
1ª- Cura de fístula vesical complexa com trans-uretero-ureterostomia;
1ª- Ressecção endoscópica de próstata da região;
1ª- Cirurgia radical para câncer de próstata, em Jaicós;
1ª- Cirurgia para cura de câncer renal na região, também em Jaicós, e
1ª- ultrassonografia intervencionista, em Picos.
Conto hoje, ao longo de 30 anos, com um número aproximado de 3500 cirurgias, feitas sempre com muito critério e bom senso, o que garante o nosso respaldo até hoje.
Além do grande número de cirurgias realizadas, tenho documentado nestes trinta anos, 52 cursos, entre pós-graduações, congressos e aperfeiçoamento em todo o país. Por quatro vezes, fui escolhido urologista do ano, em pesquisa feita pelo jornal Folha de Picos. Por duas vezes, fui presidente do clube de serviço Lions Clube de Picos, com muita honra.
Amo Picos.
Tenho título de cidadania em Belém do Piauí, Picos, Padre Marcos e Massapé do Piauí, o último já foi aprovado, mas ainda por receber.
Desde que abracei a medicina, dediquei-me de corpo e alma porque tinha e tenho fome insaciável pelo mister do saber.
Jaicós era uma cidade esquecida, obscurecida e inexistente em termos de medicina. E há um tempo não muito remoto, um médico para sobreviver na cidade tinha que passar , peregrinando, dois dias em Simões, três dias em Padre Marcos até chegar, na segunda-feira, a Jaicós. Por ausência de médicos, os farmacêuticos práticos existentes faziam as vezes, como ainda hoje é de costume. Para fazer justa homenagem, registro os nomes deles: Chagas Freitas, Gilberto Feitosa e Carlos Antônio. Por vezes, esses homens tinham credibilidade (o que se chamava de fé) tão grande, que dificultava a missão do médico que aqui chegasse. Aos dentistas práticos o status ainda era maior, era tão grande que ao odontólogo que lá chegasse restaria negociar os preços dos procedimentos por uma tabela menor, já que este estava iniciando a carreira! O mais famoso extraía dentes sem anestesia, e eu era seu cliente! Era uma espécie de hipnose ou de reza ou de susto! As rezadeiras também tinham o seu papel e dividiam com o médico o sucesso da cura do paciente. Por fim, não posso deixar de registrar o personagem mais forte que compunha este cenário: as parteiras! Mulheres predestinadas, que se sucediam por vocação e que ao final feliz de cada jornada, recebiam o nome de MÃE!
A minha, era mãe Antônia. Querida, poderosa, respeitada e amada mãe Antônia. O cachimbo era pitado em altas baforadas, talvez para dissimular o stress que a missão encerrava: o ato da parição! Que cenário! Mãos sem luvas, cachimbo no bico, cuspidas ao chão! Tesoura, cadarço e mercúrio cromo em água previamente fervida e no final, a notícia: coroné, venha receber o seu neto. A festa então começa, antes mesmo de saber se a mãe, prime-gesta, escapava, sob as graças de Nossa Senhora do Bom Parto.
Ora, decorreu-se assim, muito tempo sem que este cenário mudasse, definitivamente.
A carência de médicos e a situação só mudou definitivamente com a nossa chegada,( primeiros filhos da terra, médicos, a voltarem à casa paterna) fato que nos incentivou a construir tecnologia de qualidade em Jaicós em tempo recorde, para garantir e anunciar a todos que havíamos chegado para ficar, assegurando assim a presença definitiva de médicos filhos da terra, que vieram para revolucionar Jaicós na área da saúde. Mas tudo isso, contrariando a vontade política local!
Para os momentos de lazer, inaugurei minha própria boate com todo luxo e pompa, e com ela o primeiro bar ecológico do Piauí: o Hortis-fruti-granja-bar! Imagine um hectare de área verde, no centro da cidade, com muitas árvores frutíferas e uma fonte de água mineral nutrindo uma corrente d’água perene. Meu padrinho Otávio (espécie de pai adotivo), um dia perguntou-me, o que era aquilo ali. Respondi, uma boate. Ele ajeitou os óculos de lentes garrafais e retrucou, decepcionado, é... parece mais com o curral das éguas! E assim ficou batizado o novo point da cidade.
Após três desmembramentos, Jaicós tem hoje 17 mil habitantes, caracterizando-se ao lado de Picos, como cidade polo regional. Confesso que ela conta com uma estrutura muito grande, em saúde, para o porte da cidade, estando 10 anos à frente de muitos outros municípios. Lembro que o Hospital Florisa Silva só veio para Jaicós por causa dos profissionais já existentes e do fluxo de doentes na cidade, que foi aumentando e causando repercussão no Estado. Jaicós ficou, assim, tida como uma cidade que recebia muitos doentes de outras cidades vizinhas, e por isso, resolveram instalar a estrutura do Hospital Florisa Silva, primeira obra pública de porte na área da saúde, dez anos após a nossa chegada. Jaicós hoje está bem assistida em termos de medicina, contando com a policlínica Amélia Crisanto, o Hospital Florisa Silva. SEMEJ, o Hospital e Maternidade N.S.das Mercês e a Casa de Saúde Joaquim Sólon Reis. Que estrutura! Mas necessita equacionar melhor seus problemas e direcionar soluções específicas para cada setor, público e privado, desembolando o meio de campo. Na educação, continua sendo destaque: tem faculdades estaduais e a faculdade privada Cristo Rei, do grande e admirável educador Chico Cecílio, este merece um livro à parte!
A medicina é um sacerdócio, exige muito do profissional, mas por si só já é recompensadora e confortante pelas realizações que se pratica no dia a dia, desde o alívio da menor dor à maior intervenção cirúrgica. Satisfaz-me o prazer de ter solucionado muitos casos, por uma questão de formação e vocação; como um missionário do bom serviço, tenho a missão sagrada de salvar vidas humanas. O médico vive para o doente e para a ciência, em benefício da humanidade, e se realiza a cada dia com o sorriso de um paciente, com agradecimento pela cura. O contato diário com esses fatos, dentro de um hospital, do consultório e na vida social, é bem gratificante. Aqui e acolá, temos até fãs! A medicina é uma profissão que difere das demais, uma vez que lida com material humano, que é a matéria nobre no estrito sentido da palavra. É diferente de lidar com cimento armado, com agricultura ou com outras profissões em que não é material nobre, tal qual o material humano. E finalizo: faço minhas as palavras do patrono da urologia brasileira, Dr. Juscelino Kubtischek: “médico sou, e título nenhum, reputo mais belo, mais dignificante.
Invista-se neste sacerdócio impelido pelo sacerdócio. Não há para mim título que mais me orgulhe que o de médico. Nenhuma profissão é mais nobre, mais séria e mais insubstituível que a nossa.
Quanto mais estudava medicina mais ela me apaixonava. O material com que se trabalhava era a existência humana. E os inimigos a se combater são o sofrimento e a morte.”
Nessa minha trajetória, trabalhei praticamente em todos os hospitais de Picos, além da minha clínica: Clínica Urológica de Picos (URO-Picos Solon Reis), em funcionamento até hoje. Registro como principais atos médicos em Picos, umas das primeiras, se não a primeira:
1ª- Tóraco-laparotomia exploradora,
1ª- Desvio com reconstrução de trânsito intestinal,
1ª- Lombotomia para retirada de cálculo renal;
1ª- Cirurgia aberta de próstata, que popularizei, porque antes era um terror;
1ª- Cura de fístula vesical complexa com trans-uretero-ureterostomia;
1ª- Ressecção endoscópica de próstata da região;
1ª- Cirurgia radical para câncer de próstata, em Jaicós;
1ª- Cirurgia para cura de câncer renal na região, também em Jaicós, e
1ª- ultrassonografia intervencionista, em Picos.
Conto hoje, ao longo de 30 anos, com um número aproximado de 3500 cirurgias, feitas sempre com muito critério e bom senso, o que garante o nosso respaldo até hoje.
Além do grande número de cirurgias realizadas, tenho documentado nestes trinta anos, 52 cursos, entre pós-graduações, congressos e aperfeiçoamento em todo o país. Por quatro vezes, fui escolhido urologista do ano, em pesquisa feita pelo jornal Folha de Picos. Por duas vezes, fui presidente do clube de serviço Lions Clube de Picos, com muita honra.
Amo Picos.
Tenho título de cidadania em Belém do Piauí, Picos, Padre Marcos e Massapé do Piauí, o último já foi aprovado, mas ainda por receber.
Desde que abracei a medicina, dediquei-me de corpo e alma porque tinha e tenho fome insaciável pelo mister do saber.
Jaicós era uma cidade esquecida, obscurecida e inexistente em termos de medicina. E há um tempo não muito remoto, um médico para sobreviver na cidade tinha que passar , peregrinando, dois dias em Simões, três dias em Padre Marcos até chegar, na segunda-feira, a Jaicós. Por ausência de médicos, os farmacêuticos práticos existentes faziam as vezes, como ainda hoje é de costume. Para fazer justa homenagem, registro os nomes deles: Chagas Freitas, Gilberto Feitosa e Carlos Antônio. Por vezes, esses homens tinham credibilidade (o que se chamava de fé) tão grande, que dificultava a missão do médico que aqui chegasse. Aos dentistas práticos o status ainda era maior, era tão grande que ao odontólogo que lá chegasse restaria negociar os preços dos procedimentos por uma tabela menor, já que este estava iniciando a carreira! O mais famoso extraía dentes sem anestesia, e eu era seu cliente! Era uma espécie de hipnose ou de reza ou de susto! As rezadeiras também tinham o seu papel e dividiam com o médico o sucesso da cura do paciente. Por fim, não posso deixar de registrar o personagem mais forte que compunha este cenário: as parteiras! Mulheres predestinadas, que se sucediam por vocação e que ao final feliz de cada jornada, recebiam o nome de MÃE!
A minha, era mãe Antônia. Querida, poderosa, respeitada e amada mãe Antônia. O cachimbo era pitado em altas baforadas, talvez para dissimular o stress que a missão encerrava: o ato da parição! Que cenário! Mãos sem luvas, cachimbo no bico, cuspidas ao chão! Tesoura, cadarço e mercúrio cromo em água previamente fervida e no final, a notícia: coroné, venha receber o seu neto. A festa então começa, antes mesmo de saber se a mãe, prime-gesta, escapava, sob as graças de Nossa Senhora do Bom Parto.
Ora, decorreu-se assim, muito tempo sem que este cenário mudasse, definitivamente.
A carência de médicos e a situação só mudou definitivamente com a nossa chegada,( primeiros filhos da terra, médicos, a voltarem à casa paterna) fato que nos incentivou a construir tecnologia de qualidade em Jaicós em tempo recorde, para garantir e anunciar a todos que havíamos chegado para ficar, assegurando assim a presença definitiva de médicos filhos da terra, que vieram para revolucionar Jaicós na área da saúde. Mas tudo isso, contrariando a vontade política local!
Para os momentos de lazer, inaugurei minha própria boate com todo luxo e pompa, e com ela o primeiro bar ecológico do Piauí: o Hortis-fruti-granja-bar! Imagine um hectare de área verde, no centro da cidade, com muitas árvores frutíferas e uma fonte de água mineral nutrindo uma corrente d’água perene. Meu padrinho Otávio (espécie de pai adotivo), um dia perguntou-me, o que era aquilo ali. Respondi, uma boate. Ele ajeitou os óculos de lentes garrafais e retrucou, decepcionado, é... parece mais com o curral das éguas! E assim ficou batizado o novo point da cidade.
Após três desmembramentos, Jaicós tem hoje 17 mil habitantes, caracterizando-se ao lado de Picos, como cidade polo regional. Confesso que ela conta com uma estrutura muito grande, em saúde, para o porte da cidade, estando 10 anos à frente de muitos outros municípios. Lembro que o Hospital Florisa Silva só veio para Jaicós por causa dos profissionais já existentes e do fluxo de doentes na cidade, que foi aumentando e causando repercussão no Estado. Jaicós ficou, assim, tida como uma cidade que recebia muitos doentes de outras cidades vizinhas, e por isso, resolveram instalar a estrutura do Hospital Florisa Silva, primeira obra pública de porte na área da saúde, dez anos após a nossa chegada. Jaicós hoje está bem assistida em termos de medicina, contando com a policlínica Amélia Crisanto, o Hospital Florisa Silva. SEMEJ, o Hospital e Maternidade N.S.das Mercês e a Casa de Saúde Joaquim Sólon Reis. Que estrutura! Mas necessita equacionar melhor seus problemas e direcionar soluções específicas para cada setor, público e privado, desembolando o meio de campo. Na educação, continua sendo destaque: tem faculdades estaduais e a faculdade privada Cristo Rei, do grande e admirável educador Chico Cecílio, este merece um livro à parte!
A medicina é um sacerdócio, exige muito do profissional, mas por si só já é recompensadora e confortante pelas realizações que se pratica no dia a dia, desde o alívio da menor dor à maior intervenção cirúrgica. Satisfaz-me o prazer de ter solucionado muitos casos, por uma questão de formação e vocação; como um missionário do bom serviço, tenho a missão sagrada de salvar vidas humanas. O médico vive para o doente e para a ciência, em benefício da humanidade, e se realiza a cada dia com o sorriso de um paciente, com agradecimento pela cura. O contato diário com esses fatos, dentro de um hospital, do consultório e na vida social, é bem gratificante. Aqui e acolá, temos até fãs! A medicina é uma profissão que difere das demais, uma vez que lida com material humano, que é a matéria nobre no estrito sentido da palavra. É diferente de lidar com cimento armado, com agricultura ou com outras profissões em que não é material nobre, tal qual o material humano. E finalizo: faço minhas as palavras do patrono da urologia brasileira, Dr. Juscelino Kubtischek: “médico sou, e título nenhum, reputo mais belo, mais dignificante.
Invista-se neste sacerdócio impelido pelo sacerdócio. Não há para mim título que mais me orgulhe que o de médico. Nenhuma profissão é mais nobre, mais séria e mais insubstituível que a nossa.
Quanto mais estudava medicina mais ela me apaixonava. O material com que se trabalhava era a existência humana. E os inimigos a se combater são o sofrimento e a morte.”
TUDO QUE GANHEI, INVESTI EM MEDICINA
Em 2001, quando sofri um infarto do miocárdio, foi como ter perdido a bússola da vida. Havia sido uma obstrução grave, triarterial, com 100, 90 e 75% de obstrução. Um dos médicos assim dizia: “Solon, o ladrão saltou teu muro, arrombou a porta do teu quarto e está com a carabina apontada para teu pescoço!” Outro dizia, ao me ver corado e feliz da vida: “olha quem está chegando aqui!”.
Fiquei desorientado, sem rumo e sem prumo, sem lenço e sem documento, nu com as mãos no bolso! Que coisa horrível! Sem saber que caminho percorrer, faltou-me terra nos pés! Pensei que nunca mais voltaria a operar próstata! Mas Deus, como sempre, não me falta. Chegou na hora certa, colocou-me de volta no ponto onde tinha parado.
Hoje, sete anos depois, fazendo o mesmo exame de controle e com o mesmo médico, perguntei: “e agora doutor?” Ele respondeu: “Solon, você conseguiu entortar o cano da carabina, mas não pode e nem deve facilitar! As coisas estão indo muito bem.” No hospital do Exército, eu jogava gamão com ele. Estudante contra estafe. Somos velhos amigos.
Mas passei um ano sem aterrissar, pensando que ficaria inválido para o resto da vida. Foi por isso que busquei fôlego e coragem para fazer um curso menos estressante, embora amplo e poderoso esteto da atualidade, de ultrassonografia em São Paulo. Durante estes cinco anos, em etapas, estudei no Centro de Treinamento em Ultrassonografia de São Paulo (CETRUS), um dos melhores do país e referência para toda América Latina.
Inicialmente, como falei, pensei que a nova carreira traria uma carga menor de stress. Puro engano! O stress na vida é inevitável, e em medicina, nem se fala! E assim me joguei com unhas e dentes e adquiri mais esta especialidade, sempre buscando apoio em São Paulo, Recife e Teresina. Cabe aqui um agradecimento especial ao amigo, irmão e colega de turma, Dr. Salvan Vanderley, renomado e experiente especialista em ultrassonografia, sócio-proprietário da Clínica Qualimagem, em Recife, onde fiz meu primeiro estágio, que esteve sempre solícito durante todos esses anos. Saravá, irmão! Em Teresina, agradeço à talentosa professora, Dra. Marta Pinheiro! Que orgulho de você!
Como Deus é grande, aos poucos fui percebendo, através dos exames de controle, que não havia ficado inválido. Retomei, para surpresa de toda equipe que me segue até hoje, todas as atividades normais na prática médica, excluindo apenas os plantões noturnos, por precaução. Deus, quando fecha uma porta, abre uma janela; no meu caso, ele abriu um grande portal, que é este da ultrassonografia, poderoso instrumento de auxílio diagnóstico, que me levou a reciclar toda a clínica médica e voltar a praticar minha medicina com mais eficiência, experiência e sabedoria. Quem não dominar a Clínica Médica não pode avaliar imagens!
Enfim, ao longo de trinta anos, reuni experiência em obstetrícia, cirurgia, urologia e, por último, ultrassonografia. Se alguém me contasse uma história destas, eu não acreditaria; mas o tempo, cioso de tudo, conta e prova!
Amanhã, quem sabe, você, com muita boa vontade acrescentará: escritor, poeta e compositor, cantor... Quem conta um conto, aumenta um ponto!
Louvado seja Deus por tudo de bom que tem feito em minha vida.
Afinal, acho que já estou é devendo demais a esse infarto! E faz-me lembrar que o homem precisa de grandes provações, desafios para revelar-se in totum. Não fosse essa grande tragédia, não teria me conhecido! A auto-reclusão, a purificação, a Luz nascendo das Trevas! Ora, já pensou? Meu Deus... Fazei de mim um instrumento de Vossa Paz. Compreender e ser compreendido, amar e ser amado.
Ser especialista num segmento da medicina é coisa pra curto prazo. Ser médico é coisa pra longo prazo. Ser médico, escritor, compositor e cantor são coisas de Deus.
Tudo o que ganhei com a Medicina, investi em tecnologia médica! É como se fosse a minha cachaça. A medicina é uma profissão que cobra da faculdade, dos professores, do estudante e do médico, dia após dia e cada vez mais. Além da vocação que a pessoa tem, ela deve estar sempre atualizada e ser um verdadeiro estudante até o último dia de sua existência. Quem cansou o braço direito é bom ir treinando, exercitando, adestrando o esquerdo, pois a vida continua, e parar é igual a morrer! Já faço muitas coisas com a mão esquerda, como pentear os cabelos, fazer a barba e escovar os dentes, para poupar a direita, sempre mais precisa e certeira.
O médico, ou qualquer outro profissional, deve se atualizar, por exemplo participando de congressos, pois além do contato com os professores que ministram e dão riqueza ao aprendizado, vem o tão bom relacionamento com os congressistas nacionais e estrangeiros, e com a fonte direta do conhecimento, que são os autores dos livros.
Na prática, a medicina é a ciência de verdades mais curtas que já conheci. Muitas vezes o conceito de uma doença e o tratamento de ontem, já não servem mais para hoje, ou é completamente o oposto, antagônicos. Aliás, isto é comum em todas as áreas do conhecimento, pois os conceitos e teorias mudam com a dinâmica dos tempos e das pesquisas. Não podia ser diferente. É a dinâmica da revolução cultural. Como vivemos longe dos grandes centros, devemos sair a cada ano para fazer novos cursos de atualização, quando também aproveitamos simultaneamente para mudar de clima; é quase uma obrigação.
Além de tudo, estou cada vez mais convicto de que ser médico, especialmente no interior do país, é uma dádiva de Deus! Muitos que passaram no vestibular, um dos mais difíceis do país, desistiram no meio do caminho! Outros que conheço nunca conseguiram sair da residência, R-10 (10 anos de residência), com medo de enfrentar o palco; não por incompetência, mas por insegurança doentia! Stress!
A maioria opta pela política, tão estreitamente ligada ao social e, por consequência, ligada à medicina! Tríplice e imbatível aliança, como último recurso! Não seria mais um gesto de fuga? Ou uma maneira de romper com as barreiras para servir melhor, mais e plenamente? Já que o empecilho eram os políticos locais...
Não há ninguém absoluto em nada, muito menos em medicina! Então, quem não trabalhar em grupo, está fadado ao insucesso! Sem perdão! Portanto, por este e por muitos outros, creio cada vez mais que entrar no palco é dom de Deus! Então, especialmente para nós aqui do interior, temos que ser mais heróis que médicos! Especialmente os urgentistas! Ora, então, obrigatoriamente, somos todos nós!
Homenageio todos os médicos, não somente com o meu orgulho, mas também como meus heróis. Sim, porque lutamos desarmados, contra todos os desígnios da impraticabilidade médica. E me incluo nesse grupo!
Às vezes, me pergunto por que até hoje não fiz a prova de título de especialista? Como se vê, a bagagem é grande! Porém, àquela época, não havia estímulo governamental ao exercício de residências médicas como hoje! Eram oferecidas apenas uma a duas vagas para um universo de 360 formandos, na Universidade Federal de Pernambuco. Eu não sei o que o maior ícone da urologia brasileira ou mundial faria mais e melhor do que nós se vivesse por aqui! Com certeza ou morreria de fome ou mataria muita gente, devido à falta de tecnologia a que estão acostumados a trabalhar! Então, isso tudo é uma coisa injusta, a ser repensada! Como podem exigir numa prova de título, questões inacessíveis, tanto de ordem prática quanto estrutural, estranhas a nossa realidade? Como podemos nos preparar para uma realidade impraticável em nosso meio? Não seria masoquismo? Como praticarmos uro-oncologia, endo-urologia ou assistência à infertilidade, por aqui, sem meios? E como colocar numa prova de título o peso de dois pontos para quem tem em seu currículo, dois anos de residência! Ora, não é uma prova para avaliar conhecimentos?
A tendência hoje é conhecer muito sobre muito pouco!
Aí se pergunta: qual sua especialidade?
Uro-pediatria, uro-oncologia, infertilidade, uro-neurologia, uro-psiquiatria, uro-ortopedia, uro-gastro-cirurgia, uro-endocrinologia,uro-infectologia, uro-ginecologia, uro-video e uro-endo etc.,isto é, são segmentos de um segmento de um todo.Só juntando estes segmentos é que se forma esta super e apaixonante especialidade, ou seja, uma especialidade multidisciplinar.
Ora, isto lá para o sul do país muito se justifica, pois a proporção é de um médico para cada mil habitantes e aqui é de um para trinta mil habitantes.
Praticamente não existem especialistas em nossa região! Mas especiais somos quase todos! Na minha área não conheço nenhum com prova de título, em nossa região! Algumas especialidades já estão repensando a prova de título de acordo com este conceito, inclusive a Sociedade Brasileira de Urologia. O TISBU ESPECIAL, a prova de título especial, para aqueles com mais de 10 anos que exercem a especialidade. Dentro deste novo contexto, já estou me preparando para a prova de título. Imagine quanto tempo passou para chegarem a essa conclusão! Mas, antes tarde do que nunca.
Se me permitisse colocar aqui, uma questão de prova seletiva, a título de ilustração, extraída da minha experiência locorregional, creio que 90% dos colegas do Sul do País teriam dificuldade de responder!
A pergunta é:
Paciente de 64 anos chega ao consultório médico queixando-se de que não defeca há quatro dias, acompanhado de dores abdominais, tipo cólica de média intensidade e náuseas. Crê que tudo isso foi em consequência de uma melancia que comeu com bolacha de água e sal, ao pingo do meio-dia, na roça onde trabalhava.
Temperatura 37,5 º.
Exala um certo odor característico.
Nega passado de obstipação intestinal.
Ao exame físico apresenta discreta distensão e timpanismo a percussão abdominal. Aqui, para nós da região, o diagnóstico já é óbvio!
Ao toque retal palpa-se tumoração de consistência sólida e fixa, na ampola retal.
Só uma resposta é verdadeira:
1- fecaloma (tumor de fezes)
2- ílio parético
3- tu de reto
4- bolo de áscaris
5- sementoma agudo (tumor de sementes de melancia) (x)
Fisiopatologia:
Absorção de 100% da água com sedimentação (verdadeiro empilhamento mecânico das sementes da melancia), ao nível da ampola retal, causando obstrução intestinal baixa.
Confesso que nunca vi esse relato em compêndio médico. Alguém já viu?
Tratamento:
Retirada manual das sementes, uma a uma, com o auxilio de um fórceps fetal sob efeito de raque-anestesia com duração de três horas e posterior desinfecção médico-hospitalar por três dias.
Abro aqui um parêntese para falar sobre o linguajar fluente entre nossos irmãos menos esclarecidos, com todo respeito que temos por eles:
Vocabulário fluente em nossa região:
Esbarraindaí = para logo aí
Doutor, estou empacada = estou grávida.
Dor na cruz = dor nas costas.
Ter um acesso = ter uma convulsão
Má vizinha = menstruação
Está esvaída = está anêmica
Dismasia = hemorragia
Cachaço= pescoço
Dor açuvelada = lancinante
Dona do corpo = útero
Caseira = gases
Acharcos = queixas
Nascimento de queixal = diarréia
Precondia = tristeza
Suspensão = amenorreia = ausência de menstruação
Logo eu faço muita danação = logo trabalho muito
Bacuar = vomitar
Frivioca no juízo = impaciência
Aflagelação = agitação
Isputismo = aberração
Nascimento de queixal = diarreia.
Ora, vou comentar apenas esse último: os pais aflitos com a desidratação iminente da criança que não fala, imagina a última alteração que houve - o nascimento do dente! Veja que, clinicamente existe uma exacerbação da salivação e da cinética intestinal com o nascimento dos dentes! Daí diarreia ser sinônimo de nascimento de queixal, na sabedoria popular.
Esse vocabulário é da classe menos esclarecida, mas é comum aqui e alhures encontrar homens de 70 anos que desconhecem a existência da próstata! Pior: perguntando a uma jovem universitária, por onde ela faz xixi, respondeu: — pela vagina! Pergunta aí ao lado!
Indagássemos a uma criança, ela poria a mão em cima, apontando com o dedo! A uretra da mulher é de apenas dois a três centímetros, quem vai lembrar! Essas reflexões nos fazem questionar a qualidade de nosso ensino.
O fato é que a minha saúde limitou muito minha vida, no primeiro momento; só não parou a intelectual, pois essa me serve de bálsamo, alimento indispensável à vida. Como é importante saciar-se dela! Minhas horas livres preencho-as agora, estudando ou aperfeiçoando meu lado musical com o violão, meu hobby preferido, desde o princípio, lembram-se? A gravação de um DVD acontece paralelamente a esta obra, com duas janelas: uma do médico e a outra do músico, com a participação dos maiores talentos da região. Formamos a Banda Resgate Cultural Solon Reis, cujo objetivo maior é a criação e a manutenção da Associação Cultural Solon Reis, em Jaicós. Toda renda obtida será destinada para esta finalidade.
Fiquei desorientado, sem rumo e sem prumo, sem lenço e sem documento, nu com as mãos no bolso! Que coisa horrível! Sem saber que caminho percorrer, faltou-me terra nos pés! Pensei que nunca mais voltaria a operar próstata! Mas Deus, como sempre, não me falta. Chegou na hora certa, colocou-me de volta no ponto onde tinha parado.
Hoje, sete anos depois, fazendo o mesmo exame de controle e com o mesmo médico, perguntei: “e agora doutor?” Ele respondeu: “Solon, você conseguiu entortar o cano da carabina, mas não pode e nem deve facilitar! As coisas estão indo muito bem.” No hospital do Exército, eu jogava gamão com ele. Estudante contra estafe. Somos velhos amigos.
Mas passei um ano sem aterrissar, pensando que ficaria inválido para o resto da vida. Foi por isso que busquei fôlego e coragem para fazer um curso menos estressante, embora amplo e poderoso esteto da atualidade, de ultrassonografia em São Paulo. Durante estes cinco anos, em etapas, estudei no Centro de Treinamento em Ultrassonografia de São Paulo (CETRUS), um dos melhores do país e referência para toda América Latina.
Inicialmente, como falei, pensei que a nova carreira traria uma carga menor de stress. Puro engano! O stress na vida é inevitável, e em medicina, nem se fala! E assim me joguei com unhas e dentes e adquiri mais esta especialidade, sempre buscando apoio em São Paulo, Recife e Teresina. Cabe aqui um agradecimento especial ao amigo, irmão e colega de turma, Dr. Salvan Vanderley, renomado e experiente especialista em ultrassonografia, sócio-proprietário da Clínica Qualimagem, em Recife, onde fiz meu primeiro estágio, que esteve sempre solícito durante todos esses anos. Saravá, irmão! Em Teresina, agradeço à talentosa professora, Dra. Marta Pinheiro! Que orgulho de você!
Como Deus é grande, aos poucos fui percebendo, através dos exames de controle, que não havia ficado inválido. Retomei, para surpresa de toda equipe que me segue até hoje, todas as atividades normais na prática médica, excluindo apenas os plantões noturnos, por precaução. Deus, quando fecha uma porta, abre uma janela; no meu caso, ele abriu um grande portal, que é este da ultrassonografia, poderoso instrumento de auxílio diagnóstico, que me levou a reciclar toda a clínica médica e voltar a praticar minha medicina com mais eficiência, experiência e sabedoria. Quem não dominar a Clínica Médica não pode avaliar imagens!
Enfim, ao longo de trinta anos, reuni experiência em obstetrícia, cirurgia, urologia e, por último, ultrassonografia. Se alguém me contasse uma história destas, eu não acreditaria; mas o tempo, cioso de tudo, conta e prova!
Amanhã, quem sabe, você, com muita boa vontade acrescentará: escritor, poeta e compositor, cantor... Quem conta um conto, aumenta um ponto!
Louvado seja Deus por tudo de bom que tem feito em minha vida.
Afinal, acho que já estou é devendo demais a esse infarto! E faz-me lembrar que o homem precisa de grandes provações, desafios para revelar-se in totum. Não fosse essa grande tragédia, não teria me conhecido! A auto-reclusão, a purificação, a Luz nascendo das Trevas! Ora, já pensou? Meu Deus... Fazei de mim um instrumento de Vossa Paz. Compreender e ser compreendido, amar e ser amado.
Ser especialista num segmento da medicina é coisa pra curto prazo. Ser médico é coisa pra longo prazo. Ser médico, escritor, compositor e cantor são coisas de Deus.
Tudo o que ganhei com a Medicina, investi em tecnologia médica! É como se fosse a minha cachaça. A medicina é uma profissão que cobra da faculdade, dos professores, do estudante e do médico, dia após dia e cada vez mais. Além da vocação que a pessoa tem, ela deve estar sempre atualizada e ser um verdadeiro estudante até o último dia de sua existência. Quem cansou o braço direito é bom ir treinando, exercitando, adestrando o esquerdo, pois a vida continua, e parar é igual a morrer! Já faço muitas coisas com a mão esquerda, como pentear os cabelos, fazer a barba e escovar os dentes, para poupar a direita, sempre mais precisa e certeira.
O médico, ou qualquer outro profissional, deve se atualizar, por exemplo participando de congressos, pois além do contato com os professores que ministram e dão riqueza ao aprendizado, vem o tão bom relacionamento com os congressistas nacionais e estrangeiros, e com a fonte direta do conhecimento, que são os autores dos livros.
Na prática, a medicina é a ciência de verdades mais curtas que já conheci. Muitas vezes o conceito de uma doença e o tratamento de ontem, já não servem mais para hoje, ou é completamente o oposto, antagônicos. Aliás, isto é comum em todas as áreas do conhecimento, pois os conceitos e teorias mudam com a dinâmica dos tempos e das pesquisas. Não podia ser diferente. É a dinâmica da revolução cultural. Como vivemos longe dos grandes centros, devemos sair a cada ano para fazer novos cursos de atualização, quando também aproveitamos simultaneamente para mudar de clima; é quase uma obrigação.
Além de tudo, estou cada vez mais convicto de que ser médico, especialmente no interior do país, é uma dádiva de Deus! Muitos que passaram no vestibular, um dos mais difíceis do país, desistiram no meio do caminho! Outros que conheço nunca conseguiram sair da residência, R-10 (10 anos de residência), com medo de enfrentar o palco; não por incompetência, mas por insegurança doentia! Stress!
A maioria opta pela política, tão estreitamente ligada ao social e, por consequência, ligada à medicina! Tríplice e imbatível aliança, como último recurso! Não seria mais um gesto de fuga? Ou uma maneira de romper com as barreiras para servir melhor, mais e plenamente? Já que o empecilho eram os políticos locais...
Não há ninguém absoluto em nada, muito menos em medicina! Então, quem não trabalhar em grupo, está fadado ao insucesso! Sem perdão! Portanto, por este e por muitos outros, creio cada vez mais que entrar no palco é dom de Deus! Então, especialmente para nós aqui do interior, temos que ser mais heróis que médicos! Especialmente os urgentistas! Ora, então, obrigatoriamente, somos todos nós!
Homenageio todos os médicos, não somente com o meu orgulho, mas também como meus heróis. Sim, porque lutamos desarmados, contra todos os desígnios da impraticabilidade médica. E me incluo nesse grupo!
Às vezes, me pergunto por que até hoje não fiz a prova de título de especialista? Como se vê, a bagagem é grande! Porém, àquela época, não havia estímulo governamental ao exercício de residências médicas como hoje! Eram oferecidas apenas uma a duas vagas para um universo de 360 formandos, na Universidade Federal de Pernambuco. Eu não sei o que o maior ícone da urologia brasileira ou mundial faria mais e melhor do que nós se vivesse por aqui! Com certeza ou morreria de fome ou mataria muita gente, devido à falta de tecnologia a que estão acostumados a trabalhar! Então, isso tudo é uma coisa injusta, a ser repensada! Como podem exigir numa prova de título, questões inacessíveis, tanto de ordem prática quanto estrutural, estranhas a nossa realidade? Como podemos nos preparar para uma realidade impraticável em nosso meio? Não seria masoquismo? Como praticarmos uro-oncologia, endo-urologia ou assistência à infertilidade, por aqui, sem meios? E como colocar numa prova de título o peso de dois pontos para quem tem em seu currículo, dois anos de residência! Ora, não é uma prova para avaliar conhecimentos?
A tendência hoje é conhecer muito sobre muito pouco!
Aí se pergunta: qual sua especialidade?
Uro-pediatria, uro-oncologia, infertilidade, uro-neurologia, uro-psiquiatria, uro-ortopedia, uro-gastro-cirurgia, uro-endocrinologia,uro-infectologia, uro-ginecologia, uro-video e uro-endo etc.,isto é, são segmentos de um segmento de um todo.Só juntando estes segmentos é que se forma esta super e apaixonante especialidade, ou seja, uma especialidade multidisciplinar.
Ora, isto lá para o sul do país muito se justifica, pois a proporção é de um médico para cada mil habitantes e aqui é de um para trinta mil habitantes.
Praticamente não existem especialistas em nossa região! Mas especiais somos quase todos! Na minha área não conheço nenhum com prova de título, em nossa região! Algumas especialidades já estão repensando a prova de título de acordo com este conceito, inclusive a Sociedade Brasileira de Urologia. O TISBU ESPECIAL, a prova de título especial, para aqueles com mais de 10 anos que exercem a especialidade. Dentro deste novo contexto, já estou me preparando para a prova de título. Imagine quanto tempo passou para chegarem a essa conclusão! Mas, antes tarde do que nunca.
Se me permitisse colocar aqui, uma questão de prova seletiva, a título de ilustração, extraída da minha experiência locorregional, creio que 90% dos colegas do Sul do País teriam dificuldade de responder!
A pergunta é:
Paciente de 64 anos chega ao consultório médico queixando-se de que não defeca há quatro dias, acompanhado de dores abdominais, tipo cólica de média intensidade e náuseas. Crê que tudo isso foi em consequência de uma melancia que comeu com bolacha de água e sal, ao pingo do meio-dia, na roça onde trabalhava.
Temperatura 37,5 º.
Exala um certo odor característico.
Nega passado de obstipação intestinal.
Ao exame físico apresenta discreta distensão e timpanismo a percussão abdominal. Aqui, para nós da região, o diagnóstico já é óbvio!
Ao toque retal palpa-se tumoração de consistência sólida e fixa, na ampola retal.
Só uma resposta é verdadeira:
1- fecaloma (tumor de fezes)
2- ílio parético
3- tu de reto
4- bolo de áscaris
5- sementoma agudo (tumor de sementes de melancia) (x)
Fisiopatologia:
Absorção de 100% da água com sedimentação (verdadeiro empilhamento mecânico das sementes da melancia), ao nível da ampola retal, causando obstrução intestinal baixa.
Confesso que nunca vi esse relato em compêndio médico. Alguém já viu?
Tratamento:
Retirada manual das sementes, uma a uma, com o auxilio de um fórceps fetal sob efeito de raque-anestesia com duração de três horas e posterior desinfecção médico-hospitalar por três dias.
Abro aqui um parêntese para falar sobre o linguajar fluente entre nossos irmãos menos esclarecidos, com todo respeito que temos por eles:
Vocabulário fluente em nossa região:
Esbarraindaí = para logo aí
Doutor, estou empacada = estou grávida.
Dor na cruz = dor nas costas.
Ter um acesso = ter uma convulsão
Má vizinha = menstruação
Está esvaída = está anêmica
Dismasia = hemorragia
Cachaço= pescoço
Dor açuvelada = lancinante
Dona do corpo = útero
Caseira = gases
Acharcos = queixas
Nascimento de queixal = diarréia
Precondia = tristeza
Suspensão = amenorreia = ausência de menstruação
Logo eu faço muita danação = logo trabalho muito
Bacuar = vomitar
Frivioca no juízo = impaciência
Aflagelação = agitação
Isputismo = aberração
Nascimento de queixal = diarreia.
Ora, vou comentar apenas esse último: os pais aflitos com a desidratação iminente da criança que não fala, imagina a última alteração que houve - o nascimento do dente! Veja que, clinicamente existe uma exacerbação da salivação e da cinética intestinal com o nascimento dos dentes! Daí diarreia ser sinônimo de nascimento de queixal, na sabedoria popular.
Esse vocabulário é da classe menos esclarecida, mas é comum aqui e alhures encontrar homens de 70 anos que desconhecem a existência da próstata! Pior: perguntando a uma jovem universitária, por onde ela faz xixi, respondeu: — pela vagina! Pergunta aí ao lado!
Indagássemos a uma criança, ela poria a mão em cima, apontando com o dedo! A uretra da mulher é de apenas dois a três centímetros, quem vai lembrar! Essas reflexões nos fazem questionar a qualidade de nosso ensino.
O fato é que a minha saúde limitou muito minha vida, no primeiro momento; só não parou a intelectual, pois essa me serve de bálsamo, alimento indispensável à vida. Como é importante saciar-se dela! Minhas horas livres preencho-as agora, estudando ou aperfeiçoando meu lado musical com o violão, meu hobby preferido, desde o princípio, lembram-se? A gravação de um DVD acontece paralelamente a esta obra, com duas janelas: uma do médico e a outra do músico, com a participação dos maiores talentos da região. Formamos a Banda Resgate Cultural Solon Reis, cujo objetivo maior é a criação e a manutenção da Associação Cultural Solon Reis, em Jaicós. Toda renda obtida será destinada para esta finalidade.
O SONHO
Além da criação da Associação Cultural Solon Reis, eu sonho também em levar para as cidades pequenas, em parceria com as prefeituras, toda a tecnologia que desenvolvi e implantei, definitivamente e com grande sucesso, em Jaicós e Belém do Piauí, na forma de mutirões de fim de semana. Após o mutirão, depois de termos cumprido nossa jornada profissional, poderemos abraçar os amigos com uma palestra-show sobre saúde do homem e do adolescente (câncer de próstata, DSTs e AIDS, etc.) numa noite descontraída ao som da banda Resgate Cultural Solon Reis. É muita pretensão? Como vê, a ousadia não morreu, apenas amadureceu! Para a empreitada dos mutirões tecnológicos, já contamos com o aceite e a colaboração indispensável de colegas urologistas de Picos, Recife e Teresina, que prontamente aceitaram o desafio. Como disse, pensamos igual quando a meta é formarmos uma equipe, quando o objetivo é somarmos experiências em benefício de nossos clientes.
Inadmissível é vermos pessoas humanas transportadas em comboios e amotinados em famigeradas pensões de apoio! Não seria mais cômodo transportar tecnologia? O computador já cabe dentro do bolso! A era é outra! O SUS pensa o contrário! Desenvolve grandes centros regionais de apoio, avançando muito devagar na interiorização da tecnologia médica possível. A universalização utópica dos direitos do cidadão à saúde vem perdendo fôlego, quando se trata de compreender a problemática das regiões mais distantes do nosso imenso País. Certa vez, o grande ministro Adib Jatene dizia: eu sei que lá nas regiões mais distantes, interna-se gripe por DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) num esforço para adequar os valores dos procedimentos ao teto financeiro de cada hospital! Nossa estatística não pode ser confiável! Outros se agigantam para fazer cirurgias sem a presença, tão necessária, do anestesista, num esforço sobre-humano para suprir carências locais! O CRM (Conselho Regional de Medicina) diz que é crime! Mas, fecha os olhos. Mais recentemente, o secretário geral do ministério da saúde dispara frente a uma iminente greve geral na saúde: admitimos que a saúde no Brasil seja subfaturada... E consequentemente sub-elevada à condição humana! Qual crime é o maior? Será o pecado da universalidade? Em termos de saúde, antes pensar grande, ainda que utópico, que pensar miúdo. É como se diz, tem grandes acertos e grandes erros, especialmente quando não se valoriza a interiorização da medicina. Estimular é uma coisa, valorizar é outra bem diferente. Tal como fazem quando vão enviar um militar para as fronteiras do País. Dão condições especiais de remuneração e trabalho para compensar as intempéries da região.
Para a empreitada musical já contamos com a adesão e o prestimoso talento já consagrado de colegas de Picos, Recife e Petrolina, só pra começar! Dá pra encarar? Sonhar sozinho é apenas um sonho. Sonhar em grupo... É outra história! Em nosso site, há o nome e mais detalhes sobre os demais componentes, bem como os vídeos e palestra-show ao vivo: http://www.solonreis.blogspot.com Não deixem de acessar.
Medicina e música têm alguma coisa em comum? Vejamos:
Ambas precisam do dom de Deus,
Ambas necessitam do exercício da paciência,
Ambas requerem adestramento manual,
Ambas exigem alto nível de aprendizado,
E ambas fazem bem a si e aos outros!
Como músico, defino-me hoje como um casual, porém com um dom musical nada casual! A cada dia estou resgatando toda a destreza na viola. E já estou a caminho para fazer o teste na Ordem dos Músicos do Brasil, de carteirinha e tudo!
Para coroar este aniversário de 30 anos, estamos trazendo para Picos mais uma tecnologia moderna e possível, aplicável à nossa região: a ureterorrenoscopia diagnóstica e curativa com o litotritor balístico para cálculos de origem renal.
Inadmissível é vermos pessoas humanas transportadas em comboios e amotinados em famigeradas pensões de apoio! Não seria mais cômodo transportar tecnologia? O computador já cabe dentro do bolso! A era é outra! O SUS pensa o contrário! Desenvolve grandes centros regionais de apoio, avançando muito devagar na interiorização da tecnologia médica possível. A universalização utópica dos direitos do cidadão à saúde vem perdendo fôlego, quando se trata de compreender a problemática das regiões mais distantes do nosso imenso País. Certa vez, o grande ministro Adib Jatene dizia: eu sei que lá nas regiões mais distantes, interna-se gripe por DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) num esforço para adequar os valores dos procedimentos ao teto financeiro de cada hospital! Nossa estatística não pode ser confiável! Outros se agigantam para fazer cirurgias sem a presença, tão necessária, do anestesista, num esforço sobre-humano para suprir carências locais! O CRM (Conselho Regional de Medicina) diz que é crime! Mas, fecha os olhos. Mais recentemente, o secretário geral do ministério da saúde dispara frente a uma iminente greve geral na saúde: admitimos que a saúde no Brasil seja subfaturada... E consequentemente sub-elevada à condição humana! Qual crime é o maior? Será o pecado da universalidade? Em termos de saúde, antes pensar grande, ainda que utópico, que pensar miúdo. É como se diz, tem grandes acertos e grandes erros, especialmente quando não se valoriza a interiorização da medicina. Estimular é uma coisa, valorizar é outra bem diferente. Tal como fazem quando vão enviar um militar para as fronteiras do País. Dão condições especiais de remuneração e trabalho para compensar as intempéries da região.
Para a empreitada musical já contamos com a adesão e o prestimoso talento já consagrado de colegas de Picos, Recife e Petrolina, só pra começar! Dá pra encarar? Sonhar sozinho é apenas um sonho. Sonhar em grupo... É outra história! Em nosso site, há o nome e mais detalhes sobre os demais componentes, bem como os vídeos e palestra-show ao vivo: http://www.solonreis.blogspot.com Não deixem de acessar.
Medicina e música têm alguma coisa em comum? Vejamos:
Ambas precisam do dom de Deus,
Ambas necessitam do exercício da paciência,
Ambas requerem adestramento manual,
Ambas exigem alto nível de aprendizado,
E ambas fazem bem a si e aos outros!
Como músico, defino-me hoje como um casual, porém com um dom musical nada casual! A cada dia estou resgatando toda a destreza na viola. E já estou a caminho para fazer o teste na Ordem dos Músicos do Brasil, de carteirinha e tudo!
Para coroar este aniversário de 30 anos, estamos trazendo para Picos mais uma tecnologia moderna e possível, aplicável à nossa região: a ureterorrenoscopia diagnóstica e curativa com o litotritor balístico para cálculos de origem renal.
MEU ORGULHO
O título deste livro, Você: meu orgulho refere-se a todos os que sobreviveram nesse terreno inóspito no decorrer dos últimos trinta anos, com ou sem a nossa colaboração médica. Especialmente lá no início!
Refiro-me, também, a todos os nossos contemporâneos, GOVERNANTES, EMPRESÁRIOS, EDUCADORES, MISSIONÁRIOS, ETC. que, de uma forma ou de outra, contribuíram de maneira sobejamente imprescindível para aplainar este percurso, dantes cheios de percalços!
Nada mais gratificante que assistir hoje ao desfile de uma jovem saudável e inteligente, campeã de concursos que teve uma infância desnutrida. Ela foi acometida de uma infecção tão grave, que o pai, desesperançado, chegou a pedir autorização médica para a filha morrer em casa. Após lutar e relutar, tanto profissional como humana e socialmente, conseguimos salvá-la da doença e da relutância do pai. Ora, essa JOVEM tem que ser meu orgulho! Assim como tantos outros, MULTIPLICADOS POR MIL
A mortalidade graçava de maneira a ser uma coisa incombatível e superior.
Quem não se lembra? Essa era a praxe:
Foi porque Deus não quis, doutor!
Seja feita a vontade de Deus!
Doutor, me casei com essa muié, tivemos 10 filhos, criamos cinco, graças a Deus.
O terreno era inóspito, e eu contribuí para mudar essa história! Então, não devo me orgulhar? Fomos operários do bem!
Mas era uma obrigação!
Tudo bem, obrigação somada à satisfação é igual a ORGULHO! Não um orgulho comum, mas um saudável orgulho! Ou quem sabe um orgulho inexpressável, envaidecedor e muito bem sentido que leva o título deste livro.
Em outra ocasião, avistei-me numa estrada, sol a pique, com um deficiente físico que, ofegante, me pediu: — Doutor, me arranje um emprego! — À época, raramente alguém o convidaria para trabalhar em sua empresa, devido ao grande preconceito. Mas, assim o fizemos, e ainda hoje continuamos juntos e felizes neste aniversário. Amigo fiel de todas as horas! Hoje, ele também é meu orgulho! É doutor Antenor no que faz.
Refiro-me, também, a todos os nossos contemporâneos, GOVERNANTES, EMPRESÁRIOS, EDUCADORES, MISSIONÁRIOS, ETC. que, de uma forma ou de outra, contribuíram de maneira sobejamente imprescindível para aplainar este percurso, dantes cheios de percalços!
Nada mais gratificante que assistir hoje ao desfile de uma jovem saudável e inteligente, campeã de concursos que teve uma infância desnutrida. Ela foi acometida de uma infecção tão grave, que o pai, desesperançado, chegou a pedir autorização médica para a filha morrer em casa. Após lutar e relutar, tanto profissional como humana e socialmente, conseguimos salvá-la da doença e da relutância do pai. Ora, essa JOVEM tem que ser meu orgulho! Assim como tantos outros, MULTIPLICADOS POR MIL
A mortalidade graçava de maneira a ser uma coisa incombatível e superior.
Quem não se lembra? Essa era a praxe:
Foi porque Deus não quis, doutor!
Seja feita a vontade de Deus!
Doutor, me casei com essa muié, tivemos 10 filhos, criamos cinco, graças a Deus.
O terreno era inóspito, e eu contribuí para mudar essa história! Então, não devo me orgulhar? Fomos operários do bem!
Mas era uma obrigação!
Tudo bem, obrigação somada à satisfação é igual a ORGULHO! Não um orgulho comum, mas um saudável orgulho! Ou quem sabe um orgulho inexpressável, envaidecedor e muito bem sentido que leva o título deste livro.
Em outra ocasião, avistei-me numa estrada, sol a pique, com um deficiente físico que, ofegante, me pediu: — Doutor, me arranje um emprego! — À época, raramente alguém o convidaria para trabalhar em sua empresa, devido ao grande preconceito. Mas, assim o fizemos, e ainda hoje continuamos juntos e felizes neste aniversário. Amigo fiel de todas as horas! Hoje, ele também é meu orgulho! É doutor Antenor no que faz.
Dr.Solon, Dr.Evandro Falcão, Antenor e Dr.Salvador Villar (pres. da sbu)
Dr. Solon, Dr. Evandro Falcão (presidente da Sociedade Pernambucana de Urologia), Antenor e o Professor Doutor Salvador Villar (Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia)
Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!
Esse sempre foi o meu lema,
NÃO TEM NADA MAIS BONITO NA FACE DA TERRA!
Quando pude salvar, salvei!
Quando não pude salvar, aliviei!
Quando não pude aliviar, conformei!
Esse sempre foi o meu lema,
NÃO TEM NADA MAIS BONITO NA FACE DA TERRA!
EXPERIÊNCIAS DE VIDA
Minha experiência de vida e os ensinamentos que ela me proporcionou, aprendi e transmiti a meus filhos e a quantos me creditam, de maneira clara, procurando dar um exemplo para eles. Quando se assiste a uma orquestra, olhamos para o maestro e dizemos deslumbrados, ele é um verdadeiro maestro. E por quê? Porque ele vive 24 horas por dia e 365 dias por ano para a música. É um homem motivado, embriagado, competente, envaidecido e feliz pelo que faz! Quando vemos um grande político, que é raro, ele o é porque vive pensando 24 horas naquilo e é reconhecido e respeitado como tal. Quem quiser vencer na vida, em qualquer segmento profissional, esteja pronto a ter dedicação exclusiva ao que está fazendo, do contrário nunca será reconhecido, nem se sentirá realizado. Porém, nunca bitolado! É preciso embriagar-se, apaixonar-se, ter sede de conhecimento. Quem achar pouco, acrescente-se aí, vestir um sobretudo azul, cruzar os dedos e dizer: - tem que dar certo!
Então, para mim, a maior lição que colho da vida para transmitir para meus filhos é a lição da dedicação exclusiva, enfim, da determinação. Lembro uma frase do filósofo Sócrates: "De tudo que sei, só sei que nada sei". Então a lição é morrer estudando, aprendendo.
Castro Alves já dizia:
Homem do século das teses,
Filhos da grande nação
Quando ante Deus vos mostrardes
Tereis um livro na mão.
Tenho uma forte presença de Deus em mim. Sou católico por minha formação familiar, mas um católico não totalmente praticante. Mas rogo a Deus que aumente a minha fé. Reconheço que ainda não consegui ter a fé viva, fervorosa e praticante, que vejo em outras pessoas. Talvez eu a tenha, sem saber. Talvez como missionário médico!
Quero acreditar que existe vida após a morte. Isso me daria a exata noção do que é a morte, pois a morte que conheço é a morte no conceito profissional, a inexistência de vida no organismo, e que ali acaba tudo, e pronto. Mas tenho a esperança de que, se existir vida após a morte, Deus aumentará a minha fé e me mandará uma luz para esclarecer minhas dúvidas. Mas, não todas, porque senão perde a graça.
Tenho muito medo de almas; por isso, digo sempre a meus amigos, contem comigo em vida, pois com certeza não comparecerei ao teu último cerimonial! Ou então estarei fingindo estar!
Conversando com meus botões, percebo que as gerações têm evoluído muito além dos cursos naturais do homem. Adão e Eva nasceram e permaneceram nus, e depois cometeram o pecado original. A partir desse pecado surgiu a vergonha, e passaram a usar vestes. De lá para cá, veio a evolução toda. Atualmente o sexo, aqui no Brasil em especial, já se tornou banal, de forma que pode acontecer uma revolução em médio prazo. Quando o sexo é banalizado, aplica-se a lei da oferta e da procura, quando a oferta é grande, o valor é menor, a ponto de chegarmos a consequências desastrosas como a maternidade na adolescência, às infecções de ordem venérea, e até a AIDS, que se propaga rapidamente pelo mundo. Inclui-se em nosso projeto fazer palestra-show sobre estes temas, inclusive sobre câncer de próstata, prostituição infantil, etc.
Vamos buscar parcerias com órgãos públicos e privados e vamos encontrá-las, se Deus quiser!
O mundo está caminhando para um patamar científico e tecnológico cada vez maior, que contribui cada vez mais para a formação intelectual e espiritual das novas gerações. Espero e acredito em muitas coisas boas. Pois, se há uma coisa linda, e sempre linda na verdadeira acepção da palavra, é o sorriso estampado no rosto de qualquer jovem. Perde apenas para o poderoso sorriso de um grupo enfileirado de mil jovens adolescentes! Nada mais lindo! Incomparável!
Sou pai de família, tenho uma esposa, Márcia, e três filhos adolescentes maravilhosos, Solana, Solon Filho e Alana, graças a Deus. Ainda hoje deito e rolo com eles no chão! Sou criança e pai! São tudo em minha vida! Dois cursam odontologia e a outra quer seguir a carreira do pai. Ou será da mãe, advogada? Está indecisa. Coincidentemente, Solana concluiu o curso justamente no meu aniversário de trinta anos, casando-se com seu colega de turma, Juliano (nosso mais novo filho) e Alana irradia seu debut juvenil. Mais um presente de Deus. São meus tentáculos naturais e sobrenaturais!
Então, para mim, a maior lição que colho da vida para transmitir para meus filhos é a lição da dedicação exclusiva, enfim, da determinação. Lembro uma frase do filósofo Sócrates: "De tudo que sei, só sei que nada sei". Então a lição é morrer estudando, aprendendo.
Castro Alves já dizia:
Homem do século das teses,
Filhos da grande nação
Quando ante Deus vos mostrardes
Tereis um livro na mão.
Tenho uma forte presença de Deus em mim. Sou católico por minha formação familiar, mas um católico não totalmente praticante. Mas rogo a Deus que aumente a minha fé. Reconheço que ainda não consegui ter a fé viva, fervorosa e praticante, que vejo em outras pessoas. Talvez eu a tenha, sem saber. Talvez como missionário médico!
Quero acreditar que existe vida após a morte. Isso me daria a exata noção do que é a morte, pois a morte que conheço é a morte no conceito profissional, a inexistência de vida no organismo, e que ali acaba tudo, e pronto. Mas tenho a esperança de que, se existir vida após a morte, Deus aumentará a minha fé e me mandará uma luz para esclarecer minhas dúvidas. Mas, não todas, porque senão perde a graça.
Tenho muito medo de almas; por isso, digo sempre a meus amigos, contem comigo em vida, pois com certeza não comparecerei ao teu último cerimonial! Ou então estarei fingindo estar!
Conversando com meus botões, percebo que as gerações têm evoluído muito além dos cursos naturais do homem. Adão e Eva nasceram e permaneceram nus, e depois cometeram o pecado original. A partir desse pecado surgiu a vergonha, e passaram a usar vestes. De lá para cá, veio a evolução toda. Atualmente o sexo, aqui no Brasil em especial, já se tornou banal, de forma que pode acontecer uma revolução em médio prazo. Quando o sexo é banalizado, aplica-se a lei da oferta e da procura, quando a oferta é grande, o valor é menor, a ponto de chegarmos a consequências desastrosas como a maternidade na adolescência, às infecções de ordem venérea, e até a AIDS, que se propaga rapidamente pelo mundo. Inclui-se em nosso projeto fazer palestra-show sobre estes temas, inclusive sobre câncer de próstata, prostituição infantil, etc.
Vamos buscar parcerias com órgãos públicos e privados e vamos encontrá-las, se Deus quiser!
O mundo está caminhando para um patamar científico e tecnológico cada vez maior, que contribui cada vez mais para a formação intelectual e espiritual das novas gerações. Espero e acredito em muitas coisas boas. Pois, se há uma coisa linda, e sempre linda na verdadeira acepção da palavra, é o sorriso estampado no rosto de qualquer jovem. Perde apenas para o poderoso sorriso de um grupo enfileirado de mil jovens adolescentes! Nada mais lindo! Incomparável!
Sou pai de família, tenho uma esposa, Márcia, e três filhos adolescentes maravilhosos, Solana, Solon Filho e Alana, graças a Deus. Ainda hoje deito e rolo com eles no chão! Sou criança e pai! São tudo em minha vida! Dois cursam odontologia e a outra quer seguir a carreira do pai. Ou será da mãe, advogada? Está indecisa. Coincidentemente, Solana concluiu o curso justamente no meu aniversário de trinta anos, casando-se com seu colega de turma, Juliano (nosso mais novo filho) e Alana irradia seu debut juvenil. Mais um presente de Deus. São meus tentáculos naturais e sobrenaturais!
O POLÍTICO
Como político, tenho uma participação coerente com meus princípios, e, portanto, dissociada da realidade mercantilista. Mas pasmem, oficialmente só ocorrem obras em ano eleitoral: — casas populares, luz para todos, saneamento. E os mensalões, anões do orçamento, troca de partidos? — Isso não é compra de votos?
Em ano eleitoral há uma grande e flagrante redistribuição de renda social. Que maravilha, não? Então, por que não oficializamos logo a compra do voto? Ou qualquer outro nome que se dê: financiamento público de campanha, molestamento, negociação de cargos, sentar-se à mesa, entre outros. Isso já é praxe!
Em minhas campanhas eleitorais, o slogan era "Não compro, não vendo, não troco: eu voto!". Os outros diziam "Nós compramos, nós vendemos, nós trocamos: nós negociamos!" E aí?
Certo dia, num comício, eu dizia: — vamos expulsar da nossa região esses políticos compradores de votos! — Comadre Neuza, viúva, exemplo de honestidade e bravura sertaneja, eleitora fiel e amiga inconteste, beliscava-me aflita! — esbarraindaí doutor, deixa o homem trabalhar! Deixa logo eu receber as telhas da minha casa! Olha aqui, olha a minha casinha! O senhor vai me dar outra!==FOTO C. NEUSA
É de pensar, quantos de nós nos julgamos puros e honestos, acima de tudo e de todos, sem nos submetermos ao sabor da prova!
Naquele ano fiz essa marchinha de carnaval:
ESBARRAINDAÍ Doutor! (Lula lá)
Literalmente passarei mil carnavais,
quebrado
Vou beber e na hora de pagar
Lula lá
Se alguém me chama pra tomar uma talagada
Não hesito, não, não pago nada.
Dissimulando, disfarçando, pulo fora!
Tô cego e surdo, camarada
E Lula lá
Porém, se
A bolsa renda, bolsa escola me safá!
Safá, safá, safá.
Esbarraindaí Doutor!...
Deixa o homem trabalhar.
E vamos lá!
A minha renda só cabe numa bolsa
A minha bolsa não é feita de renda
Eu sou rendeiro
Menino aprendiz
Só quero um apoio
Deixa a gente ser feliz
E vamos lá
Sim, grandiosa a repercussão dos programas sociais! A seca avassala, mas a fome não castiga mais como dantes! A fome parece banida de nossa região, por enquanto. Que maravilha aos nossos olhos! Mas, ainda há o que pensar. Precisamos banir o analfabetismo, a corrupção e, acima de tudo, resgatar a autoestima cívica. Dado como está, ou humilha ou vicia o cidadão! Fica aqui um convite para se repensar a fórmula.
Quem sabe um subsídio ao trabalho!
De qualquer forma, dar o anzol cria um vínculo mais duradouro que dar o peixe.
Em ano eleitoral há uma grande e flagrante redistribuição de renda social. Que maravilha, não? Então, por que não oficializamos logo a compra do voto? Ou qualquer outro nome que se dê: financiamento público de campanha, molestamento, negociação de cargos, sentar-se à mesa, entre outros. Isso já é praxe!
Em minhas campanhas eleitorais, o slogan era "Não compro, não vendo, não troco: eu voto!". Os outros diziam "Nós compramos, nós vendemos, nós trocamos: nós negociamos!" E aí?
Certo dia, num comício, eu dizia: — vamos expulsar da nossa região esses políticos compradores de votos! — Comadre Neuza, viúva, exemplo de honestidade e bravura sertaneja, eleitora fiel e amiga inconteste, beliscava-me aflita! — esbarraindaí doutor, deixa o homem trabalhar! Deixa logo eu receber as telhas da minha casa! Olha aqui, olha a minha casinha! O senhor vai me dar outra!==FOTO C. NEUSA
É de pensar, quantos de nós nos julgamos puros e honestos, acima de tudo e de todos, sem nos submetermos ao sabor da prova!
Naquele ano fiz essa marchinha de carnaval:
ESBARRAINDAÍ Doutor! (Lula lá)
Literalmente passarei mil carnavais,
quebrado
Vou beber e na hora de pagar
Lula lá
Se alguém me chama pra tomar uma talagada
Não hesito, não, não pago nada.
Dissimulando, disfarçando, pulo fora!
Tô cego e surdo, camarada
E Lula lá
Porém, se
A bolsa renda, bolsa escola me safá!
Safá, safá, safá.
Esbarraindaí Doutor!...
Deixa o homem trabalhar.
E vamos lá!
A minha renda só cabe numa bolsa
A minha bolsa não é feita de renda
Eu sou rendeiro
Menino aprendiz
Só quero um apoio
Deixa a gente ser feliz
E vamos lá
Sim, grandiosa a repercussão dos programas sociais! A seca avassala, mas a fome não castiga mais como dantes! A fome parece banida de nossa região, por enquanto. Que maravilha aos nossos olhos! Mas, ainda há o que pensar. Precisamos banir o analfabetismo, a corrupção e, acima de tudo, resgatar a autoestima cívica. Dado como está, ou humilha ou vicia o cidadão! Fica aqui um convite para se repensar a fórmula.
Quem sabe um subsídio ao trabalho!
De qualquer forma, dar o anzol cria um vínculo mais duradouro que dar o peixe.
MATUTANDO
Doutra feita, matutando, estudando, procurando fazer um diagnóstico coletivo das lideranças regionais, escrevi:
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS.
PARABÉNS!
VOCÊ NASCEU ASSIM!
FORTE!
GRANDE!
VALENTE!
CHIQUE
ELEGANTE
INTELIGENTE
PASTOR ALEMÃO
PITBULL
Ou vira-lata
UM GRANDE!
INFALÍVEL
INTOCÁVEL
IRREMEDIÁVEL!
O NÚMERO UM!
O ÚNICO
IMPRESCINDÍVEL
INDIVISÍVEL
RESISTENTE
TEMÍVEL
ADMIRÁVEL
EMPINADO!
REFINADO
Consagrado
Ou aloprado
ELEGANTE!
REFOGADO
REFORÇADO
UM TRATOR!
Ou infrator?
SAGAZ
INTELIGENTE?
ELOQUENTE
CONVINCENTE
GUERREIRO
DURO NA QUEDA
UM CÍCERO.
UM JUSTO
"HONESTO"
Pra que presto?
Reto
Forte
Robusto
truculento
GALÃ
GALÃ do maracanã?
VENERÁVEL
IDOLATRADO.
INSUBSTITUÍVEL
MODELO
ESTÁTUA
UM PRÍNCIPE!
NASCEU ASSIM
CRESCEU ASSIM
MORRE ASSIM?
ENFIM:
NÃO PARARIA DE ACHAR ADJETIVOS PRA VOCÊ!
ENTÃO:
PARABÉNS
PARABÉNS
PARABÉNS!!!
Ou :
Pobres zens, pobres zens, pobres zens?
Enfim: sensato? Nem tanto?
Vejamos: É sensato o suficiente para amar e ser amado? É fogo e é água? Ou só fogo? Cuidado, muitos líderes já foram assim e causaram grandes estragos na família, no Brasil e no mundo! Veja o seu caso, o de Jânio, Collor, Nero e o de Hitler! Reflita muito! Às vezes, por falta de um reparo, perde-se o controle da nave! E que desastre! A maioria dos grandes líderes sempre está no limite da normalidade! Veja se normal vota em normal? Nunca!
Sim, sei! Que seria do mundo sem os cientistas loucos? Sem os malucos beleza? Mas, aí é outra coisa! Ou é a mesma coisa? Não, aqui se fala de gênios! Gênios da humanidade! Mas, o grande Ariano Suassuna confessa que gosta de ouvir loucos e sujeitos mentirosos... Porque eles são uns pedacinhos de nós!
Em nosso linguajar, seria o equivalente a dizer: mais vale uma mentirinha bem contada que uma verdade maldita!
Que mais será a arte senão um artifício da vida? Que maravilha!
Reflexões sem fim:
Então, onde estará a virtude?
A virtude está no meio?
O meio é ser médio?
SER MÉDIO É SER MAIS OU MENOS
Médio é igual a medíocre!
AH, ENTÃO ME DEIXA SER LOUCO MESMO!
Ser louco é ser extremado?
Extremado é inconsequente?
Inconsequente é temível!
Então onde está o caminho?
É impossível transformar um pitbull em um vira-lata! Mas é possível adestrá-lo, torná-lo útil. E você, é imexível? Incorrigível? Indomável? Que glória! Ou que pena? Às vezes, é melhor ter cuidado com o andor! Por quê? Porque o santo é de barro! Custa ter cuidado com o andor? Do contrário, é milagre pra todo lado? Não! É estrago pra todo lado.
"Amo-te!", isso pode servir para muita gente.
Aqui, gostaria de lembrar os dois últimos grandes políticos de nossa cidade, sem me aprofundar: um deles parecia querer ensinar que política é antes de tudo uma arte que precisa de muita fé! E assim clamava por todos os santos nos comícios; Nossa Senhora das Mercês então! E o de sua maior devoção tinha que estar em sua casa e em tamanho real: São Judas Tadeu! Não podia ser outro: o santo das causas impossíveis...
O outro, parecia querer ensinar que em política antes de tudo era preciso ouvir! Aliás, muito mais que isso, ouvir seletivamente: um dos ouvidos deveria ser surdo para ignorar tudo o que não lhe conviesse!
E aqui um causo passado, vivido e aprovado:
Deputado, me empresta cinco reais?
Não ouviu...
Deputado, me empresta cinco reais?
Não ouviu...
Deputado, me empresta dez reais?
Já com a mão no bolso, dizia: não era cinco fi duma égua!
O primeiro chegou a ocupar cargos, hoje, com status de Ministério!
O outro foi recordista de mandatos no mundo! 50 anos de mandatos!
Bem, está aí a fórmula...
Sinto muito orgulho quando lembro da possibilidade de ter herdado um pouquinho de cada um.
Este registro é feito com muito carinho, respeito e admiração.
Propus-me várias vezes a cargos públicos, prefeito, deputado, etc., para não pecar pela omissão, o que considero o pior de todos os pecados. Por isso, acho que morrerei contracenando com os profissionais da politicagem, na esperança de que esteja, de alguma forma, sempre mostrando minha indignação com muitas coisas que vemos por aí, contribuindo, lutando, perseverando, dando exemplo de participação na luta pela conquista da dignidade social.
A minha história política mais recente data desta última eleição para prefeitos, em 2008.
Concorri com dois candidatos, ex-prefeitos e que tiveram seus registros de candidaturas indeferidos pelo juiz eleitoral Carlos Hamilton (registrando seu nome pelo exemplo nem sempre comum, para não dizer raro), por improbidade administrativa, falsidade ideológica e até peculato!
Tornei-me candidato único por alguns dias, algo inédito em uma campanha eleitoral.
Tive vontade de rir, pois por esta não esperava! Mas, como estava ali como sempre, para não pecar pela omissão, ganhei fôlego e um bom prato para os meus argumentos, ditos em alto e bom tom em versos, contos e prosas musicadas:
Lá vem um
Olha o outro
Os dois emborcaram Jaicós
Ou que pena
Ou que lástima
Eles pensam que o povo não lembra
-------------------
Se voltar não ganha
Se ganhar não apossa
Se apossar, não governa!
Vira aquela briga feia
Vira aquela desmoralização
------------------------
E criei o bloco dos limpos contra os sujos ao ponto de a coisa ficar engraçada: ao término do meu programa eleitoral gratuito pela radiodifusão eu dizia:
Desliga aí o rádio que lá vem sujeira!
Deixa que o próximo programa coincidiu não com o programa dos meus adversários sujos, mas com uma pregação evangélica!
O pastor bracejou: ora, mas que sujeito sem assessoria!
As crianças perguntavam: mamãe, tu é limpa ou suja? A mãe respondia: SUJA MESMO! A criança dizia: pois eu sou limpa porque já banhei!
Eu havia conquistado a simpatia das crianças, mas, para não ficar contra a mãe, desconcertavam com alguma justificativa.
É limpo para cá
É sujo para lá
Para se limpar
Venha para cá
Eu sou limpo
Tu é limpo
Eles são sujos
Nós é limpo
Para se limpar
Venha logo para cá
E bracejava com punho forte:
Só peixe morto segue a correnteza das águas, peixe vivo vai à luta, resiste e vence contra a correnteza, para, numa missão quase impossível, alcançar o manancial das águas tranquilas do oceano.
Beata que vota em corrupto, não pode comungar!
Evangélico que vota em ladrão, não tem a salvação!
E o padre me perguntou:
Como vai a campanha?
Estou fazendo a minha parte, e o senhor está fazendo a sua?
Perguntei do alto do palanque:
Será que o juiz está doido
Será que o Juiz perdeu o juízo?
Houve grande alvoroço e conflito de credibilidade na população, estarrecida com os fatos (a vida particular dos candidatos condenados é respeitada, admirada e querida por todos), já que o povo raciocina assim:
Seu Juiz, esses zome não tem culpa! A culpa é do meu filho, do meu pai ou da minha mãe! Da minha mulher, do padre ou do delegado, ou então daquele cego e aleijado que nunca ajudou a gente.
Existe um jargão que diz:
Ladrão que rouba ladrão
Tem cem anos de perdão!
Outros dizem assim:
Todo homem tem um prêço!
Neste caso o preço foi o poder
O poder corrompe!
Será facil resistir?
A lei dá, mas o parágrafo vem e tira!
Roubou, mas dividiu comigo, que necessito tanto, de quem é a culpa?
Nessa última versão encaixa-se o escândalo do governo Collor e a Câmara dos deputados. Não negociou com a Câmara! Foi cassado!
Então a coisa não só acontece entre os pobres ou analfabetos.
Parece que já é um consenso ainda não estabelecido em Lei: que honestidade é uma coisa relativa.
Quem duvidaria que o governo Lula tivesse a mesma popularidade se não fossem as bolsas da vida, ainda que seja na premissa de diminuir a desigualdade social?
O povo está igual a São Tomé, só acredita no que abocanha!
Aliás, esta de dividir o pão é uma lição antiga.
Igualmente acontece com a aposentadoria rural, eles nunca pagaram previdência E ATUALMENTE, PAGAM DE MANEIRA SIMBÓLICA, então crêem que o governo está dividindo o pão. Até a antena parabólica que eles compram e instalam em suas roças, deslumbrados, reconhecem que é obra do governo Lula! Mesmo que quisessem incriminar o governo no escândalo dos mensalões, jamais teriam apoio popular.
Os candidatos condenados, meus adversários, entraram com recurso jurídico e voltaram à campanha sob os aplausos frenéticos do povo e ganharam a eleição.
O segundo mais votado, a justiça se quer oficializou os votos, pois continuava sub júdice.
O eleito continua com o processo na seguinte condição: transitado em julgado, condene-se o réu...
E eu, o 100% limpo, até prova em contrário, fiquei como o segundo mais votado com, MINGUADOS 38 votos. Diz-se que se votassem em mim não derrubariam o governo já tão prolongado e desgastado! E então cada voto desviado para mim, poderia ser aquele que iria faltar para a vitória da oposição. Seria assim algo parecido com a torcida de um FLA X FLU, em pleno Maracanã, acrescida dos interesses pessoais, quem entrasse pelo meio seria, literalmente, esmagado!
Acho, aliviado, que consegui compreender tudo, mas não sei se os anjos, os arcanjos e a nossa Santa Padroeira não choraram de dor ao ver os Djés e os Djós de minha cidade votando maciçamente contra um candidato 100% limpo e logicamente a favor dos candidatos condenados peja justiça. Isto é, mais uma vez condenaram um inocente e libertaram os dois culpados.
Contudo, uma pulga ficou por trás da minha orelha. Que lição ficaria para as futuras gerações: a de que o povo ainda que errado tenha razão? A de que o erro compensa?
Bom, resolvi deixar isso com o Ministério Público.
Em minha opinião, se a Justiça tinha que resolver que resolvesse antes e não depois do que considero, dentre todos, o maior julgamento popular: UMA ELEIÇÃO.
A justiça aqui, além de cega, é de uma morosidade desconcertante.
Para meu consolo, sou visto e tido pelo mesmo povo que me desaprovou como político, como um cidadão respeitável, admirável e querido no contexto social.
Basta-me?
Não sei!
Sei, porém que já dizia um dito popular: andorinha só não faz verão! Por outro lado, escrevia um cientista político: é impossível eleger-se sem compor.
Compor, aqui pra nós, é fatiar o boi, negociar cargos, rachar as vantagens, a verba!
Ainda que dentro dos limites. Por limites entenda-se: é possível roubar e trabalhar, mostrar serviço.
Outro diz: política é acima de tudo criar um vínculo de confiança tendo como maior exemplo aquele do Pai: amai-vos uns aos outros... Do púlpito, um padre já pregava: só o amor de Maria constrói vínculo inquebrantável!
Um popular se virou pra mim e disse: votei, para vereador, em fulano de tal porque ele me acompanhou duas vezes em minha doença, me deu todos os exames e ainda pagou meus remédios. Em seguida, levou o candidato a prefeito em minha casa, que me deu 10 sacos de cimento para rebocar a minha casa, de imediato saiu negociando com cada um dos meus filhos e aí nós votamos fechado!
Depois, chegou-me um destes matutos dotado de grande tirocínio da vida: doutor, o povo desta terra sabe e faz de conta que não sabe em quem deveria votar, porque além de tudo o senhor é um grande sucessista! Queria ele dizer que além de tudo estava me revelando um grande compositor, cantor, etc. Então perguntei: e você votou em mim? Respondeu desconcertado: não, porque já tinha compromisso, e o senhor sabe que, já que o pobre não tem nada (desprovido de tudo), tem que ter, pelo menos, palavra.
Por palavra aqui entenda-se o toma lá da cá. E arremata: cada um negocia o que tem! O juiz negocia a causa e o pastor a salvação, eu só posso negociar o voto!
Por último, uma popular, amiga, afirmava esnobando um sorriso clarividente: Solon, ninguém é doido de votar sem antes saber o que vai sobrar pra nós... Aqui, não tem do que a gente viver... Só faltou dizer que o único doido ali era eu! E então pude aprender que ela queria me deixar esta lição: a de que o único estereotipo deste processo seria eu!
E eu já devia ter aprendido a isso, mas a teimosia cívica não me deixa!
E assim se verifica, facilmente, a grande obra pós-eleição, talvez a maior obra social e de menor custo de todos os tempos: incontáveis casas reformadas e inúmeros outros benefícios em troca do voto. Já existe até a reconhecida farra da construção pré e pós eleição.
Bom, mas se cada voto tem um preço, como podemos exigir do candidato eleito uma administração limpa, honesta e transparente?
Volta-se à pergunta: onde está o caminho?
Salomão diria: pergunte aos sábios e experientes.
Rui Barbosa, por exemplo:
“De tanto ver triunfar as nulidades
De tanto ver prosperar a injustiça
De tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus...
O homem chega a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
E eu, desolado e admirado com a aberração, musiquei este nosso verso:
“PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS.
POBRES ZENS, POBRES ZENS, POBRES ZENS.
PARABÉNS!
VOCE NASCEU ASSIM!
FORTE!
GRANDE!
VALENTE!
CHIQUE
ELEGANTE
INTELIGENTE
PASTOR ALEMÃO
PITBUL
OU VIRA-LATA?
Refrão:
Água, finita água!
ÚNICO
IMPRESCINDÍVEL
RESISTENTE
INFALÍVEL
INTOCÁVEL
INDOMÁVEL
Ou aloprado?
Refrão:
Água, finita água
O NÚMERO UM!
TEMÍVEL
ADMIRÁVEL
EMPINADO!
REFINADO
OU salafrário?
(Refrão)
REFOGADO
REFORÇADO
UM TRATOR!!!
Ou infrator?
(Refrão)
SAGAZ
INTELIGENTE?
MALANDRO
ELOQUENTE
CONVINCENTE.
(Refrão)
GUERREIRO
DURO NA QUEDA
UM CÍCERO.
UM JUSTO
"HONESTO"
PRA QUE PRESTO?
(Refrão)
ENGRAVATADO
VULNERÁVEL
IDOLATRADO.
RETO
FORTE
GALÃ
GALÃ DO MARACA, NÃO?
(Refrão)
INSUBSTITUÍVEL
IRRESISTÍVEL
MODELO
LUA CANDENTE
ESTÁTUA
UM PRÍNCIPE!
PALHAÇADA!
(Refrão)
POLÍTICO, POLITIQUEIRO OU APOLÍTICO?
É SENADOR
GOVERNADOR
VEREADOR?
(Refrão)
É PROMOTOR
É INVASOR?
É PROFESSOR? (sofre, resignadamente... ah, ah, ah)
PARA O CÚMULO DA IGNORÂNCIA
NASCEU ASSIM
CRESCEU ASSIM
MORREU ASSIM?
ENTÃO:
PARABÉNS!
PARABÉNS
PARABÉNS!
E NÓS
POBREZENS
POBREZENS
POBREZENS
(Refrão)
CARGA D’ÁGUA
PIPA D’ÁGUA
GOTA D’ÁGUA
PARA!
POLÍTICO OU APOLÍTICO?
Num revés da história, como diz o matuto, meses atrás prometi ao primo-irmão, ganhador da eleição, um espaço para expor o seu comentário nesta segunda edição!
Imagino o que diria: sou limpo igual a você! Mas a política tem razões que a própria razão desconhece...SORTE SUA NUNCA TER GOVERNADO COM A CABEÇA DE ONTEM!
Seu sogro, Humberto Reis (in memoriam) diria: são apupos de campanha.
Sei lá! É muita água pra o meu alguidar. Boa sorte na sua administração!
Da mesma forma, ofereci espaço neste livro ao outro candidato, Crisanto Neto, e ao juiz de direito que presidiu a eleição.
PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS.
PARABÉNS!
VOCÊ NASCEU ASSIM!
FORTE!
GRANDE!
VALENTE!
CHIQUE
ELEGANTE
INTELIGENTE
PASTOR ALEMÃO
PITBULL
Ou vira-lata
UM GRANDE!
INFALÍVEL
INTOCÁVEL
IRREMEDIÁVEL!
O NÚMERO UM!
O ÚNICO
IMPRESCINDÍVEL
INDIVISÍVEL
RESISTENTE
TEMÍVEL
ADMIRÁVEL
EMPINADO!
REFINADO
Consagrado
Ou aloprado
ELEGANTE!
REFOGADO
REFORÇADO
UM TRATOR!
Ou infrator?
SAGAZ
INTELIGENTE?
ELOQUENTE
CONVINCENTE
GUERREIRO
DURO NA QUEDA
UM CÍCERO.
UM JUSTO
"HONESTO"
Pra que presto?
Reto
Forte
Robusto
truculento
GALÃ
GALÃ do maracanã?
VENERÁVEL
IDOLATRADO.
INSUBSTITUÍVEL
MODELO
ESTÁTUA
UM PRÍNCIPE!
NASCEU ASSIM
CRESCEU ASSIM
MORRE ASSIM?
ENFIM:
NÃO PARARIA DE ACHAR ADJETIVOS PRA VOCÊ!
ENTÃO:
PARABÉNS
PARABÉNS
PARABÉNS!!!
Ou :
Pobres zens, pobres zens, pobres zens?
Enfim: sensato? Nem tanto?
Vejamos: É sensato o suficiente para amar e ser amado? É fogo e é água? Ou só fogo? Cuidado, muitos líderes já foram assim e causaram grandes estragos na família, no Brasil e no mundo! Veja o seu caso, o de Jânio, Collor, Nero e o de Hitler! Reflita muito! Às vezes, por falta de um reparo, perde-se o controle da nave! E que desastre! A maioria dos grandes líderes sempre está no limite da normalidade! Veja se normal vota em normal? Nunca!
Sim, sei! Que seria do mundo sem os cientistas loucos? Sem os malucos beleza? Mas, aí é outra coisa! Ou é a mesma coisa? Não, aqui se fala de gênios! Gênios da humanidade! Mas, o grande Ariano Suassuna confessa que gosta de ouvir loucos e sujeitos mentirosos... Porque eles são uns pedacinhos de nós!
Em nosso linguajar, seria o equivalente a dizer: mais vale uma mentirinha bem contada que uma verdade maldita!
Que mais será a arte senão um artifício da vida? Que maravilha!
Reflexões sem fim:
Então, onde estará a virtude?
A virtude está no meio?
O meio é ser médio?
SER MÉDIO É SER MAIS OU MENOS
Médio é igual a medíocre!
AH, ENTÃO ME DEIXA SER LOUCO MESMO!
Ser louco é ser extremado?
Extremado é inconsequente?
Inconsequente é temível!
Então onde está o caminho?
É impossível transformar um pitbull em um vira-lata! Mas é possível adestrá-lo, torná-lo útil. E você, é imexível? Incorrigível? Indomável? Que glória! Ou que pena? Às vezes, é melhor ter cuidado com o andor! Por quê? Porque o santo é de barro! Custa ter cuidado com o andor? Do contrário, é milagre pra todo lado? Não! É estrago pra todo lado.
"Amo-te!", isso pode servir para muita gente.
Aqui, gostaria de lembrar os dois últimos grandes políticos de nossa cidade, sem me aprofundar: um deles parecia querer ensinar que política é antes de tudo uma arte que precisa de muita fé! E assim clamava por todos os santos nos comícios; Nossa Senhora das Mercês então! E o de sua maior devoção tinha que estar em sua casa e em tamanho real: São Judas Tadeu! Não podia ser outro: o santo das causas impossíveis...
O outro, parecia querer ensinar que em política antes de tudo era preciso ouvir! Aliás, muito mais que isso, ouvir seletivamente: um dos ouvidos deveria ser surdo para ignorar tudo o que não lhe conviesse!
E aqui um causo passado, vivido e aprovado:
Deputado, me empresta cinco reais?
Não ouviu...
Deputado, me empresta cinco reais?
Não ouviu...
Deputado, me empresta dez reais?
Já com a mão no bolso, dizia: não era cinco fi duma égua!
O primeiro chegou a ocupar cargos, hoje, com status de Ministério!
O outro foi recordista de mandatos no mundo! 50 anos de mandatos!
Bem, está aí a fórmula...
Sinto muito orgulho quando lembro da possibilidade de ter herdado um pouquinho de cada um.
Este registro é feito com muito carinho, respeito e admiração.
Propus-me várias vezes a cargos públicos, prefeito, deputado, etc., para não pecar pela omissão, o que considero o pior de todos os pecados. Por isso, acho que morrerei contracenando com os profissionais da politicagem, na esperança de que esteja, de alguma forma, sempre mostrando minha indignação com muitas coisas que vemos por aí, contribuindo, lutando, perseverando, dando exemplo de participação na luta pela conquista da dignidade social.
A minha história política mais recente data desta última eleição para prefeitos, em 2008.
Concorri com dois candidatos, ex-prefeitos e que tiveram seus registros de candidaturas indeferidos pelo juiz eleitoral Carlos Hamilton (registrando seu nome pelo exemplo nem sempre comum, para não dizer raro), por improbidade administrativa, falsidade ideológica e até peculato!
Tornei-me candidato único por alguns dias, algo inédito em uma campanha eleitoral.
Tive vontade de rir, pois por esta não esperava! Mas, como estava ali como sempre, para não pecar pela omissão, ganhei fôlego e um bom prato para os meus argumentos, ditos em alto e bom tom em versos, contos e prosas musicadas:
Lá vem um
Olha o outro
Os dois emborcaram Jaicós
Ou que pena
Ou que lástima
Eles pensam que o povo não lembra
-------------------
Se voltar não ganha
Se ganhar não apossa
Se apossar, não governa!
Vira aquela briga feia
Vira aquela desmoralização
------------------------
E criei o bloco dos limpos contra os sujos ao ponto de a coisa ficar engraçada: ao término do meu programa eleitoral gratuito pela radiodifusão eu dizia:
Desliga aí o rádio que lá vem sujeira!
Deixa que o próximo programa coincidiu não com o programa dos meus adversários sujos, mas com uma pregação evangélica!
O pastor bracejou: ora, mas que sujeito sem assessoria!
As crianças perguntavam: mamãe, tu é limpa ou suja? A mãe respondia: SUJA MESMO! A criança dizia: pois eu sou limpa porque já banhei!
Eu havia conquistado a simpatia das crianças, mas, para não ficar contra a mãe, desconcertavam com alguma justificativa.
É limpo para cá
É sujo para lá
Para se limpar
Venha para cá
Eu sou limpo
Tu é limpo
Eles são sujos
Nós é limpo
Para se limpar
Venha logo para cá
E bracejava com punho forte:
Só peixe morto segue a correnteza das águas, peixe vivo vai à luta, resiste e vence contra a correnteza, para, numa missão quase impossível, alcançar o manancial das águas tranquilas do oceano.
Beata que vota em corrupto, não pode comungar!
Evangélico que vota em ladrão, não tem a salvação!
E o padre me perguntou:
Como vai a campanha?
Estou fazendo a minha parte, e o senhor está fazendo a sua?
Perguntei do alto do palanque:
Será que o juiz está doido
Será que o Juiz perdeu o juízo?
Houve grande alvoroço e conflito de credibilidade na população, estarrecida com os fatos (a vida particular dos candidatos condenados é respeitada, admirada e querida por todos), já que o povo raciocina assim:
Seu Juiz, esses zome não tem culpa! A culpa é do meu filho, do meu pai ou da minha mãe! Da minha mulher, do padre ou do delegado, ou então daquele cego e aleijado que nunca ajudou a gente.
Existe um jargão que diz:
Ladrão que rouba ladrão
Tem cem anos de perdão!
Outros dizem assim:
Todo homem tem um prêço!
Neste caso o preço foi o poder
O poder corrompe!
Será facil resistir?
A lei dá, mas o parágrafo vem e tira!
Roubou, mas dividiu comigo, que necessito tanto, de quem é a culpa?
Nessa última versão encaixa-se o escândalo do governo Collor e a Câmara dos deputados. Não negociou com a Câmara! Foi cassado!
Então a coisa não só acontece entre os pobres ou analfabetos.
Parece que já é um consenso ainda não estabelecido em Lei: que honestidade é uma coisa relativa.
Quem duvidaria que o governo Lula tivesse a mesma popularidade se não fossem as bolsas da vida, ainda que seja na premissa de diminuir a desigualdade social?
O povo está igual a São Tomé, só acredita no que abocanha!
Aliás, esta de dividir o pão é uma lição antiga.
Igualmente acontece com a aposentadoria rural, eles nunca pagaram previdência E ATUALMENTE, PAGAM DE MANEIRA SIMBÓLICA, então crêem que o governo está dividindo o pão. Até a antena parabólica que eles compram e instalam em suas roças, deslumbrados, reconhecem que é obra do governo Lula! Mesmo que quisessem incriminar o governo no escândalo dos mensalões, jamais teriam apoio popular.
Os candidatos condenados, meus adversários, entraram com recurso jurídico e voltaram à campanha sob os aplausos frenéticos do povo e ganharam a eleição.
O segundo mais votado, a justiça se quer oficializou os votos, pois continuava sub júdice.
O eleito continua com o processo na seguinte condição: transitado em julgado, condene-se o réu...
E eu, o 100% limpo, até prova em contrário, fiquei como o segundo mais votado com, MINGUADOS 38 votos. Diz-se que se votassem em mim não derrubariam o governo já tão prolongado e desgastado! E então cada voto desviado para mim, poderia ser aquele que iria faltar para a vitória da oposição. Seria assim algo parecido com a torcida de um FLA X FLU, em pleno Maracanã, acrescida dos interesses pessoais, quem entrasse pelo meio seria, literalmente, esmagado!
Acho, aliviado, que consegui compreender tudo, mas não sei se os anjos, os arcanjos e a nossa Santa Padroeira não choraram de dor ao ver os Djés e os Djós de minha cidade votando maciçamente contra um candidato 100% limpo e logicamente a favor dos candidatos condenados peja justiça. Isto é, mais uma vez condenaram um inocente e libertaram os dois culpados.
Contudo, uma pulga ficou por trás da minha orelha. Que lição ficaria para as futuras gerações: a de que o povo ainda que errado tenha razão? A de que o erro compensa?
Bom, resolvi deixar isso com o Ministério Público.
Em minha opinião, se a Justiça tinha que resolver que resolvesse antes e não depois do que considero, dentre todos, o maior julgamento popular: UMA ELEIÇÃO.
A justiça aqui, além de cega, é de uma morosidade desconcertante.
Para meu consolo, sou visto e tido pelo mesmo povo que me desaprovou como político, como um cidadão respeitável, admirável e querido no contexto social.
Basta-me?
Não sei!
Sei, porém que já dizia um dito popular: andorinha só não faz verão! Por outro lado, escrevia um cientista político: é impossível eleger-se sem compor.
Compor, aqui pra nós, é fatiar o boi, negociar cargos, rachar as vantagens, a verba!
Ainda que dentro dos limites. Por limites entenda-se: é possível roubar e trabalhar, mostrar serviço.
Outro diz: política é acima de tudo criar um vínculo de confiança tendo como maior exemplo aquele do Pai: amai-vos uns aos outros... Do púlpito, um padre já pregava: só o amor de Maria constrói vínculo inquebrantável!
Um popular se virou pra mim e disse: votei, para vereador, em fulano de tal porque ele me acompanhou duas vezes em minha doença, me deu todos os exames e ainda pagou meus remédios. Em seguida, levou o candidato a prefeito em minha casa, que me deu 10 sacos de cimento para rebocar a minha casa, de imediato saiu negociando com cada um dos meus filhos e aí nós votamos fechado!
Depois, chegou-me um destes matutos dotado de grande tirocínio da vida: doutor, o povo desta terra sabe e faz de conta que não sabe em quem deveria votar, porque além de tudo o senhor é um grande sucessista! Queria ele dizer que além de tudo estava me revelando um grande compositor, cantor, etc. Então perguntei: e você votou em mim? Respondeu desconcertado: não, porque já tinha compromisso, e o senhor sabe que, já que o pobre não tem nada (desprovido de tudo), tem que ter, pelo menos, palavra.
Por palavra aqui entenda-se o toma lá da cá. E arremata: cada um negocia o que tem! O juiz negocia a causa e o pastor a salvação, eu só posso negociar o voto!
Por último, uma popular, amiga, afirmava esnobando um sorriso clarividente: Solon, ninguém é doido de votar sem antes saber o que vai sobrar pra nós... Aqui, não tem do que a gente viver... Só faltou dizer que o único doido ali era eu! E então pude aprender que ela queria me deixar esta lição: a de que o único estereotipo deste processo seria eu!
E eu já devia ter aprendido a isso, mas a teimosia cívica não me deixa!
E assim se verifica, facilmente, a grande obra pós-eleição, talvez a maior obra social e de menor custo de todos os tempos: incontáveis casas reformadas e inúmeros outros benefícios em troca do voto. Já existe até a reconhecida farra da construção pré e pós eleição.
Bom, mas se cada voto tem um preço, como podemos exigir do candidato eleito uma administração limpa, honesta e transparente?
Volta-se à pergunta: onde está o caminho?
Salomão diria: pergunte aos sábios e experientes.
Rui Barbosa, por exemplo:
“De tanto ver triunfar as nulidades
De tanto ver prosperar a injustiça
De tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos maus...
O homem chega a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
E eu, desolado e admirado com a aberração, musiquei este nosso verso:
“PARABÉNS, PARABÉNS, PARABÉNS.
POBRES ZENS, POBRES ZENS, POBRES ZENS.
PARABÉNS!
VOCE NASCEU ASSIM!
FORTE!
GRANDE!
VALENTE!
CHIQUE
ELEGANTE
INTELIGENTE
PASTOR ALEMÃO
PITBUL
OU VIRA-LATA?
Refrão:
Água, finita água!
ÚNICO
IMPRESCINDÍVEL
RESISTENTE
INFALÍVEL
INTOCÁVEL
INDOMÁVEL
Ou aloprado?
Refrão:
Água, finita água
O NÚMERO UM!
TEMÍVEL
ADMIRÁVEL
EMPINADO!
REFINADO
OU salafrário?
(Refrão)
REFOGADO
REFORÇADO
UM TRATOR!!!
Ou infrator?
(Refrão)
SAGAZ
INTELIGENTE?
MALANDRO
ELOQUENTE
CONVINCENTE.
(Refrão)
GUERREIRO
DURO NA QUEDA
UM CÍCERO.
UM JUSTO
"HONESTO"
PRA QUE PRESTO?
(Refrão)
ENGRAVATADO
VULNERÁVEL
IDOLATRADO.
RETO
FORTE
GALÃ
GALÃ DO MARACA, NÃO?
(Refrão)
INSUBSTITUÍVEL
IRRESISTÍVEL
MODELO
LUA CANDENTE
ESTÁTUA
UM PRÍNCIPE!
PALHAÇADA!
(Refrão)
POLÍTICO, POLITIQUEIRO OU APOLÍTICO?
É SENADOR
GOVERNADOR
VEREADOR?
(Refrão)
É PROMOTOR
É INVASOR?
É PROFESSOR? (sofre, resignadamente... ah, ah, ah)
PARA O CÚMULO DA IGNORÂNCIA
NASCEU ASSIM
CRESCEU ASSIM
MORREU ASSIM?
ENTÃO:
PARABÉNS!
PARABÉNS
PARABÉNS!
E NÓS
POBREZENS
POBREZENS
POBREZENS
(Refrão)
CARGA D’ÁGUA
PIPA D’ÁGUA
GOTA D’ÁGUA
PARA!
POLÍTICO OU APOLÍTICO?
Num revés da história, como diz o matuto, meses atrás prometi ao primo-irmão, ganhador da eleição, um espaço para expor o seu comentário nesta segunda edição!
Imagino o que diria: sou limpo igual a você! Mas a política tem razões que a própria razão desconhece...SORTE SUA NUNCA TER GOVERNADO COM A CABEÇA DE ONTEM!
Seu sogro, Humberto Reis (in memoriam) diria: são apupos de campanha.
Sei lá! É muita água pra o meu alguidar. Boa sorte na sua administração!
Da mesma forma, ofereci espaço neste livro ao outro candidato, Crisanto Neto, e ao juiz de direito que presidiu a eleição.
=====FOTO PREFEITURA
E cito Bertolt Brecht:
"O pior analfabeto não é aquele que não sabe ler; mas aquele que finge não enxergar, e ufano, bate no peito e diz que não participa, que não vota, mal sabendo que é da sua omissão que nasce o verdadeiro analfabetismo, a prostituição, a fome, a miséria, o crime organizado e tantas outras pragas por aí!"
Por isso vou morrer lutando, participando!
Porque viver é o contrário de morrer, é lutar!
Não existe jovem feio! Existe jovem triste!
Mas isso tem cura!
Vamos à luta!
Quero que me vejam, enquanto vivo, como o mais jovem de todos os jovens, mas com o freio da experiência.
Um ancião de minha terra, indagado por uma criança por que ele ainda jogava na sena, respondeu: — se o corpo não pesa e a mente não lesa, ficar velho é merda! — Seu Astro, palmas pra ele.
Quando eu perder essa condição, podem me trazer as asas que quero voar.
"O pior analfabeto não é aquele que não sabe ler; mas aquele que finge não enxergar, e ufano, bate no peito e diz que não participa, que não vota, mal sabendo que é da sua omissão que nasce o verdadeiro analfabetismo, a prostituição, a fome, a miséria, o crime organizado e tantas outras pragas por aí!"
Por isso vou morrer lutando, participando!
Porque viver é o contrário de morrer, é lutar!
Não existe jovem feio! Existe jovem triste!
Mas isso tem cura!
Vamos à luta!
Quero que me vejam, enquanto vivo, como o mais jovem de todos os jovens, mas com o freio da experiência.
Um ancião de minha terra, indagado por uma criança por que ele ainda jogava na sena, respondeu: — se o corpo não pesa e a mente não lesa, ficar velho é merda! — Seu Astro, palmas pra ele.
Quando eu perder essa condição, podem me trazer as asas que quero voar.
Uma preocupação no momento?
O aquecimento global.
É incompreensível e urgentemente inadmissível o desrespeito às leis naturais do globo, à mãe natureza! Urge medidas de correção e de adequação ao meio ambiente em todo o planeta!
Uma preocupação local? O problema crônico das secas, especialmente no Piauí, onde temos o maior lençol freático do nordeste, E RIOS QUE PODEM SER PERENIZADOS, pode?
E assim nasceu esta canção em apoio à transposição do rio São Francisco:
Chico Nosso (INTEGRAÇÃO)
Refrão
É Chico meu
É Chico teu
É Chico nosso
De cada dia (BIS)
São Francisco venha ver
O lamento do sertão
No terreiro da Chiquinha
Falta inté nosso baião
Refrão
Baião de dois
Baião mil
Baião de dois
Do meu Brasil
São Francisco venha ver
O lamento do sertão
No curral a vaca estrela
Esparramada pelo chão
É bicho manco
É macambúzio
É bicho manco
É macambúzio
Ah,
São Pedro, São Jorge, Santo Antônio.
Santo casamenteiro,
Sem chuva não tem não
É Chico meu
É Chico teu
É Chico nosso
De cada dia
Ah, São Pedro, São Jorge, São Francisco
Chico meu, Chico teu, Chico nosso
Traga logo nossa irrigação
Hum, hum, hum.
Hum, hum, hum.
Traga logo nossa
integração
E o fenômeno dos gafanhotos de aço, fruto das conquistas sociais do momento, que invade as ruas, estradas e veredas, serve de transporte coletivo indiscriminado, ceifa vidas a cada momento sem nenhuma preocupação das autoridades competentes?
Necessitamos de uma providência urgente para que os motoqueiros respeitem e sejam respeitados no trânsito!
Um fato positivo: o desmembramento dos municípios! São incalculáveis os benefícios. Devia ocorrer mais amiúde, descentralizando o poder, ficando assim o dinheiro público mais próximo do povo, acabando assim com as megalópoles!
Mas tem lá seus malefícios: a criação aqui e acolá de monstrengos do poder!
Sobre a morte: se pudesse definir a vida como o abrir dos olhos para o mundo; a morte também seria apenas o fechar dos olhos para sempre! Ambos são atos simples e sem traumas. Barulho grande faz quem os assiste!
Um escritor: JORGE AMADO
Um livro: todos. (vide bula, mas vide!)
Uma figura histórica: Nélson Mandela.
Um valor: a família
Um diploma: o de melhor pai do mundo.
O aquecimento global.
É incompreensível e urgentemente inadmissível o desrespeito às leis naturais do globo, à mãe natureza! Urge medidas de correção e de adequação ao meio ambiente em todo o planeta!
Uma preocupação local? O problema crônico das secas, especialmente no Piauí, onde temos o maior lençol freático do nordeste, E RIOS QUE PODEM SER PERENIZADOS, pode?
E assim nasceu esta canção em apoio à transposição do rio São Francisco:
Chico Nosso (INTEGRAÇÃO)
Refrão
É Chico meu
É Chico teu
É Chico nosso
De cada dia (BIS)
São Francisco venha ver
O lamento do sertão
No terreiro da Chiquinha
Falta inté nosso baião
Refrão
Baião de dois
Baião mil
Baião de dois
Do meu Brasil
São Francisco venha ver
O lamento do sertão
No curral a vaca estrela
Esparramada pelo chão
É bicho manco
É macambúzio
É bicho manco
É macambúzio
Ah,
São Pedro, São Jorge, Santo Antônio.
Santo casamenteiro,
Sem chuva não tem não
É Chico meu
É Chico teu
É Chico nosso
De cada dia
Ah, São Pedro, São Jorge, São Francisco
Chico meu, Chico teu, Chico nosso
Traga logo nossa irrigação
Hum, hum, hum.
Hum, hum, hum.
Traga logo nossa
integração
E o fenômeno dos gafanhotos de aço, fruto das conquistas sociais do momento, que invade as ruas, estradas e veredas, serve de transporte coletivo indiscriminado, ceifa vidas a cada momento sem nenhuma preocupação das autoridades competentes?
Necessitamos de uma providência urgente para que os motoqueiros respeitem e sejam respeitados no trânsito!
Um fato positivo: o desmembramento dos municípios! São incalculáveis os benefícios. Devia ocorrer mais amiúde, descentralizando o poder, ficando assim o dinheiro público mais próximo do povo, acabando assim com as megalópoles!
Mas tem lá seus malefícios: a criação aqui e acolá de monstrengos do poder!
Sobre a morte: se pudesse definir a vida como o abrir dos olhos para o mundo; a morte também seria apenas o fechar dos olhos para sempre! Ambos são atos simples e sem traumas. Barulho grande faz quem os assiste!
Um escritor: JORGE AMADO
Um livro: todos. (vide bula, mas vide!)
Uma figura histórica: Nélson Mandela.
Um valor: a família
Um diploma: o de melhor pai do mundo.
Foto da Formatura
Um ídolo: José Solon de Souza (Amo-me!)
Meu orgulho: você!
E a lição? É fundamental amar-se para depois amar.
Epílogo
O TEMPO PASSOU
O tempo passou
O amor aconteceu
A confiança cresceu
A vida floresceu.
O fruto nasceu, cresceu...
A ousadia não morreu, amadureceu.
O tempo cioso de tudo diz:
A experiência agora é plena!
E você avaliou a beleza de continuar nosso cliente preferencial, especial!
Cuidar bem de você e dos seus é o instante maior de nossa vida.
Você, CASA DE SAÚDE SÓLON REIS, URO-PICOS SOLON REIS e Sistema Móvel de Diagnóstico Sólon Reis: juntos e felizes neste aniversário.
Aqui, as letras das minhas composições musicais.
ESBARRAINDAÍ Doutor! (LULA LÁ)
Literalmente passarei mil carnavais,
Quebrado
Vou beber e na hora de pagar
Lula lá
Se alguém me chama pra tomar uma talagada
Não hesito, não, não pago nada.
Dissimulando, disfarçando, pulo fora!
Tô cego e surdo, camarada
E Lula lá
Porém,
Se a bolsa renda, bolsa escola me safá
Safá, safá, safá
Esbarraindaí Doutor!
Deixa o homem trabalhar
E vamos lá!
A minha renda só cabe numa bolsa
A minha bolsa não é feita de renda
Eu sou rendeiro
Birro de fazer renda
Mas a renda da bolsa
Para nós ê uma lenda
Eu sou rendeiro
Sou Birro de raiz
Só quero um apoio
Para agente ser feliz
EMBOLANDO O BOI E OS BODES
REFRÃO
OLHA O BOI,
OLHA A VACA
Olha o boi, olha o boi, olha o boi
OLHA O BOI
VEJA BEM
CUIDADO COM O BERRO DO BODE (BIS)
O BODE COME PALHA
A PALHA VIRA LOBE
O CABRITO BERRA FORTE
NO RUME DA EUROPA
REFRÃO
OLHO BOI,
VEJA BEM
OLHO BOI, OLHA O BOI, OLHA O BOI
OLHA O BOI
VEJA BEM
CUIDADO COM O BERRO DO BODE
O BODE VIVE SOLTO
NA SOLTA DO TABULEIRO
PEGA SOL O ANO INTEIRO
SÓ NÃO GOSTA DE CHUVEIRO
REFRÃO
O BODE É RESISTENTE
ELEGANTE, INTELIGENTE
PALITA COM ESPINHOS
O FAMOSO PAR DE DENTES
REFRÃO
O BODE SOBE A MESA
DO PREFEITO E DO SENADO
ALIMENTA COM FARTURA
QUI NEM NOSSA UMBUZADA
REFRÃO
O FINO VESTE BODE
NOS OUTRO VESTE PALHA
COM UMA DUPLA DESTAS
VAMOS MORAR NUMA PRAIA
REFRÃO
A PALHA DA CARNAÚBA
É PIONEIRA NA CULTURA
NÃO MATA E NÃO ENGORDA
É PURA SEM MISTURA
REFRÃO
RASGA A PALHA
PUXA, PUXA A PALHA.
É PRA DAR PÓ DE OLHO
E CERA DE CARNAÚBA (BIS)
O BODE É CAMPEÃO
É ESTIGMA DO SERTÃO
NA SECA FAZ DE TUDO
BEBE INTÉ COCA-COLA
COME PIZA E PARMESÃO
REFRÃO
O BODE PULA A CERCA
A CERCA DA FULÔ
FOI-SE HAVER COM O DELEGADO
DELEGADO NÃO GOSTOU
QUEM A CERCA NÃO PULOU
LEVANTA O DEDO POR FAVOR
REFRÃO
O BODE PEGA A FAMA
A FAMA VIRA BODE
PRA FALAR QUE ESTÁ NO CICLO
DIZ AÍ QUE ESTÁ DE BODE
RASGA O BODE
ESTICA AÍ O BODE
PRA FALAR DE BRIGA FEIA
DIZ AÍ QUE FOI UM BODE
RASGA A PALHA
PUXA, PUXA A PALHA.
É PRA DAR PÓ DE OLHO
E CHEIRO DE CARNAÚBA
REFRÃO
EU NESSE RANCHO
NÃO VADEIO MAIS
TEM BODE QUERENDO COCA
E PIZZA DE PARMESÃO (bis)
REFRÃO
A CULTURA DO ALGODÃO
O BICUDO JÁ COMEU
DIZIMOU NOSSO SERTÃO
SOFREU
SOFREU
A CULTURA DO CAJU
NOSSA SANTA SALVAÇÃO
AJUNTOU-SE COM OUTRA SANTA
A RAINHA DO SERTÃO
ELA VEM LÁ DA EUROPA
NÓS AQUI SÓ DIZ OROPA
É OBREIRA DO MELAÇO
OPERÁRIA DE VALOR
MUNDURI DO PIAUÍ
FOI QUEM FEZ EU ME CASAR
COM O MEU GRANDE AMOR
ABELHA RAINHA
RAINHA DE VALOR
FOI QUEM FEZ EU ME CASAR
COM O MEU GRANDE AMOR
OLHA O BOI,
OLHA VACA OLHA O BODE OLHA O BOI
VAMOS JUNTAR TUDO, PRA AMANHÃ NÃO FARTAR NADA.
Hum, hum, hum
Hum, hum, hum
Hum, hum. hum
CUIDADO COM O BERRO DO BOOOOOOODE
Ei!
---------------------------------------------------
Oh meu, oh louco! (A SENHA)
Escuta aqui, oh meu
Botão de estimação
Escuta aqui, oh louca
Preta do meu coração
Você não me ligou
Você não me acessou
Você me torpedeou
Em alta estação
E agora, que é que eu faço com esta senha.
Que é que eu faço com o “w”
Que é que eu faço com o blog
De nós dois
Agora cadê a ficha que não cai
Agora cadê a chave que não abre
Nosso portal do amor (bis)
Escuta aqui, oh...
Oh, louca!
PRA QUE FILOSOFAR
Você pra mim tem que ser pequenininha
Certinha, bem bonitinha (bis)
A mulher grande
Grandiosa não quer ser
Filosofa no almoço
E vai até o amanhecer
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Grande mulher
Já disse que não dá
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Pesa no bolso
Favor me desculpar
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Pra lá de metro e meio
Não consigo nem pensar
(falado)
Olha a tentação, olha a tentação.
Se a Gyselle o meu site visitar,
Oba, oba, oba.
Se a Gyselle BBB, me visitar
Perepêpê, ponha logo no sofá
Porque a Gyselle, meu site visitou
Perdão, perdão, perdão.
Não está aqui mais quem falou
Agora dá
Agora dá
Fiquei com a Gyselle
Não tem mais o que pensar
Agora dá
Agora dá
Fiquei com a bbb
Ora, pra que filosofar
Loura, morena
Ora, pra que filosofar?
Bial, Bial
Bial, Bial
Filosofar
Ora, pra que filosofar?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Meu orgulho: você!
E a lição? É fundamental amar-se para depois amar.
Epílogo
O TEMPO PASSOU
O tempo passou
O amor aconteceu
A confiança cresceu
A vida floresceu.
O fruto nasceu, cresceu...
A ousadia não morreu, amadureceu.
O tempo cioso de tudo diz:
A experiência agora é plena!
E você avaliou a beleza de continuar nosso cliente preferencial, especial!
Cuidar bem de você e dos seus é o instante maior de nossa vida.
Você, CASA DE SAÚDE SÓLON REIS, URO-PICOS SOLON REIS e Sistema Móvel de Diagnóstico Sólon Reis: juntos e felizes neste aniversário.
Aqui, as letras das minhas composições musicais.
ESBARRAINDAÍ Doutor! (LULA LÁ)
Literalmente passarei mil carnavais,
Quebrado
Vou beber e na hora de pagar
Lula lá
Se alguém me chama pra tomar uma talagada
Não hesito, não, não pago nada.
Dissimulando, disfarçando, pulo fora!
Tô cego e surdo, camarada
E Lula lá
Porém,
Se a bolsa renda, bolsa escola me safá
Safá, safá, safá
Esbarraindaí Doutor!
Deixa o homem trabalhar
E vamos lá!
A minha renda só cabe numa bolsa
A minha bolsa não é feita de renda
Eu sou rendeiro
Birro de fazer renda
Mas a renda da bolsa
Para nós ê uma lenda
Eu sou rendeiro
Sou Birro de raiz
Só quero um apoio
Para agente ser feliz
EMBOLANDO O BOI E OS BODES
REFRÃO
OLHA O BOI,
OLHA A VACA
Olha o boi, olha o boi, olha o boi
OLHA O BOI
VEJA BEM
CUIDADO COM O BERRO DO BODE (BIS)
O BODE COME PALHA
A PALHA VIRA LOBE
O CABRITO BERRA FORTE
NO RUME DA EUROPA
REFRÃO
OLHO BOI,
VEJA BEM
OLHO BOI, OLHA O BOI, OLHA O BOI
OLHA O BOI
VEJA BEM
CUIDADO COM O BERRO DO BODE
O BODE VIVE SOLTO
NA SOLTA DO TABULEIRO
PEGA SOL O ANO INTEIRO
SÓ NÃO GOSTA DE CHUVEIRO
REFRÃO
O BODE É RESISTENTE
ELEGANTE, INTELIGENTE
PALITA COM ESPINHOS
O FAMOSO PAR DE DENTES
REFRÃO
O BODE SOBE A MESA
DO PREFEITO E DO SENADO
ALIMENTA COM FARTURA
QUI NEM NOSSA UMBUZADA
REFRÃO
O FINO VESTE BODE
NOS OUTRO VESTE PALHA
COM UMA DUPLA DESTAS
VAMOS MORAR NUMA PRAIA
REFRÃO
A PALHA DA CARNAÚBA
É PIONEIRA NA CULTURA
NÃO MATA E NÃO ENGORDA
É PURA SEM MISTURA
REFRÃO
RASGA A PALHA
PUXA, PUXA A PALHA.
É PRA DAR PÓ DE OLHO
E CERA DE CARNAÚBA (BIS)
O BODE É CAMPEÃO
É ESTIGMA DO SERTÃO
NA SECA FAZ DE TUDO
BEBE INTÉ COCA-COLA
COME PIZA E PARMESÃO
REFRÃO
O BODE PULA A CERCA
A CERCA DA FULÔ
FOI-SE HAVER COM O DELEGADO
DELEGADO NÃO GOSTOU
QUEM A CERCA NÃO PULOU
LEVANTA O DEDO POR FAVOR
REFRÃO
O BODE PEGA A FAMA
A FAMA VIRA BODE
PRA FALAR QUE ESTÁ NO CICLO
DIZ AÍ QUE ESTÁ DE BODE
RASGA O BODE
ESTICA AÍ O BODE
PRA FALAR DE BRIGA FEIA
DIZ AÍ QUE FOI UM BODE
RASGA A PALHA
PUXA, PUXA A PALHA.
É PRA DAR PÓ DE OLHO
E CHEIRO DE CARNAÚBA
REFRÃO
EU NESSE RANCHO
NÃO VADEIO MAIS
TEM BODE QUERENDO COCA
E PIZZA DE PARMESÃO (bis)
REFRÃO
A CULTURA DO ALGODÃO
O BICUDO JÁ COMEU
DIZIMOU NOSSO SERTÃO
SOFREU
SOFREU
A CULTURA DO CAJU
NOSSA SANTA SALVAÇÃO
AJUNTOU-SE COM OUTRA SANTA
A RAINHA DO SERTÃO
ELA VEM LÁ DA EUROPA
NÓS AQUI SÓ DIZ OROPA
É OBREIRA DO MELAÇO
OPERÁRIA DE VALOR
MUNDURI DO PIAUÍ
FOI QUEM FEZ EU ME CASAR
COM O MEU GRANDE AMOR
ABELHA RAINHA
RAINHA DE VALOR
FOI QUEM FEZ EU ME CASAR
COM O MEU GRANDE AMOR
OLHA O BOI,
OLHA VACA OLHA O BODE OLHA O BOI
VAMOS JUNTAR TUDO, PRA AMANHÃ NÃO FARTAR NADA.
Hum, hum, hum
Hum, hum, hum
Hum, hum. hum
CUIDADO COM O BERRO DO BOOOOOOODE
Ei!
---------------------------------------------------
Oh meu, oh louco! (A SENHA)
Escuta aqui, oh meu
Botão de estimação
Escuta aqui, oh louca
Preta do meu coração
Você não me ligou
Você não me acessou
Você me torpedeou
Em alta estação
E agora, que é que eu faço com esta senha.
Que é que eu faço com o “w”
Que é que eu faço com o blog
De nós dois
Agora cadê a ficha que não cai
Agora cadê a chave que não abre
Nosso portal do amor (bis)
Escuta aqui, oh...
Oh, louca!
PRA QUE FILOSOFAR
Você pra mim tem que ser pequenininha
Certinha, bem bonitinha (bis)
A mulher grande
Grandiosa não quer ser
Filosofa no almoço
E vai até o amanhecer
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Grande mulher
Já disse que não dá
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Pesa no bolso
Favor me desculpar
Não dá, não dá
Não dá, não dá
Pra lá de metro e meio
Não consigo nem pensar
(falado)
Olha a tentação, olha a tentação.
Se a Gyselle o meu site visitar,
Oba, oba, oba.
Se a Gyselle BBB, me visitar
Perepêpê, ponha logo no sofá
Porque a Gyselle, meu site visitou
Perdão, perdão, perdão.
Não está aqui mais quem falou
Agora dá
Agora dá
Fiquei com a Gyselle
Não tem mais o que pensar
Agora dá
Agora dá
Fiquei com a bbb
Ora, pra que filosofar
Loura, morena
Ora, pra que filosofar?
Bial, Bial
Bial, Bial
Filosofar
Ora, pra que filosofar?
------------------------------------------------------------------------------------------------------------
EPÍLOGO
Como ultimamente tenho vivido o palco (reunindo o médico, o escritor, o compositor, instrumentista, cantor e agora, o palestrante), quero finalizar tecendo alguns comentários sobre O PALCO.
Muitas pessoas imaginam que todo artista, ao subir ao palco, esteja interagindo com o público de forma consciente e paritária! Ledo engano! Eu diria de forma inconsciente e paritária. Pois todo ator, artista, etc., ao subir ao palco o faz não para apresentar, mas para interpretar, representar. E, como tal, precisa dissociar-se, levitar-se, transformar-se, sentir-se em transe... É um momento mágico e ninguém chega a esse estágio conscientemente. Paritariamente SIM, porque o público interage igual ou semelhantemente.
NUNCA HAVERÁ UM SHOW IGUAL AO ANTERIOR!
Creio que seja algo assim como quando se celebra uma missa, quando se baixa um santo, quando se escreve um livro, quando se faz um ato cirúrgico, quando se rege uma orquestra, quando se celebra a ARTE.
A arte iluminada do palco!
Tanto faz se na platéia existam dez ou dez mil pessoas.
É um ato em transe!
SUBLIME, SUPERIOR, MÁGICO. É uma coisa divina e não deveria ser pago.
Acho também que Jesus Cristo, além de tudo, também foi um grande Ator.
E você, caro leitor, que neste instante está absorto, que dia a dia não se repete, inova, cria, sobrepõe-se aos desafios, representando a todo momento a nossa própria existência no palco da vida?
Perguntassem-lhe hoje, quantos anos você tem, responderia: 20, 30, 50, 100 anos. Mas acrescentaria imediatamente... Passou tão rápido que não me lembro! Isso porque nós só representamos um dia de cada vez. O palco de ontem e o de amanhã não se palpam mais. Então aproveite para viver esse momento mágico da vida que é o dia de hoje, plenamente! Artista nato à semelhança de Deus.
------------------------------------------
Algumas pessoas perguntam:
Deixou a medicina pra ser músico?
Não, deixei de ser músico por algum tempo, para ser médico.
Hoje, pratico as duas sem prejuízo de ambas.
-------------------------------------------------------------------
Quem não se arrisca, quem não muda, engrossa os pelos, não muda a penugem!
Quem entende só de uma coisa, desconfie, nem disso pode entender!
O novo sempre haverá de chegar, admirando, respeitando e alicerçado na experiência dos mais velhos!
GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO!
AGORA E SEMPRE, POR TODOS OS SÉCULOS
Amém. (lição aprendida com minha mãe, entre tantas...).
MARAVILHOSA MÃE, ALAÍDE.
HOJE, COMEMORANDO O SEU CENTENÁRIO!
CERTA VEZ, DIANTE DO ESPELHO, ADMIROU-SE:
MENINO, ESTOU FICANDO COM A CABEÇA BRANQUINHA?!
CADA VEZ MAIS LINDA E MARAVILHOSA!
Muitas pessoas imaginam que todo artista, ao subir ao palco, esteja interagindo com o público de forma consciente e paritária! Ledo engano! Eu diria de forma inconsciente e paritária. Pois todo ator, artista, etc., ao subir ao palco o faz não para apresentar, mas para interpretar, representar. E, como tal, precisa dissociar-se, levitar-se, transformar-se, sentir-se em transe... É um momento mágico e ninguém chega a esse estágio conscientemente. Paritariamente SIM, porque o público interage igual ou semelhantemente.
NUNCA HAVERÁ UM SHOW IGUAL AO ANTERIOR!
Creio que seja algo assim como quando se celebra uma missa, quando se baixa um santo, quando se escreve um livro, quando se faz um ato cirúrgico, quando se rege uma orquestra, quando se celebra a ARTE.
A arte iluminada do palco!
Tanto faz se na platéia existam dez ou dez mil pessoas.
É um ato em transe!
SUBLIME, SUPERIOR, MÁGICO. É uma coisa divina e não deveria ser pago.
Acho também que Jesus Cristo, além de tudo, também foi um grande Ator.
E você, caro leitor, que neste instante está absorto, que dia a dia não se repete, inova, cria, sobrepõe-se aos desafios, representando a todo momento a nossa própria existência no palco da vida?
Perguntassem-lhe hoje, quantos anos você tem, responderia: 20, 30, 50, 100 anos. Mas acrescentaria imediatamente... Passou tão rápido que não me lembro! Isso porque nós só representamos um dia de cada vez. O palco de ontem e o de amanhã não se palpam mais. Então aproveite para viver esse momento mágico da vida que é o dia de hoje, plenamente! Artista nato à semelhança de Deus.
------------------------------------------
Algumas pessoas perguntam:
Deixou a medicina pra ser músico?
Não, deixei de ser músico por algum tempo, para ser médico.
Hoje, pratico as duas sem prejuízo de ambas.
-------------------------------------------------------------------
Quem não se arrisca, quem não muda, engrossa os pelos, não muda a penugem!
Quem entende só de uma coisa, desconfie, nem disso pode entender!
O novo sempre haverá de chegar, admirando, respeitando e alicerçado na experiência dos mais velhos!
GLÓRIA AO PAI, AO FILHO E AO ESPÍRITO SANTO!
AGORA E SEMPRE, POR TODOS OS SÉCULOS
Amém. (lição aprendida com minha mãe, entre tantas...).
MARAVILHOSA MÃE, ALAÍDE.
HOJE, COMEMORANDO O SEU CENTENÁRIO!
CERTA VEZ, DIANTE DO ESPELHO, ADMIROU-SE:
MENINO, ESTOU FICANDO COM A CABEÇA BRANQUINHA?!
CADA VEZ MAIS LINDA E MARAVILHOSA!
A SUA BÊNÇÃO, MAMÃE!
Agora, dia 06/02/2009, na comemoração do seu centenário, COMPUZ ESTA MÚSICA:
PARABENS ALAÍDE
A poesia
É tão linda com você
Esta canção toca pra valer
Meu coração que tanto lhe quer
Meus olhos
Lacrimejam a saudade
Alegrias
E a verdade
Que irradia de você
100 anos
Cabem dentro de um minuto
Minutos passam num segundo
Seguro às suas mãos
Por que
Fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se a vida é viver?
GRAÇAS A DEUS
Por que
Fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se a vida é viver, ALAÍDE?
Por que fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se vivo juntinho de você?
PARABÉNS PRA VOCÊ...
=====================
FOTO CENTENARIO
P.S
Passo para você a lição aprendida sobre O TRIPLO FILTRO:
NA ANTIGA GRÉCIA, SÓCRATES FOI FAMOSO POR SUA SABEDORIA E PELO GRANDE RESPEITO QUE PROFESSAVA A TODOS.
UM DIA, UM CONHECIDO SE APROXIMOU DO GRANDE FILÓSOFO E DISSE:
-- SABE O QUE ESCUTEI SOBRE SEU AMIGO?
--ESPERA UM MINUTO, REPLICOU SÓCRATES:
ANTES QUE ME DIGA QUALQUER COISA, SOBRE MEU AMIGO, QUERO QUE PASSES POR UM PEQUENO EXAME.
EU CHAMO EXAME DO TRIPLO FILTRO
-- TRIPLO FILTRO? PERGUNTOU O OUTRO.
-- CORRETO, CONTINUOU SÓCRATES.
ANTES QUE ME FALE SOBRE UM AMIGO, PODE SER UMA BOA IDEIA, FILTRAR TRÊS VEZES O QUE VAI DIZER.
É POR ISSO QUE CHAMO DE “EXAME DO TRIPLO FILTRO”.
O PRIMEIRO FILTRO É A VERDADE.
ESTÁ ABSOLUTAMENTE SEGURO DE QUE O QUE ME VAI DIZER É CERTO?
-- NÃO, DISSE O HOMEM, REALMENTE ESCUTEI SOBRE ISSO E...
-- BEM, DISSE SÓCRATES, ENTÃO VOCÊ NÃO SABE SE É CERTO OU NÃO.
AGORA ME PERMITA O SEGUNDO FILTRO:
O SEGUNDO É O FILTRO DA BONDADE.
É ALGO BOM O QUE VAI ME DIZER DO MEU AMIGO?
-- NÃO, PELO CONTRÁRIO...
-- ENTÃO, DESEJA ME DIZER ALGO RUIM DELE, PORÉM NÃO ESTÁ SEGURO QUE SEJA CERTO.
MESMO AGORA QUE EU QUISESSE ESCUTÁ-LO, AINDA NÃO PODERIA, POIS FALTA O TERCEIRO FILTRO:
O TERCEIRO É O FILTRO DA UTILIDADE.
-- ME SERVIRÁ DE ALGO SABER O QUE VOCÊ VAI DIZER DO MEU AMIGO?
-- NÃO, NA VERDADE NÃO.
-- BEM, CONCLUIU SÓCRATES:
SE O QUE ME DESEJAS DIZER NÃO É CERTO, NEM BOM E TÃO POUCO ME SERÁ ÚTIL... POR QUE EU IRIA QUERER SABER?
Use este triplo filtro cada vez que ouvir comentários sobre alguns de seus amigos, próximos e queridos.
A amizade é algo inviolável.
Conquistada ao longo do tempo, com exemplos, lutas, erros e acertos, que juntos, nos conferem esse diploma de meu orgulho!
Nunca perca um amigo por um mal-entendido ou comentário sem fundamento.
ASSIM ASSUCEDEU-SE
VOCÊ: MEU ORGULHO,
UM ABRAÇO!
SOLON.
DEPOIMENTOS da 1ª edição
Dr. Evandro Lopes:
Como presidente da Unimed regional de Picos, quero dizer que foi uma honra patrocinar esta obra e que sirva de estímulo a outros colegas!
E, como colega, amigo e sócio, digo que é um privilégio gozar de seu convívio, pois é na realidade um homem múltiplo, amigo e fraterno.
Defini-lo como médico urologista, escritor, poeta, compositor, cantor, palestrante e amigo, poderia ser muito difícil, mas torna-se extremamente fácil porque ele desenvolve todas com absoluta maestria. Por vezes pergunta-se: com qual dos Solons está-se falando? Como poderão ver neste livro.
Ex-vereador Chico Tauá:
Dr. Solon é um orgulho para todos nós!
Eu tenho o maior orgulho de tê-lo como amigo e como médico, pois ele é, acima de tudo, um grande profissional.
Vereador Ivo Farias:
Dr. Solon está realizando um sonho!
Jaicós é uma cidade tradicional, histórica e de certo modo carente de artes culturais.
Jaicós tem 174 anos de emancipação, 200 anos de igreja e mais de 300 anos de origem. Em 1731 Jaicós já era povoada por índios.
Esta ideia do Dr. Solon fundar a Associação Cultural Solon Reis em Jaicós é da mais elevada auspiciosidade.
Dr. Pedro Otacílio:
É o médico mais completo que conheço.
Dr. Paulo de Tarso:
Amigo fiel e competente.
Vereador Robinho:
Doutor Solon, o senhor está de parabéns!
Vereador José Acelino:
Esbarraindaí Doutor!
Dr. Osvaldo:
Ainda será Prefeito desta cidade.
Cantora Monise Borges:
Li e re-li sem parar!
Serve de exemplo para quem quer vencer na vida!
Nanô:
O senhor é um grande sucessista!
Dr. Ozanan:
Li e reli com muita atenção e reflexão.
Dr. Solon revela para todos, em sua autobiografia, de maneira simples, sincera, bem humorada e carinhosa, toda sua existência, desde criança até o exercício de sua profissão, a medicina. E aqui faço uma reflexão: na perspectiva da ética, se há um grande foco para os que se ocupam com os problemas da saúde, este é o paciente.
Ao direcionarmos nossas atenções para aqueles que de nós tanto necessitam, com eficiência, segurança e amor, estaremos de fato colaborando para um modelo de saúde de qualidade. Assim o faz Dr. Solon, e o faz como um sacerdócio ao longo dos seus trinta anos de profissão.
Recomendo a todos a leitura maravilhosa deste livro, do nosso grande conterrâneo, amante da ciência, da arte, da música e das letras.
Alana:
Você é meu orgulho!
Dr. Solon:
Tudo isso fica muito pequeno diante do objetivo maior que é a criação e manutenção da Associação Cultural Solon Reis, em Jaicós.
Comentários da segunda edição
DILSON LAGES MONTEIRO, escritor e editor do Portal Entretextos
A força do talento em autobiografia
O senso comum prega que “o tempo é senhor de todas as coisa¨. É ele, o tempo, grande motivador de tensões, as quais originam fatos e ideais relevantes para a construção da subjetividade de cada um. Consciente dos significados do calendário, o homem busca meios de medi-lo, meios de avaliá-lo, a fim de, sobretudo, mensurar a própria extensão de seus gestos na passagem pela matéria que hoje é, configurada em pensamentos e atitudes.
O médico José Solon de Souza incursiona pelos caminhos da autobiografia, a fim não somente de registrar e avaliar seu tempo, mas também de expor sua cosmovisão sobre a vida, seja como a criança e o adolescente que foi, seja como profissional da medicina, seja como pai. Por esta trilha, pela objetividade e leveza ao escrever, vai valorizando o leitor, inserindo-o no espaço das linhas pelo olhar espirituoso (muitas vezes perpassado pelo bom humor), com que constrói imagens, com que dissemina valores.
Em ¨Você – Meu orgulho¨, revivendo os passos da trajetória de sua vida, José Sólon de Souza mostra-se principalmente como um obstinado, como um homem que soube vencer, apostando sempre na força do talento e na crença de valores seculares universalmente difundidos. Vê-se, aqui, principalmente, o médico humano e o profissional apaixonado pelo que exerce. Vê-se o filho, o pai e o cidadão conscientes de que estar no mundo é viver o tempo na extensão de cada ideal
Machado de Assis escreveu em Relíquias de casa velha que ¨os fatos e o tempo ligam-se por fios invisíveis¨. Ao ler Você – meu orgulho, porém, o leitor concluirá que José Solon de Souza faz dos fatos e do tempo um amálgama de fios coloridos, visíveis, para revelar o sentido da existência: construir.
---------------------------------------------------------------------------------------
P.C. ALMEIDA, escritor e poeta
O estilo do texto ajuda bastante na compreensão, pois flui muito facilmente e é peculiar. Há momentos de extrema descontração, ao lermos as poesias, as letras das músicas, que por sinal todos gostam. Quanto a esses momentos, eles são intercalados no contexto de maneira muito inteligente e sóbria, motivo que faz com que o leitor não se canse da leitura. Não sei se esta é a sua primeira obra, se for, meus parabéns! Se não for, meus parabéns também. (Análise por P.C. Almeida, escritor e poeta)
-------------------------------------------------------------------------
DIANA LIMA, jornalista, escritora, agente literária
A leitura deste livro prende o leitor do início ao fim facilmente. Mas além disso, o mais importante em sua obra e tenho dito isso a muitos profissionais, é o quanto o autor ajuda em questões que tão bem nos elucida, coisas que nem temos idéia que ocorre por "trás dos bastidores". O autor consegue contar tudo isso e nos criar alerta de forma simples e objetiva, sem fazê-lo ser enfadonho. Parabéns mesmo.
A propósito, não deixe de escrever, pois além de representar um prazer para você, coisa que realmente acreditamos, vai dar o prazer para quem, assim como nós, gostamos de uma boa leitura.
.Em 15/03/09, Diana L. Alanchez
-------------------------------------------------------------------------------------------
ANSELMO, escritor e analista
O livro VOCÊ MEU ORGULHO, além de ser prazeroso de ler, penso que serve de um guia, principalmente para a maioria das pessoas que estão atrás de seguir carreira médica, política, ou que esteja simplesmente interessada em ajudar o próximo.
.
--
.
.
PARABENS ALAÍDE
A poesia
É tão linda com você
Esta canção toca pra valer
Meu coração que tanto lhe quer
Meus olhos
Lacrimejam a saudade
Alegrias
E a verdade
Que irradia de você
100 anos
Cabem dentro de um minuto
Minutos passam num segundo
Seguro às suas mãos
Por que
Fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se a vida é viver?
GRAÇAS A DEUS
Por que
Fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se a vida é viver, ALAÍDE?
Por que fazer do tempo uma pressa
Do amor finito uma prece
Se vivo juntinho de você?
PARABÉNS PRA VOCÊ...
=====================
FOTO CENTENARIO
P.S
Passo para você a lição aprendida sobre O TRIPLO FILTRO:
NA ANTIGA GRÉCIA, SÓCRATES FOI FAMOSO POR SUA SABEDORIA E PELO GRANDE RESPEITO QUE PROFESSAVA A TODOS.
UM DIA, UM CONHECIDO SE APROXIMOU DO GRANDE FILÓSOFO E DISSE:
-- SABE O QUE ESCUTEI SOBRE SEU AMIGO?
--ESPERA UM MINUTO, REPLICOU SÓCRATES:
ANTES QUE ME DIGA QUALQUER COISA, SOBRE MEU AMIGO, QUERO QUE PASSES POR UM PEQUENO EXAME.
EU CHAMO EXAME DO TRIPLO FILTRO
-- TRIPLO FILTRO? PERGUNTOU O OUTRO.
-- CORRETO, CONTINUOU SÓCRATES.
ANTES QUE ME FALE SOBRE UM AMIGO, PODE SER UMA BOA IDEIA, FILTRAR TRÊS VEZES O QUE VAI DIZER.
É POR ISSO QUE CHAMO DE “EXAME DO TRIPLO FILTRO”.
O PRIMEIRO FILTRO É A VERDADE.
ESTÁ ABSOLUTAMENTE SEGURO DE QUE O QUE ME VAI DIZER É CERTO?
-- NÃO, DISSE O HOMEM, REALMENTE ESCUTEI SOBRE ISSO E...
-- BEM, DISSE SÓCRATES, ENTÃO VOCÊ NÃO SABE SE É CERTO OU NÃO.
AGORA ME PERMITA O SEGUNDO FILTRO:
O SEGUNDO É O FILTRO DA BONDADE.
É ALGO BOM O QUE VAI ME DIZER DO MEU AMIGO?
-- NÃO, PELO CONTRÁRIO...
-- ENTÃO, DESEJA ME DIZER ALGO RUIM DELE, PORÉM NÃO ESTÁ SEGURO QUE SEJA CERTO.
MESMO AGORA QUE EU QUISESSE ESCUTÁ-LO, AINDA NÃO PODERIA, POIS FALTA O TERCEIRO FILTRO:
O TERCEIRO É O FILTRO DA UTILIDADE.
-- ME SERVIRÁ DE ALGO SABER O QUE VOCÊ VAI DIZER DO MEU AMIGO?
-- NÃO, NA VERDADE NÃO.
-- BEM, CONCLUIU SÓCRATES:
SE O QUE ME DESEJAS DIZER NÃO É CERTO, NEM BOM E TÃO POUCO ME SERÁ ÚTIL... POR QUE EU IRIA QUERER SABER?
Use este triplo filtro cada vez que ouvir comentários sobre alguns de seus amigos, próximos e queridos.
A amizade é algo inviolável.
Conquistada ao longo do tempo, com exemplos, lutas, erros e acertos, que juntos, nos conferem esse diploma de meu orgulho!
Nunca perca um amigo por um mal-entendido ou comentário sem fundamento.
ASSIM ASSUCEDEU-SE
VOCÊ: MEU ORGULHO,
UM ABRAÇO!
SOLON.
DEPOIMENTOS da 1ª edição
Dr. Evandro Lopes:
Como presidente da Unimed regional de Picos, quero dizer que foi uma honra patrocinar esta obra e que sirva de estímulo a outros colegas!
E, como colega, amigo e sócio, digo que é um privilégio gozar de seu convívio, pois é na realidade um homem múltiplo, amigo e fraterno.
Defini-lo como médico urologista, escritor, poeta, compositor, cantor, palestrante e amigo, poderia ser muito difícil, mas torna-se extremamente fácil porque ele desenvolve todas com absoluta maestria. Por vezes pergunta-se: com qual dos Solons está-se falando? Como poderão ver neste livro.
Ex-vereador Chico Tauá:
Dr. Solon é um orgulho para todos nós!
Eu tenho o maior orgulho de tê-lo como amigo e como médico, pois ele é, acima de tudo, um grande profissional.
Vereador Ivo Farias:
Dr. Solon está realizando um sonho!
Jaicós é uma cidade tradicional, histórica e de certo modo carente de artes culturais.
Jaicós tem 174 anos de emancipação, 200 anos de igreja e mais de 300 anos de origem. Em 1731 Jaicós já era povoada por índios.
Esta ideia do Dr. Solon fundar a Associação Cultural Solon Reis em Jaicós é da mais elevada auspiciosidade.
Dr. Pedro Otacílio:
É o médico mais completo que conheço.
Dr. Paulo de Tarso:
Amigo fiel e competente.
Vereador Robinho:
Doutor Solon, o senhor está de parabéns!
Vereador José Acelino:
Esbarraindaí Doutor!
Dr. Osvaldo:
Ainda será Prefeito desta cidade.
Cantora Monise Borges:
Li e re-li sem parar!
Serve de exemplo para quem quer vencer na vida!
Nanô:
O senhor é um grande sucessista!
Dr. Ozanan:
Li e reli com muita atenção e reflexão.
Dr. Solon revela para todos, em sua autobiografia, de maneira simples, sincera, bem humorada e carinhosa, toda sua existência, desde criança até o exercício de sua profissão, a medicina. E aqui faço uma reflexão: na perspectiva da ética, se há um grande foco para os que se ocupam com os problemas da saúde, este é o paciente.
Ao direcionarmos nossas atenções para aqueles que de nós tanto necessitam, com eficiência, segurança e amor, estaremos de fato colaborando para um modelo de saúde de qualidade. Assim o faz Dr. Solon, e o faz como um sacerdócio ao longo dos seus trinta anos de profissão.
Recomendo a todos a leitura maravilhosa deste livro, do nosso grande conterrâneo, amante da ciência, da arte, da música e das letras.
Alana:
Você é meu orgulho!
Dr. Solon:
Tudo isso fica muito pequeno diante do objetivo maior que é a criação e manutenção da Associação Cultural Solon Reis, em Jaicós.
Comentários da segunda edição
DILSON LAGES MONTEIRO, escritor e editor do Portal Entretextos
A força do talento em autobiografia
O senso comum prega que “o tempo é senhor de todas as coisa¨. É ele, o tempo, grande motivador de tensões, as quais originam fatos e ideais relevantes para a construção da subjetividade de cada um. Consciente dos significados do calendário, o homem busca meios de medi-lo, meios de avaliá-lo, a fim de, sobretudo, mensurar a própria extensão de seus gestos na passagem pela matéria que hoje é, configurada em pensamentos e atitudes.
O médico José Solon de Souza incursiona pelos caminhos da autobiografia, a fim não somente de registrar e avaliar seu tempo, mas também de expor sua cosmovisão sobre a vida, seja como a criança e o adolescente que foi, seja como profissional da medicina, seja como pai. Por esta trilha, pela objetividade e leveza ao escrever, vai valorizando o leitor, inserindo-o no espaço das linhas pelo olhar espirituoso (muitas vezes perpassado pelo bom humor), com que constrói imagens, com que dissemina valores.
Em ¨Você – Meu orgulho¨, revivendo os passos da trajetória de sua vida, José Sólon de Souza mostra-se principalmente como um obstinado, como um homem que soube vencer, apostando sempre na força do talento e na crença de valores seculares universalmente difundidos. Vê-se, aqui, principalmente, o médico humano e o profissional apaixonado pelo que exerce. Vê-se o filho, o pai e o cidadão conscientes de que estar no mundo é viver o tempo na extensão de cada ideal
Machado de Assis escreveu em Relíquias de casa velha que ¨os fatos e o tempo ligam-se por fios invisíveis¨. Ao ler Você – meu orgulho, porém, o leitor concluirá que José Solon de Souza faz dos fatos e do tempo um amálgama de fios coloridos, visíveis, para revelar o sentido da existência: construir.
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P.C. ALMEIDA, escritor e poeta
O estilo do texto ajuda bastante na compreensão, pois flui muito facilmente e é peculiar. Há momentos de extrema descontração, ao lermos as poesias, as letras das músicas, que por sinal todos gostam. Quanto a esses momentos, eles são intercalados no contexto de maneira muito inteligente e sóbria, motivo que faz com que o leitor não se canse da leitura. Não sei se esta é a sua primeira obra, se for, meus parabéns! Se não for, meus parabéns também. (Análise por P.C. Almeida, escritor e poeta)
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DIANA LIMA, jornalista, escritora, agente literária
A leitura deste livro prende o leitor do início ao fim facilmente. Mas além disso, o mais importante em sua obra e tenho dito isso a muitos profissionais, é o quanto o autor ajuda em questões que tão bem nos elucida, coisas que nem temos idéia que ocorre por "trás dos bastidores". O autor consegue contar tudo isso e nos criar alerta de forma simples e objetiva, sem fazê-lo ser enfadonho. Parabéns mesmo.
A propósito, não deixe de escrever, pois além de representar um prazer para você, coisa que realmente acreditamos, vai dar o prazer para quem, assim como nós, gostamos de uma boa leitura.
.Em 15/03/09, Diana L. Alanchez
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ANSELMO, escritor e analista
O livro VOCÊ MEU ORGULHO, além de ser prazeroso de ler, penso que serve de um guia, principalmente para a maioria das pessoas que estão atrás de seguir carreira médica, política, ou que esteja simplesmente interessada em ajudar o próximo.
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